Quantcast
Channel: Bromatologia em Saúde
Viewing all 400 articles
Browse latest View live

Article 0

$
0
0

Shakes para emagrecimento X Reeducação Alimentar


Não precisa ter feito uso para conhecer os shakes de emagrecimento. São aqueles usados para substituir refeição(ou refeições), quase sempre com uma mulher de ótima forma na embalagem. Porém, seria benéfico seu uso? A realização de uma reeducação alimentar teria resultados melhores e mais duradouros em comparação à essas delícias rápidas e práticas que são facilmente vendidas em drogarias e online?


Descrição do(s) Produto(s)


Um dos Shakes avaliados foi o Diet Way

Shake Herbalife - Um dos mais vendidos e polêmicos


Fundamentos Bromatológicos


A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) recomenda que as calorias ingeridas diariamente estejam assim dividas :
 

Nutrientes
SBAN (1990)
Proteínas
10-12%
Lipídios
20-25%
Carboidratos
60-70%


 A alimentação de 3 em 3 horas  provoca acelera o metabolismo, aumentando a queima de gordura e ajudando no processo de emagrecimento. Ao se consultar com um nutricionista, tenha em mente que não irás passar fome, muito pelo contrário, na maioria das vezes as pessoas assustam, pois terão que comer mais do que comiam e o que irá mudar é a qualidade desses alimentos (KLEINER, 2002).

Não é de hoje que muitos profissionais da área da saúde criticam o consumo desse tipo de shake industrializado – especialmente quando o objetivo é substituir refeições. "Os shakes (caseiros ou escolhidos sob orientação) são boas opções para substituir lanches intermediários ou, em último caso, situações esporádicas onde não exista tempo para realizar uma das principais refeições. Porém, também é necessária a orientação de um profissional nutricionista no preparo dos shakes, para que haja o fornecimento adequado de nutrientes" - Afirma Pâmela Miguel, nutricionista da Clínica de Nutrição Funcional de São Paulo.


Legislação

O regulamento técnico que trata dos alimentos para controle de peso, popularmente chamados de shakes, é a Portaria SVS/MS n. 30/98. Esses produtos são definidos como alimentos especialmente formulados e elaborados de forma a apresentar composição definida, adequada a suprir parcialmente as necessidades nutricionais do indivíduo e que sejam destinados a propiciar redução, manutenção ou ganho de peso corporal. Esses produtos não visam substituir uma alimentação equilibrada e devem ser consumidos sob orientação de nutricionista ou média. A regulamentação brasileira para esse tipo de alimentos está amparada nas recomendações do Codex Alimentarius, programa conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ANVISA não possui uma lista dos shakes comercializados no Brasil, pois atualmente esses produtos estão dispensados de registro e devem ter sua fabricação comunicada ao órgão local de vigilância sanitária, de acordo com o disposto na Resolução n. 23/2000. Entretanto, a ANVISA está revisando os procedimentos administrativos para os produtos dispensados de registro a fim de implementar um sistema de notificação que permitirá conhecer maiores detalhes desses e outros alimentos.




Discussão

Em Fevereiro de 2016, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste realizou um teste com os seguintes shakes: Bio Slim, Diet Shake, Diet Way, Herbalife e In Natura. E observou-se taxas excessivas de carboidratos e proteínas e gordura a menos do que deveriam, o que pode acarretar na perda de músculos (massa magra) e água em vez de gordura corporal, como prometem as embalagens e as tabelas nutricionais presentes nos rótulos destes produtos;

Além disso, o consumo excessivo de proteína promovido pelos shakes, não deveria ultrapassar 10 a 15% do valor energético do produto, porém, em média, todas as marcas apresentam 32% de proteína. 

Quanto à quantidade de gordura, a pesquisa da Proteste mostra que os níveis aparecem muito abaixo do normal em todas as marcas, comprometendo a absorção de vitaminas e a síntese de hormônios: "As vitaminas A, B, E e K só são completamente metabolizadas em conjunto com a ação das gorduras no organismo. Quando não ingerimos gordura suficiente para metabolizá-las, corremos o risco de desenvolver anemia e, em pessoas mais velhas, desnutrição.


Já com relação às fibras, os shakes deveriam ter cerca de 10 g por porção, porém nenhum deles chega perto deste valor.

Lübeck et al, no artigo Antecedentes e Consequentes da Intenção do Uso de Emagrecedores mostram um interessante organograma quanto ao uso de emagrecedores e possíveis consequências destes, que incluem o ganho de peso entre outros problemas:
Organograma sobre uso de emagrecedores - Lübeck et al, 2016.

Por fim, ao comparar o emagrecimento com pessoas que praticaram reeducação alimentar, Felippe, F. et al demonstra um estudo com grupos que realizaram e não realizaram uma RA. Aqueles que não seguiram a RA, demonstraram uma diminuição no consumo médio de porções do grupo dos cereais, leguminosas e laticínios e um aumento no consumo de porções do grupo das carnes, óleos e gorduras, enquanto aqueles submetidos à reeducação alimentar tiveram um aumento no consumo de frutas e hortaliças e diminuição no consumo de açúcares e doces, resultando consequentemente em uma alimentação saudável e balanceada.




Conclusão

Com  a  acessibilidade  crescente  à internet,  de  fato estamos  expostos  a  um  mundo  de informações  diversas, dentre  elas, estão  as  inúmeras  dietas  rápidas  indicadas  por  qualquer pessoa   com   promessas   de   perda   de   peso   acelerada. A   publicidade   possui um   papel significativo no combate a essa prática, levando o indivíduo a ficar mais atento e motivando-o à  busca  de  informação,  a  fim  de  que  procure  por orientação profissional.  Desta  forma  é possível  fazer  com  que  as  pessoas  compreendam as  consequências  da  adesão  dessas  dietas, consideradas muitas vezes como "milagrosas” (BASTOS, J., 2015).

Os  dois  pilares  fundamentais  do  emagrecimento  são  a  alimentação balanceada  e  a  atividade  física  combinada.  Sobretudo,  ambos  não  se sustentam sem o terceiro pilar, que fundamenta o equilíbrio psicoemocional enquanto suporte no comportamento diante dos fatos na realidade (SILVA, A., 2013). 

Não há como definir ao certo o que é melhor para cada pessoa - a utilização de shakes ou praticar RA, porém é necessário que se faça uma avaliação nutricional com um profissional para certificar como a dieta para perder peso irá prosseguir. É de extrema importância estarmos atualizados com os produtos novos que saem no mercado, porém, torna-se essencial ter cautela para possíveis futuras ilusões geradas pelo marketing da empresa. 

Por fim, uma reeducação alimentar pode demorar mais para mostrar resultados na balança, porém estes parecem ser mais proveitosos e diversificados em comparação à restrição alimentar à um copo sabor morango.


Referências Bibliográficas

Felippe, F. et al. Qualidade da dieta de indivíduos expostos e não expostos a um programa de reeducação alimentar. Revista de nutrição, v. 24, n. 6, p. 4-8, 2011. 

SILVA,  Anabel  de  Sales.  O  terceiro  pilar  do  emagrecimento.  In:  ENCONTRO  PARANAENSE, CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS, XVIII, XIII, 2013. Anais.  Curitiba: Centro    Reichiano,    2013. 

Lübeck, R.; Sampaio, C.; Vieira, M. Antecedentes e Consequentes da Intenção do Uso de Emagrecedores. Revista Organizações em Contexto, v. 12, n. 24, p. 307-325, 2016. 

KLEINER, Susan M.; GREENWOOD-ROBINSON, Maggie. Nutrição para o treinamento de força. São Paulo. Editora Manole, 2002.

Bastos, J. Milagrosas ou Perigosas? Os Riscos Causados pela Desinformação sobre Dietas. Sergipe: , 2015

http://www.nutriweb.org.br/n0202/recomend.htm


http://www.drogariaminasbrasil.com.br/fitness/diet-light/diet-shake/diet-way-shake-sabor-chocolate-420g.html


https://www.dietaeboasaude.com.br/wp-content/uploads/2016/07/Produtos-Herbalife-Para-Emagrecer-e-Viver-Saudavel.jpg

Emily Rocha Fonseca
DRE 111474417

Sucralose é o adoçante melhor e mais seguro?

$
0
0
Introdução


   Os adoçantes foram desenvolvido com a finalidade de atender um grupo de consumidores que vem crescendo nos últimos anos. Este grupo é composto por consumidores com restrição na ingestão de açucares, portadores da diabetes mellitus. Com o aumento da prevalência deobesidade (fator de risco para diabetes mellitus), estes também foram indicados para atender este grupo. Porém, no cenário atual, a busca pelo “corpo ideal” ocasionou no aumento do consumo deste produtos. Com a intensificação de sua utilização, é necessário a busca de compostos adoçantes cada vez melhores e mais seguro, além de um intensificação na vigilância destes produto. A sucralose, neste cenário, é veiculada pela mídia como sendo o melhor e mais seguro dos adoçantes devido as sua características, como sabor, poder adoçante, entre outros.

   O objetivo deste trabalho é verificar se esta afirmação é verdadeira, comparando as características e informações da literatura sobre ela com outros adoçantes. Os adoçantes selecionado estão no grupo de adoçantes não calórios, assim como a sucralose e são os mais comuns no Brasil. São ele: ciclamato, sacarina, acessulfame k, aspartame e stévia.



Legislação consultada



Portaria n º 38, de 13 de de janeiro 1998

Resolução RDC nº 18, de 24 de março de 2008

Resolução RDC nº 271, de 22 de setembro de 2005

Adoçantes – Ingestão Diária Aceitável fornecida pela ANVISA que adquiriu estas informações da JECFA (Evaluations of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives) que faz parte da OMS.


Fundamentos Bromatológicos


   A sucralose é um composto organoclorado produzido à partir da substituição de 3 hidroxilas (OH) por 3 cloros (Cl) na molécula de sacarose. Esta molécula apresenta um poder adoçante de 600 vezes em comparação a sacarose, apresenta um IDA (ingestão diária aceitável) de 15 mg/Kg de peso corporal e não é calórico. Seu sabor é semelhante ao da sacarose e não é absorvida pelo organismo por apresentar 3 cloros em sua estrutura, não sofrendo ação da sacarase o que provoca sua eliminação diretamente pelas fezes.






















Figura 1 : estrutura química da sucralose.


   Os demais adoçantes apresentados neste trabalho são absorvidos pelo organismo e eliminados de forma inalterada pela urina, exceto pela stévia e o aspartame. O metabólitos produzidos são: ácido aspártico, metanol e fenilalanina (aspartame); esteviol que é um metabolito do esteviosídio. As características deste adoçantes serão mostradas na tabela a seguir:


Tabela 1: características dos adoçantes


Poder adoçante (em relação à sacarose)SaborCaloria (kcal/g)IDA (mg/Kg de peso corporal)
Aspartame200 vezes maiorSabor semelhante ao açucar.440
Acessulfame K200 vezes maiorSem sabor residual e sabor de fácil percepção.09 - 15
Sacarina300 vezes maiorGosto residual doce metálico.05
Ciclamato40 vezes maiorSabor residual acre-doce ou doce-azedo.011
Stévia300 vezes maiorSabor residual semelhante ao alcaçuz.05,5



Discussão


   Comas informações obtidas na literatura, observou – se um controversia quanto aos adoçantes ciclamato, sacarina, acessulfame K e aspartame. Alguns autores verificaram em seus estudo um potencial carcinogênico por parte destes compostos, mas, em outros estudos, não foi observado este efeito. Então a estes adoçantes, apresentam um suspeita de carcinogenicidade, devendo ser melhor estudados. Quanto à stévia, estudos mostraram que o esteviol parece agir como um disruptor endócrino na atividade da progesterona.
  
   Em relação a sucralose, um estudo mostrou que ela apresentou uma instabilidade em sua estrutura à temperaturas de 98oC, degradando – se em HPAC (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados) que apresentam potencial carcinogênico. Este resultado parece ser plausível, pois a sacarose sob alta temperaturas sofre o processo de caramelização, produzindo 5-HMF (5-hidroxi-metil-furfural) como um de seus produtos. Porém, por falta de estudos, não é possível comprovar este efeito, sendo necessário maiores estudos. Mas, caso esta suspeita seja comprovada, a utilização deste adoçante deverá ser revista e uma legislação específica deverá ser criada para que esteja descrito no rótulo do produto que não deve ser utilizado em alimentos quentes (à uma temperatura próxima ou acima de 98oC) e adicionada durante os processos de cocção dos alimentos.

   Quanto ao sabor, sucralose, o acessulfame K e o aspartame são os únicos que não apresentam sabor residual, sendo uma característica importante para a aceitação do consumidor. E a sucralose e o aspartame se destacam por apresentar um sabor bem semelhante há sacarose.

   Em relação poder adoçante, a sucralose se destaca em relação ao demais por ser o dobro (sacarina e stévia) ou maior (demais adoçantes) a relação aos outro adoçantes. Este fato representa um ganho importante na segurança, pois quanto maior o poder adoçante do composto, menor será a quantidade deste utilizado para adoçar o alimento, diminuindo a exposição do consumidor há estas substências.

   Um outro fator importante a se destacar, é que a sucralose não é absorvida pelo organismo representando um ganho na segurança de seu uso muito importante em relação aos outro adoçantes apresentados que são absorvidos, pois ela não irá causar nenhum possível efeito ao consumidor.


Conclusão

   Em relação as informações da litaratura, são necessárias mais pesquisas estes adoçantes para o esclarecimento de seus efeitos no organismo humano.

   Quanto as características dos adoçantes, a sucralose parece ser o melhor adoçante até o momento. Além das pesquisas dos já existentes, o desenvolvimento de novos adoçantes que sejam mais eficientes e seguros também deve ser uma meta importante para melhor atender as necessidades do consumidor.


Referências bibliográficas



- Calorie Control Council; Tudo sobre Sucralose; Disponível em
http://sucralose-pt.org/your-questions-answered/; Acessado em: 04/12/2016;

- Medeiros A. R., Carvalho A. E., Rocha-Filho R. C., Fatibelo-Filho O.; Determinação
voltamétrica de ciclamato de sódio em produtos dietéticos empregando um eletrodo
de diamante dopado com boro; Química Nova, v. 31, n. 6; São Paulo, 2008;

- Oliveira D. N., Menezes M., Catharino R. R.; Thermal degradation of sucralose: a
combination of analytical methods to determine stability and chlorinated byproducts;
Scientific Reports 5,9598; Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4397539/ . Acessado em 20/11/2016;

- Mukherjee A., Chakrabarti J.; In Vivo Cytogenetic Studies on Mice Exposed to
Acesulfame K – a Non-nutritive Sweetener; Food and Chemical Toxicology, n. 35, p.
1177-1179; 1997; Disponível em:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691597854695. . Acessado
em: 21/11/2016;

- Kirkland D., Gatehouse D.; “Aspartame: A review of genotoxicity data”; Food and
Chemical Toxicology, n. 84, p. 161 – 168; 2015;


- Renwick A. G., Thompson J. P., O’Shaughnessy M., Walter E. J.; The metabolism of
cyclamate to cyclohexylamine in humans during long-term administration; Toxicology and
Applied Pharmacology, n. 196, p. 367-380, 2004;

- Ogretmen B., Ratajczak H., Gendeb S. M., Stark B. C.; Effects of sodium saccharin and
linoleic acid on mRNA levels of Her2/neu and ~53 in a human breast epithelial cell line;
Cancer Letters, n. 102, p. 91-99, 1996;

- Shannon M., Rehfeld A., Frizzell C., Livingstone C., McGonagle C., Skakkebaek N. E.,
Wielogorska E., Connolly L.; In vitro bioassay investigations of the endocrine disrupting
potential of steviol glycosides and their metabolite steviol, components of the natural
sweetener Stevia; Molecular and Cellular Endocrinology, n. 427, p. 65-72, 2016;

- Quitete C. P. B., Ximenes V. L., Fraga A. C., Palma B. G.; OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DA HIDRÓLISE DA SACAROSE; Congresso Brasileiro de Engenharia Química; 2014; Disponível em: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/chemicalengineeringproceedings/cobeq2014/1511-18932-148070.pdf. Acessado em: 19/12/2016;

- World Health Organization; Evaluations of the Joint FAO/WHO Expert Committee on
Food Additives (JECFA); List of chemicals in functional class SWEETENER; Disponível
em: http://apps.who.int/food-additives-contaminants-jecfa-database/search.aspx?fc=66
Acessado em: 05/12/2016;

- ANVISA; Adoçantes – Ingestão Diária Aceitável; Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/informacoestecnicas13/-/
asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/adocantes-ingestao-diariaaceitavel/
219201/pop_up?_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_viewMode=print&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_l
anguageId=en_US. Acessado em: 03/12/2016;

- ANVISA; Portaria n º 38, de 13 de de janeiro 1998; Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/portarias/38_98.htm . Acessado em:
18/11/2016;

- ANVISA; Resolução RDC nº 18, de 24 de março de 2008; Disponivel em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/391619/Microsoft%2BWord%2B-
%2BResolu%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BRDC%2Bn%25C2%25BA
%2B18%252C%2Bde%2B24%2Bde%2Bmar%25C3%25A7o%2Bde
%2B2008.pdf/4b266cfd-28bc-4d60-a323-328337bfa70e. Acessado em: 07/12/2016;

- ANVISA; Resolução RDC nº 271, de 22 de setembro de 2005; Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/RDC_271_2005.pdf/33a232aa-
65b1-490a-b2fe-a839b34ad070. Acessado em: 07/12/2016;

- INMETRO; Tabela de edulcorantes e suas características; Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf. Acessado em: 10/12/2016;



Daniel Figueiredo Vanzan
DRE: 108047798

Uso indiscriminado de suplementos proteicos, em barras de proteína, indicados para atletas, pela população.

$
0
0
Descrição do Produto

Whey Bar Low Carb 40g é uma barra composta por proteínas com destaque para Whey Protein, associada a carboidratos, complementando a dieta diária. Com adição de vitaminas e minerais, contém ainda CHOCOTHERM um concentrado do cacau, dando pique total para o seu dia-a-dia. O cacau é um ingrediente que contém nutrientes que fornecem energia para deixar você sempre em alta. Os produtos da Probiótica são fabricados com matérias-primas importadas. 

 Benefícios whey bar low carb 40g 

 16g ou 38% de proteína; 
 Conveniente; facil de levar e consumir em qualquer lugar; 
 Contém vitaminas e minerais; É realmente muito deliciosa; 
 Contém ainda 3,7g de BCAA; 
 Contém CHOCOTHERM, um concentrado do cacau para dar pique total no dia-a-dia. 

Ingredientes whey bar low carb 40g 

Proteína do soro do leito (Whey protein), caseinado de cálciom chocolate em barra, frutose, proteína isolada de soja, xarope de glugose, cacau, gordura vegetal, hidrogenada, extreto concentrado de cacau, extrato de malte seco, vitaminas (C,E, Niacina, Ácido Pantotênico, B6, B2, B1, Biotina, A, D3, B12 e ácido fólico), minerais (zinco, ferro, manganês, covbre, molibdênio, cromo, iodo, selênio), umectante glicerina, estabilizante maltitol e aromatizante natural. Contém glúten. Diabéticos: Contém frutose. 

Sugestão de uso whey bar low carb 40g 

Whey Bar Low Carb 40g pode ser consumida entre as refeições. 

Recomendação whey bar low carb 40g 

Crianças, gestantes, idosos e portadores de qualquer enfermidade, consultem médico e/ou nutricionista. Manter em local seco e fresco longe da umidade e dos raios solares. Conservar produto bem fechado, em local fresco e seco. 

Tabela nutricional whey bar low carb 40g 




REGISTRO MINISTÉRIO DA SAÚDE


Nº 4.9377.0060 (Chocolate)

Introdução

As barrinhas de proteínas como a Whey Bar são indicadas para complementar a alimentação de atletas, que necessitam de uma grande demanda de energia e de nutrientes. Os atletas, por meio de suas atividades físicas regulares realizadas, consomem por meio do catabolismo grande quantidade de nutrientes para obter energia necessária para suas tarefas. Após um grande esforço realizado pelo organismo, é preciso repor todos os nutrientes que foram perdidos, como carboidratos, lipídeos, minerais e principalmente proteínas, que irão realizar a reconstrução e o desenvolvimento muscular necessário para quem trabalha dia a dia com a prática muscular e física. 
Para atletas, essas barras de proteínas, que prometem complementar a dieta e assim atender as necessidades diárias desse nutriente, podem ser uma boa maneira de manter o equilíbrio energético e nutricional, visto que os atletas estão sempre “gastando” energia e nutrientes e precisando repor tudo o que foi perdido. 
Porém, com essas barras sendo vendidas livremente e com o consumo indiscriminado e sem orientação profissional, a população poderia sofrer consequências com o consumo excessivo desses nutrientes, como ganho de peso, disfunção hepática e renal, diabetes e outras consequências?

Definições

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância sanitária, temos as seguintes definições:

Atletas: praticantes de exercício físico com especialização e desempenho máximos com o objetivo de participação em esporte com esforço muscular intenso; 
Suplemento energético para atletas: produto destinado a complementar as necessidades energéticas; 
Suplemento proteico para atletas: produto destinado a complementar as necessidades proteicas.

Legislação

Existe uma recomendação diária máxima para consumo de nutrientes. De acordo com o ministério da saúde, Ingestão Diária Recomendada (IDR) é a quantidade de vitaminas, minerais e proteínas que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia. Dentro desses critérios, podemos considerar que uma pessoa sadia, na população, que não é atleta e que tenha uma alimentação adequada e normal (café da manhã, almoço, jantar e lanches), ao consumir barras de proteínas e outros nutrientes, indicadas para complementar a alimentação de atletas, indiscriminadamente, possa obter consequências devido ao consumo excessivo desses nutrientes.




Fundamentos Bromatológicos 

Para um adulto saudável, as recomendações de proteína são de 0,8 g de proteína por quilo de peso corporal, o que corresponde a 56 g de proteína em um indivíduo de 70 kg. Um bife de vaca de 100 g grelhado tem 26,4 g de proteína, por isso, com 2 bifes quase se atinge as recomendações. Além disso, ao longo do dia normalmente ainda se consomem outros alimentos ricos em proteína, como leite e derivados.
Por isso, pessoas que comem carne, queijo e tomam leite ou iogurte diariamente não precisam tomar suplementos de proteínas com a intensão de aumentar a massa muscular. Por vezes, basta consumir o alimento rico em proteína na hora certa, que é logo após a atividade física.

Discussão

O uso de suplementos proteicos e de aminoácidos deve ser feito com muita cautela, uma vez que pode acarretar uma sobrecarga de nitrogênio e amônia. A amônia pode ser tóxica, e precisa ser metabolizada pelo fígado através do ciclo da uréia para em seguida ser eliminada por via renal. Para isto, o fígado deste indivíduo deve estar muito saudável, capaz de promover esta metabolização, assim como seu intestino. Por isto, os suplementos proteicos e de aminoácidos são contraindicados em pacientes com doenças renais, pessoas com excesso de peso ou obesidade, histórico de câncer na família, e, principalmente, por pacientes resistentes à insulina ou diabetes. Pessoas com histórico de acne também devem evitar este tipo de suplemento, pois pode agravar o caso. O uso desse tipo de suplemento deve ser contabilizado com o montante proteico vindo da dieta ao longo do dia. 
Os sintomas do excesso de proteínas no organismo podem ser:
-Desenvolvimento da aterosclerose e de doenças cardíacas;
-Osteoporose, pois o excesso de proteína pode causar aumento da excreção de cálcio;
-Pedra nos rins;
-Aumento de peso;
-Problemas no fígado.
A maioria das pessoas que desenvolvem estes sintomas geralmente apresenta uma predisposição genética, algum problema de saúde ou usou suplementos de forma inadequada.

Conclusão

De acordo com as informações descritas nesse trabalho, pode-se concluir que o consumo indevido e indiscriminado de suplementos proteicos como barra de proteína, pela população pode gerar consequências na saúde, como doenças renais, hepáticas, obesidade, osteoporose, etc., o que é preocupante. É necessária uma orientação profissional para o uso desses suplementos e é preciso que a população tenha a consciência dessas consequências, sendo assim, necessária a divulgação de informações a respeito desse assunto. 

Referências

-Portaria nº 33, de 13 de janeiro de 1998.
-Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998.
-Ministério da Saúde – MS - Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA - -RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010.
-Loja Probiótica. Disponível em: http://www.lojaprobiotica.com.br/probiotica/whey-bar-low-carb-40g
-Bem estar. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/06/exagero-no-consumo-de-proteinas-pode-sobrecarregar-os-rins.html
-Tua Saúde. Disponível em: https://www.tuasaude.com/excesso-de-proteina-faz-mal/
-Areah. Disponível em: http://www.areah.com.br/cool/excessos/materia/77071/1/pagina_1/consequencias-do-excesso-de-proteina.aspx



Bye, Bye Celulite?

$
0
0


             
          A celulite afeta 85% a 98% das mulheres após a puberdade, sem restrição de etnias. Não é considerada uma doença, contudo é uma preocupação estética importante para um grande número de mulheres, principalmente pela influência da mídia. A celulite tende a ocorrer nas áreas onde a gordura está sob a influência do estrógeno (hormônio feminino), como nos quadris, coxas e nádegas; também pode ser observada nas mamas, parte inferior do abdome, braços e nuca.
           Existem vários graus de celulite, desde aquele em que as depressões só aparecem quando se pinça a pele com os dedos ou os músculos se contraem, até o aspecto acolchoado e nodulações sempre visíveis.
É preciso ter cuidado e avaliar com crítica as propostas de tratamento que, muitas vezes, têm custo elevado e desproporcional aos resultados possíveis. Parece que uma dieta balanceada e bem orientada possa melhorar o aspecto da celulite pela redução da gordura. Muitos suplementos alimentares e misturas herbais estão disponíveis no mercado, com diversos apelos de benefícios na celulite e redução da gordura, mas sem nenhuma comprovação até o momento.

           O Innéov Silhouett  é um produto da parceria Nestlé e L’oreal que promete perda de peso em até 4,5Kg, sendo 85% de massa gorda, e redução da celulite em até 1 grau, em 3 meses sem efeitos colaterais.  Ele tem como principal princípio ativo o Lactobacillus rhamnosus LPR, afirmando replicar a microbiota de uma pessoa magra em uma pessoa acima do peso. Além disso, ele possui inulina, oligofrutose e vitaminas B3 e B8.
Fundamentos Bromatológicos:



          Dados científicos recentes têm ressaltado a contribuição da flora intestinal para a manutenção da saúde humana. Dentre os benefícios apontados, citam-se o antagonismo aos agentes patogênicos, o efeito de barreira microbiana e a modulação das funções imunes. O L. rhamnosusé uma bactéria Gram positiva que tem alta resistência aos sais biliares, adere à mucosa intestinal e coloniza a região. Além disso, este lactobacilo cria condições anaeróbicas no cólon que são favoráveis para a implantação de bifdobactérias, que atuam na síntese das vitaminas do complexo B, entre outros benefícios. Tanto o L. rhamnosusquanto as bifdobactérias desempenham papel na redução do risco de várias doenças intestinais, cardiovasculares, câncer, obesidade, diabetes tipo 2.
           A inulina é um complexo glicídio de frutose + glicose que funciona como carboidrato de reserva de muitas plantas. Devido à sua estrutura, a inulina é resistente à ação de enzimas gástricas, sendo integralmente fermentada no cólon pela microbiota da região (principalmente bifdobactérias), ou seja, a inulina é um prebiótico. Existem estudos que indicam que a inulina melhora o funcionamento do intestino, ajuda no controle glicêmico, melhora a imunidade e atua na prevenção de câncer do trato gastrointestinal.
          A oligofrutose também é um prebiótico com ação semelhante à inulina. A ideia do Innév Silhouette é que estimulando a proliferação dos lactobacilos e das bifdobactéias, haja uma menor absorção de gordura por elas estarem “ocupando espaço” e reduzindo a quantidade de bactérias que atuam na absorção de gordura.
          A vitamina B3, também conhecida como niacina ou ácido nicotínico, é importante para manter a saúde da pele, boca, olhos e sistema nervoso. Possui também importância relevante ao bom funcionamento do sistema digestório, na redução dos níveis de colesterol e melhora o controle da diabetes. Já a vitamina B8 é uma vitamina sulfurada e funciona como cofator enzimático, no metabolismo de proteínas e carboidratos. Age de forma direta na formação da pele e, de forma indireta, na utilização dos açúcares, amidos e proteínas.


Legislação
          O Innéov Silhouette está registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na categoria de Novos Alimentos e Novos Ingredientes, nesta categoria, não há necessidade de comprovação científica de eficácia.
    As definições legais de alimento contemplam todas as substâncias ou misturas de substâncias destinadas à ingestão por humanos, que tenham como objetivo fornecer nutrientes ou outras substâncias necessárias para a formação, manutenção e desenvolvimento normais do organismo, independente do seu grau de processamento e de sua forma de apresentação.
De acordo com a ANVISA é necessária comprovação de eficácia quando na rotulagem ou publicidade são empregados os termos: adelgaçante, redutor de medidas, modeladores, alisando e firmando a pele, dentre outros. Além disso,é necessária a comprovação dos atributos mensuráveis declarados na rotulagem. Exemplo: reduz 79% da celulite. Segundo a empresa, o produto passou por testes clínicos, mas não afirma o percentual de redução da celulite. Vale ressaltar que o rótulo não contém informação sobre quantidade de L. rhamnous, inulina nem de oligofrutose presente na formulação.

Discussão
          Todos os componentes principais da formulação culminam numa redução do colesterol e auxiliam no controle glicêmico, basicamente. Então é possível que as afirmações feitas no rótulo em relação à redução da celulite sejam um resultado de um possível emagrecimento provocado por essas substâncias. Porém, a indicação de uso orienta ao consumidor a redução de 500kcal em sua dieta, seria o Innéov Silhouette totalmente responsável pela melhora física observada?
            
          Uma pesquisa feita em diversos blogs com relatos de pessoas que utilizaram o Innéov Silhouette de acordo com o indicado relataram estar bastante satisfeitas com os resultados em relação ao emagrecimento, mas nem todas comentam o efeito anticelulite, pois o mesmo é mais discreto e algumas mulheres relataram que demora mais para aparecer. Sendo assim, afirmo: não existem milagres, se você não possui um problema hormonal, para emagrecer e perder a celulite basta ter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos!

Referências:

ANVISA. Registro ANVISA nº 647520006. Disponível em: <https://www.smerp.com.br/anvisa/?ac=prodDetail&anvisaId=647520006> Acesso em: 27/12/2016.

ANVISA. Guia para Comprovação da Segurança de Alimentos e Ingredientes. Fevereiro/2013. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/395734/Guia+para+Comprova%C3%A7%C3%A3o+da+Seguran%C3%A7a+de+Alimentos+e+Ingredientes/f3429948-03db-4c02-ae9c-ee60a593ad9c>. Acesso em: 27/12/2016.
ANVISA. Orientações para Elaboração de Dossiê de Produto Cosmético. Abril/2008. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/orientacoes_elaboracao_dossie_produto_cosmetico.pdf> . Acesso em: 27/12/2016.
Boletim. Probiótico L. rhamnosus. Mapric. Disponível em: <http://mapric.com.br/anexos/boletim499_14112007_084511.pdf> Acesso em: 27/12/2016.
Sociedade Brasileira de Dermatologia. Celulite. Publicado em: 25/10/2016. Bagatin E. Disponível em: <http://www.sbd.org.br/doenca/celulite/>Acesso em: 27/12/2016.
Informações Técnicas. Via Farma. Inulina. Priscila Sandmann. Publicado em: 18/03/2013.Disponível em:< http://viafarmanet.com.br/wp-content/uploads/2015/07/INULINA.pdf> Acesso em: 27/12/2016.


Article 24

$
0
0
Alho cozido x Alho in natura

Introdução:
A utilização do alho nos alimentos como condimento e aromatizante, ou o aproveitamento de suas propriedades medicinais para recurso terapêutico, é bastante antiga. Existe, aproximadamente, 600 espécies de alho conhecidas e seu potencial uso antimicrobiano e antiviral é muito importante.
No geral, o alho contém diversas propriedades terapêuticas, as quais vem sendo bastante especuladas, dentre estas, podemos citar: a utilização para o combate á diabetes, aumento do sistema imune, e consequentemente, aumentando a resistência contra as infecções, também vem sendo utilizado para doenças gastrointestinais, cardiovasculares, doenças as quais envolvem as vias respiratórias, e além de todas essas propriedades, ainda existe estudos  sobre atividade antineoplásica o qual o alho pode exercer, inibindo pró-carcinogênicos para alguns tipos de canceres através da redução da ativação e desintoxicação desses compostos no organismo. Pesquisas ainda apontam que algumas espécies de alho contém atividade semelhante de alguns antibióticos, o que pode ser uma alternativa, já que cresce cada vez mais a resistência ao uso dos antimicrobianos disponíveis.
O alho possui uma composição bastante variada de elementos, que abrange vitaminas, minerais, compostos sulfurosos, compostos fenólicos, glicosídeos, carboidratos, entre outros compostos. Por possuir uma considerável atividade enzimática esse vegetal sofre importantes alterações na sua composição. No entanto, apesar de vários fitoquímicos serem elucidados, os compostos organosulfurados tem maior concentração nesse vegetal, e segundo alguns autores, esses compostos sulfurosos são alterados quando são submetidos a processos térmicos, com isso há redução ou aumento de determinados compostos.
Portanto, o presente trabalho visa mostrar a composição química presente no alho e suas alterações conforme são submetidos a processos térmicos. Por sofrer essas alterações, entra-se em questão o fato do alho perder ou não suas propriedades importantes.

 Fundamentos Bromatológicos:
Abaixo, encontra-se a composição referente ao alho e suas propriedades terapêuticas e funcionais, deve-se ressaltar que a composição do alho varia de acordo com o clima, condições de plantio, entre outros.




As características marcantes do alho, sabor e aroma, e sua função protetora a saúde são atribuídos a compostos sulfurados existentes neste vegetal. Podemos citar: Aliina, y-glutamilcisteína, ajoeno, alicina, entre outros.
O alho in natura possui a Aliina, quando este é submetido a processo de maceração, trituração, libera aliinase, que converte aliina em alicina, esta por sua vez, é um composto intermediário, para posteriores compostos organosulfurados.
O alho possui grande quantidade de fitoquimicos, os quais ajudam em doenças degenerativas, apresenta inulina, o qual reduz a glicose sanguínea, possui quercetina, um flavonóide natural, apresenta altos teores de zinco e selênio que produzem uma imunoestimulação, e a Alicina e Garlicina promovem efeitos bacteriostáticos.
Legislação:
De acordo com a Anvisa:
‘’As alegações de propriedade funcional utilizadas nos chamados “alimentos funcionais” estão relacionados ao papel metabólico ou fisiológico que um nutriente (ex. fibras) ou não nutriente (ex. licopeno) tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções do organismo. Isso significa que estes alimentos contêm ingredientes que podem auxiliar, por exemplo, na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, na proteção das células contra os radicais livres, no funcionamento do intestino, na redução da absorção do colesterol, no equilíbrio da flora intestinal, entre outros, desde que seu consumo esteja associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. ‘’

A Anvisa regulamentou alimento funcional através de 3 resoluções:
Resolução nº 16, de 30 de abril de 1999 - Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos para registro de Alimentos e ou Novos Ingredientes, constante do anexo desta Portaria.
Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999 - Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para a Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos
Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999 -Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos, constante do anexo desta portaria

Para registrar um alimento como funcional deve-se comprovar  as propriedades funcionais e benéficas a saúde .


Análise e Discussão:

Os compostos sulfurados são responsáveis pelo sabor, aroma, os quais no alho in natura, são inodoros. Quando tem-se a trituração, danificação do vegetal ocorre ruptura da parede celular, e quando ocorre esse fenômeno é liberado a alinase.
A alinase é uma enzima o qual promove a conversão da Aliina em alicina, a alicina por sua vez, é responsável pelo odor característico do alho. A alicina, por ser altamente instável, se decompõe por processo espontâneo e da origem a outros compostos sulfurosos.
Figura: Transformação da aliina por alicina, por catalisação enzimática.

O composto que está presente na célula intacta do alho é Aliina, e ocorre a transformação desta em Alicina. Quando o alho é cortado, amassado, vários dos componentes sulfurados são liberados na célula, a interação entre os diversos compostos irá desencadear um conjunto de mais compostos, tipo reação em cadeia. Como a biodisponibilidade dos compostos do alho é um fator crítico, por possuir os componentes voláteis, e componentes que quando submetidos ao tratamento térmico diminuem suas concentrações, é importante o consumo do alho logo após o preparo,. Existe estudos, os quais mostram que o alho submetido ao calor pode bloquear a capacidade de ligação com metabólitos carcinogênicos, diminuindo assim sua atividade antineoplásica. 

Quando aquece o alho, ocorre a desnaturação da enzima allinase, que é importante para a formação da alicina. Tem-se uma perda da aliinase, tem-se consequentemente perda de alicina, e consequentemente perda de outros compostos que são derivados desta, como por exemplo uma diminuição dos sulfetos e dissulfetos.

É muito importante tomar cuidado na hora do consumo do alho, pois suas propriedades podem ser reduzidas se submetidas a determinados processos. É interessante o consumo do alho na forma crua, ou de sucos, picado, fatiado, amassado. Atualmente, foram desenvolvidas capsulas de óleo de alho como alternativa ao alho cru, já que consumir o alho in naturaé mais complicado por suas características marcantes.


Conclusão:

Portanto, pode-se concluir que o alho possui diversas propriedades benéficas ao organismo, por possuir compostos ativos com as mais variadas funções. Entretanto é necessário uma atenção ao preparo deste alimento, uma vez que, determinados processos podem induzir redução de compostos essenciais nas atividades terapêuticas. O consumo do alho in natura, é mais recomendado, entretanto deve-se fica atendo a quantidade ingerida diariamente, uma vez que, em excesso também pode causar danos aos indivíduos.

Bibliografia:



CRIZEL, M. M. ALHO: CARACTERÍSTICAS, PROCESSAMENTO E BENEFÍCIOS À SAÚDE. Universidade Federal de Pelotas, 2009.

  

O uso de capsulas de cafeína e o risco de toxicidade

$
0
0

O uso da cafeína em cápsulas para o emagrecimento pode oferecer riscos?

De acordo com a Nutrilatina, as cápsulas de LINOLEN® LINOLASER CAFFEINE contém 300 mg de cafeína livre e microencapsulada, agindo diretamente na queima da gordura acumulada no tecido adiposo, promovendo redução significativa da celulite e das medidas corporais, uma vez que a disfunção envolve o aumento das células de gordura. A tecnologia usada no processo físico-químico a qual a cafeína é obtida, proporciona a liberação gradual da substância ativa no corpo. Com isso, aumenta seu tempo de permanência no organismo e prolonga os efeitos da cafeína sobre a redução da celulite e das medidas corporais. Essas cápsulas possuem 300 mg de cafeína que, se combinada com o consumo de cafeína presente em outras bebidas consumidas normalmente no dia a dia como o café e a coca-cola, pode ultrapassar o limite máximo diário de 400 mg  e trazer efeitos tóxicos ao organismo.  A tecnologia utilizada nas cápsulas aumenta o tempo de permanência da cafeína no organismo, que apesar dos efeitos benéficos obtidos da termogênese da cafeína, aumento o risco de toxicidade, se não controlada a quantidade de cafeína diária.



Revisão da legislação:
De acordo com a RDC 18 de 2010 os suplementos de cafeína para atletas devem fornecer entre 210 e 420 mg de cafeína na porção. Nos rótulos de suplementos de cafeína para atletas deve constar a advertência em destaque e negrito: "Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades". A quantidade de cafeína na porção deve ser declarada no rótulo do produto. De acordo com o FDA o limite máximo diário de cafeína é de 400 mg.

Fundamentos bromatológicos anunciados e discussão














O LINOLEN® LINOLASER CAFFEINE possui 300 mg de cafeína declarados no rótulo, estando adequado a legislação. A Nutrilatina informa em seu site que o produto é útil para a redução de peso e de celulite devido às propriedades termogênicas da cafeína e da tecnologia utilizada nas cápsulas, que permite um maior tempo de permanência da cafeína no organismo. Porém, não alerta sobre os perigos da cafeína que, apesar de sua propriedade benéfica de termogênese, pode apresentar uma série de efeitos tóxicos que podem estar associados a um consumo elevado ou até a uma lenta metabolização pelo organismo. A cafeína está presente em muitas bebidas e alimentos consumidos diariamente, como o mate, a coca-cola e a própria xícara de café. Uma xícara de café expresso contém em torno de 80 mg de cafeína, se uma pessoa consumir uma cápsula de LINOLEN® LINOLASER CAFFEINE no dia, que possui 300 mg de cafeína, e duas xícaras de café, somando 460 mg, o limite máximo já teria sido ultrapassado. Além disso, o tempo de permanência da cafeína proveniente dessas capsulas no organismo é maior, podendo potencializar seus efeitos adversos.  Para que uma pessoa faça uso dessas cápsulas, a quantidade diária da cafeína consumida em cada alimento teria que ser calculada a fim de se evitar os efeitos tóxicos que ela pode causar. Entre esses efeitos estão: palpitações, convulsões, dores de cabeça e ansiedade. Além disso, deve ser levada em conta a sensibilidade á cafeína, que varia dependendo do indivíduo. A metabolização é mais lenta durante a gravidez, por isso mulheres grávidas devem ter cuidado e moderar o consumo dessa substância. Pessoas que são sensíveis à cafeína precisam evitar o consumo dessas cápsulas, já que possuem um maior risco de apresentarem os efeitos tóxicos dessa substância.

Conclusão
A necessidade de ingestão das cápsulas de cafeína deve ser bem analisada, já que a cafeína pode ser obtida de outros alimentos e bebidas, assim como a sua propriedade termogênica. Não é recomendada a ingestão dessas cápsulas por gestantes e pessoas sensíveis a essa substância, o que deveria ser alertado no rótulo e no site da Nutrilatina. O rótulo do produto também deveria alertar sobre os possíveis efeitos tóxicos da cafeína em dose elevada, orientando sobre o controle do seu consumo em cápsulas juntamente com outros alimentos e bebidas que contenham cafeína. A sua quantidade deve ser calculada e controlada, respeitando o limite máximo de 400 mg diminuindo os riscos de ocorrência de efeitos tóxicos.

Referências Bibliográficas
Disponível em <http://www.goiasagora.go.gov.br/vigilancia-sanitaria-orienta-sobre-o-uso-de-termogenicos/> Acesso em 22/12/2016
Disponível em <https://www.proteste.org.br/alimentacao/refrigerante-e-bebida/noticia/cafeina-nao-consuma-em-excesso> Acesso em 22/12/2016
Disponível em <http://www.nutrilatina.com.br/institucional/o-poder-da-cafeina-agora-em-capsulas/> Acesso em 22/12/2016
Disponível em < http://www.fda.gov/downloads/ForConsumers/ConsumerUpdates/UCM350740.pdf> Acesso em 22/12/2016
Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/RDC%2B18_2010.pdf/d6815465-e99a-477f-bb35-48b1432b380e> Acesso em 22/12/2016.

O uso inadequado de Shakes e o risco de desequilíbrio nutricional

$
0
0


O lipomax shake possui a quantidade de nutrientes necessária para substituir uma refeição principal e ainda manter o organismo equilibrado?

De acordo com o fabricante o Shake Diet Lipomax com Leite nos sabores Chocolate, Morango e Baunilha contém colágeno, que age na firmeza da pele combatendo a flacidez e te auxilia de uma forma saudável a emagrecer. O Kit Shake Lipomax com Leite, vem em três sabores, auxilia no emagrecimento, substitui as principais refeições, promovendo saciedade e praticidade. O uso de shakes de baixa caloria, como o lipomax, para substituir uma ou até mesmo duas refeições principais do dia pode gerar danos sérios a saúde, como por exemplo hipovitaminoses, já que não garantem o consumo ideal de 2000 kcal por dia, e ainda não possuem a quantidade de vitaminas e minerais adequada para o bom funcionamento do organismo.



Revisão da Legislação:
A legislação que regulamenta os shakes é a Portaria nº 30, de 13 de janeiro de 1998.
Em relação a energia é estabelecido que esta não deve ser inferior a 200 kcal (840 kJ) nem exceder a 400 kcal (1.680 kJ) por porção pronta para o consumo. As proteínas devem fornecer no mínimo 25% e no máximo 50% do valor energético total desses alimentos. A ingestão total diária de proteínas não deve exceder a 125g. às Refeições devem fornecer por porção, na refeição substituída, no mínimo 33% da quantidade de vitaminas e minerais constantes do ANEXO B da legislação.
Para a rotulagem dos shakes são pontos importantes estabelecidos nessa legislação: A instrução do modo de uso do alimento para redução, manutenção ou ganho de peso corporal ; A orientação em destaque e em negrito: "Ao consumir este alimento aumentar a ingestão diária de água" ; A orientação em destaque e em negrito: "Este produto não deve ser usado na gestação, amamentação e por lactentes, crianças, adolescentes e idosos, exceto sob indicação de médico ou nutricionista", para o Alimento para redução ou manutenção de peso por Substituição Parcial das Refeições ou para Ganho de Peso por Acréscimo às Refeições.

Fundamentos bromatológicos anunciados e discussão




Os componentes da tabela nutricional do shake lipomax estão dentro da quantidade estabelecida pela legislação da ANVISA.


Apesar do produto afirmar ser seguro para emagrecer através da substituição de refeições principais e estar dentro da legislação da ANVISA, existem riscos importantes.
O primeiro ponto seria que a quantidade de calorias ideal para o consumo diário seria de 2000 kcal, enquanto que cada porção do produto fornece apenas 200 kcal. Se uma pessoa ingerir duas porções do produto e fizer mais uma refeição completa, pode não atingir nem 1000 kcal, gerando um quadro de déficit nutricional. Caso a pessoa ainda faça exercícios físicos, o gasto energético poderá ser muito maior que o ganho, podendo gerar problemas para o organismo.
O risco de hipovitaminoses é outra questão importante. Se a pessoa consumir os shakes e a sensação de saciedade a fizer não consumir outros alimentos, há o risco da quantidade de vitaminas ficar abaixo do recomendado diariamente. Se o consumo for feito dessa maneira inadequada por um longo período de tempo pode gerar sérios problemas de saúde como uma beribéri hipovitaminose causada pela falta de vitamina B1, responsável pelo bom funcionamento do sistema nervoso, músculos e coração.
Além disso, quando o indivíduo parar de utilizar o shake pode voltar a ganhar peso rapidamente, sem benefícios para a saúde, já que na maioria das vezes os shakes favorecem a perda de massa muscular, água, eletrólitos e minerais, ao invés de gordura.
Nas pesquisas realizadas em 2005 e 2010 , a ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) apresentou dados apontando que os shakes de substituição de refeição estão longe da dieta tida como saudável e recomendada por nutricionistas, por possirem uma quantidade muito restrita de calorias e de gorduras, além de apresentarem uma porcentagem excessiva das calorias em forma de proteínas e carboidratos.

Conclusão

Os shakes não são a forma mais adequada para emagrecer, como foi observado com os riscos que oferecem ao consumidor. A legislação deveria aumentar a quantidade mínima de calorias permitidas por porção dos shakes e proibir que fossem indicados como substituintes de refeições principais. Se houver a necessidade de sua utilização o correto é consultar um nutricionista que programe uma dieta que forneça os nutrientes necessários para se emagrecer com saúde utilizando o shake como um elemento da alimentação, e não como um substituinte das refeições principais. A alimentação equilibrada aliada a prática de exercícios físicos regulares é a melhor opção para quem deseja emagrecer de forma saudável e sem oferecer riscos à saúde.

Referências:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_30_1998.pdf/31b6e27f-4640-401b-9981-1b33f9834d73>.Acesso em 20/12/2016
Disponível em: <http://www.drogasil.com.br/lipomax-shake-diet-economico-com-leite-3x1-3-saches-com-300g-cada.html?utm_campaign=&utm_content=52934&utm_medium=ppc&utm_source=comparador-google.com.br&utm_term=&gclid=CjwKEAiAp97CBRDr2Oyl-faxqRMSJABx4kh9j1jcT-t8btdQpi-8r9yEQ5EDbUYhjggz7AVyBBBb0BoCKu3w_wcB>.Acesso em 20/12/2016
Disponível em: <http://www.unifal-mg.edu.br/cefal/sites/default/files/Boletim_024_0.pdf>.Acesso em 20/12/2016
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/07/22/shakes-emagrecedores-geram-desequilibrio-nutricional-e-seu-consumo-precisa-de-acompanhamento.jhtm>.Acesso em 20/12/2016
Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/entenda-os-riscos-do-uso-inadequado-de-shakes-e-chas-para-emagrecer.html>.Acesso em 20/12/2016.






Suplementos de Ácido Ascórbico e Sistema Imunológico

$
0
0

Figura 1 - Sundown Sun C em suas duas apresentações (500mg e 1000mg)


Diversos tipos de Suplementos Vitamínicos de Ácido Ascórbico podem ser encontrados nas prateleiras de farmácias e mercados, sendo assim o consumidor na esperança de “fortalecer o sistema imunológico” acaba por optar em gastar mais com produtos, que como a Vitamina C poderiam ser facilmente obtidos na alimentação. Seria então o Ácido Ascórbico Sintético (Suplementos Vitamínicos de vitamina C) a melhor escolha sendo eficazes  e necessários para o sistema imunológico  prevenindo por exemplo crises de gripes e resfriados?


Descrição

  SUN C é um suplemento vitamínico dos laboratórios SUNDOWN NATURALS ® indicado como auxiliar do sistema imunológico, que possui função antioxidante, auxilia nos processos de anemias carenciais, nos processos pós-cirúrgicos e cicatrizantes. É composto por Ácido Ascórbico puro, em comprimidos revestidos.  São comercializados em tabletes de cor bege uniforme que apresentam-se na forma de 500mg e de 1000mg.  Possuem como excipientes a celulose vegetal, ácido esteárico vegetal, estearato de magnésio vegetal, dióxido de titânio, dióxido de silício, corante caramelo natural. Suas apresentações podem ser vendidas na forma de 30, 100 ou 180 tabletes, e a dose diária recomendada é de 1 tablete 1 vez ao dia, de preferência com a principal refeição. [1]


Fundamentos Bromatológicos


 O ácido ascórbico é um composto hidrossolúvel que corresponde a uma forma oxidada da glicose.

Figura 2- Estrutura do Ácido Ascórbico 


A vitamina C pertence ao grupo das vitaminas hidrossolúveis, não sendo armazenada no organismo de humanos e primatas, e eliminada em pequenas quantidades através da urina. Logo, a ausência desse armazenamento reflete uma administração diária.
O nome químico ácido ascórbico representa as duas propriedades da substância, uma química e a outra biológica. Primeiro, é um ácido e segundo, a palavra ascórbico reflete o seu valor biológico na proteção que tem contra a doença escorbuto.
Tem a capacidade de ceder e receber elétrons, o que lhe confere um papel essencial como antioxidante. Dessa forma, a vitamina C participa do sistema de proteção antioxidante, assumindo a função de reciclar a vitamina E.
As moléculas que possuam seis átomos de carbono, seis átomos de oxigênio e oito átomos de hidrogênio, formam uma molécula de vitamina C, devendo estes átomos estarem organizados num determinado arranjo molecular,incluindo os átomos de carbono específicos, quirais.
O ácido ascórbico possui diversas funções. É necessário para a formação e reparação do colágeno, pois está envolvido na hidroxilação da prolina para formar hidroxiprolina, necessária para a síntese de colágeno, bem como participa no metabolismo da tirosina (aminoácido essencial), metabolismo de  carboidratos, da norepinefrina, histamina, fenilalanina e do ferro.
O ácido ascórbico pode ser administrado por via oral, intramuscular, subcutânea e intravenosa. Por via oral, a vitamina C é absorvido através de um processo de transporte ativo. A absorção depende da integridade do trato digestivo do paciente. Está presente em diversos alimentos, estando alguns exemplos representados na Tabela 1:

Tabela 1: Exemplos de Alimentos ricos em Vitamina C - Fonte [3]


   Em condições normais, um indivíduo consegue armazenar cerca de 1,5 g de ácido ascórbico que se renova diariamente em 30 a 45 mg. Sua distribuição é muito grande, mas as maiores concentrações são observadas nos tecidos glandulares. A parte principal do ácido ascórbico é oxidação de forma reversível um ácido dehidroascórbico, sendo o resto transformado em metabólitos inactivos se excretam na urina. Quando existe um excesso de ácido ascórbico no organismo, é um sintoma de metabolismo, que serve para determinar se existe ou não um estado de saturação de vitamina C. O ácido ascórbico não deve ser utilizado em pacientes com doenças  renais, como é recomendado no próprio rótulo (site) do produto SUNDWON C.
 É de extrema importância estar atento as doses diárias ingeridas, pois o valor recomendado já não é muito alto (Representados na Tabela 2), e doses de 2 g ou superiores já foram demonstradas que podem causar efeitos adversos como  gastroenterite ou diarreia osmótica em alguns indivíduos. Entre os efeitos adversos relacionados ao consumo excessivo estão: distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e absorção excessiva de ferro.

Legislação 

De acordo com a ANVISA, Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998 ,que Aprova o Regulamento Técnico para Suplementos Vitamínicos e ou de Minerais, suplementos", estes são alimentos que servem para comtemplar com estes nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação. Devem conter um mínimo de 25%, e no máximo até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva.
Os Suplementos Vitamínicos e ou Minerais não podem ser apregoados indicações terapêuticas.
A tabela abaixo mostra a recomendação diária de Ingestão recomendada de vitamina C (mg/dia) pela tabela da ANVISA e da NAS/USDA:National Academy of Science em diferentes subgrupos:

Tabela 2: Recomendação diária em mg recomendada - NAS/USDA:National Academy of Science Organização Mundial da Saúde; ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.



Discussão e Análise


Segundo [5], uma revisão Cochrane, que incluiu 30 ensaios clínicos controlados (n = 11.350 participantes), avaliou o risco de se contrair um resfriado após receber ácido ascórbico como profilaxia e mostrou que mostrou que a ingestão regular de ácido ascórbico não tem efeito algum sobre a incidência do resfriado comum na população que foi estudada. Demonstrava apenas redução leve na duração e na gravidade dos sintomas do resfriado comum. O risco relativo (RR) agrupado foi de 0,96 (intervalos de confiança [IC] de 95%: 0,92-1,00). O efeito foi tão pequena que sua utilidade clínica é incerta.
Um subgrupo de seis ensaios clínicos com um total de 622 maratonistas, esquiadores e soldados em exercícios em ambiente frio mostrou um RR agrupado de 0,5 (IC de 95%: 0,38-0,66). Nesse subgrupo, o ácido ascórbico reduziu o risco de adquirir resfriado comum pela metade .
Outra revisão Cochrane, com 30 ensaios clínicos controlados (n = 9.676 episódios respiratórios), avaliou a duração de episódios de resfriado comum durante a profilaxia. Foi observado efeito benéfico consistente, porém pequeno, na duração dos sintomas do resfriado, representando uma redução de duração do resfriado de 8% (IC 95%: 3% a 13%) para os adultos e de 13,6% (IC 95%: 5%-22%) para crianças.  A Revisão Cochrane, que incluiu sete ensaios clínicos (incluíam = 3.294 episódios respiratórios) apresentou metanálise para a duração do episódio de resfriado durante o tratamento com ácido ascórbico, iniciado após o surgimento dos sintomas. Não foi observada diferença significativa quando comparado ao placebo. Quatro ensaios clínicos comparativos (n = 2.753 episódios respiratórios) contribuíram com a metanálise sobre a gravidade do resfriado durante o tratamento e não foi observada nenhuma diferença significativa quando comparado o tratamento com placebo.


 Os testes com doses terapêuticas elevadas de ácido ascórbico (após o aparecimento dos sintomas) não mostraram efeito sobre a redução ou a gravidade dos sintomas. 
Contudo, houve poucos ensaios que avaliaram o uso terapêutico de ácido ascórbico e a qualidade dos estudos foi variável. Os autores concluíram e relatam que é necessária a realização de mais ensaios clínicos para avaliem a eficácia terapêutica dessa vitamina sintética.
Logo, com a conclusão dos estudos citados acima, é possível demonstrar que não é recomendado a administração de suplementos de ácido ascórbico como prevenção, auxiliando o sistema imunológico na prevenção de resfriados, pois ainda não foi comprovado cientificamente que o uso desses suplementos irá realmente funcionar para tal fim. Pelo contrário, ainda há o risco de toxicidade,portanto o consumo excessivo de suplementos de ácido ascórbico deve ser alertado.


Conclusão

A vitamina C está presente em diversas funções do sistema imunológico, como motilidade leucocitária, quimiotaxia, atividade bactericida, entre outros. Um nível de vitamina C adequado é essencial para a função imunológica normal, porém não se faz necessário o uso de suplementos vitamínicos para tal fim.Como foi demonstrado, a mesma está presente em alimentos diversos, podendo ser obtida facilmente a partir de uma alimentação adequada, contendo frutas e legumes diariamente, sendo um método mais fácil e barato de poder obter seus níveis diários, dispensando o uso de suplementos para isto, que como foi demonstrado, não é bem evidenciado cientificamente que o ácido ascórbico sintético possa realmente auxiliar na prevenção de resfriados e gripes. 
Logo, considerando as ponderações referentes a esse estudo, conclui-se que uma alimentação adequada contendo vitamina C é a melhor opção para manter seus níveis no organismo, dispensando assim suplementos vitamínicos para tal fim de auxiliar o sistema imunológico, bem como na prevenção de gripes e resfriados.


Bibliografia:

  • [1]- Suplementos Nutricionais - SUN C - Vitamina C – Informações <http://www.sundownvitaminas.com.br/produtos.php?id=75&id_categoria=3> Último Acesso em: 04/01/2017 as 21:41
  • [2]- REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) PARA PROTEÍNA, VITAMINAS E MINERAIS  <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B8989-1-0%5D.PDFÚltimo Acesso em: 04/01/2017 as 20:00
  • [3]- Tabela: FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 29 – 2014, pg 60 <http://www.revistafi.com/materias/378.pdf> Último Acesso em: 04/01/2017 as 15:00
  • [4]- Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes Ácido ascórbico (Vitamina C)<http://ilsi.wpengine.com/brasil/wp-content/uploads/sites/9/2016/05/21-Vitamina-C.pdf> Último Acesso em: 04/01/2017 as 18:34
  • [5]- Uso Racional da Vitamina C (ácido ascórbico) – Conselho Federal de Farmácia http://www.cff.org.br/userfiles/file/cebrim/Cebrim%20Informa/Uso%20Racional%20da%20Vitamina%20C%2018-03-2013.pdf
  • [6]- ANVISA - PORTARIA Nº 32, DE 13 DE JANEIRO DE 1998<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_32_1998.pdf/551775c4-9fc2-4f62-bb62-c7ceea757476> Último Acesso em: 04/01/2017 as 17:30














Importância da interpretação dos rótulos de alimentos integrais

$
0
0

                             


Um dos problemas identificados nas dietas ultimamente é a baixa ingestão de fibras. Por outro lado, observa-se também um crescimento da população que busca alimentação mais adequada para sua saúde. Assim, a indústria alimentícia tem procurado satisfazer as exigências do consumidor, pois coloca no mercado uma grande variedade de alimentos integrais, para que a população possa consumir produtos industrializados, ingerindo a quantidade recomendada de fibra diariamente.

Fundamentos bromatológicos

Atualmente com a grande produção de alimentos industrializados há uma diminuição do consumo de alimentos naturais e assim, uma diminuição da ingestão de fibras pela população. Esse processo vem contribuindo para um aumento ou agravamento de certas patologias, com destaque para constipação intestinal.

Os componentes das fibras da dieta podem ser categorizados como fibra solúvel e fibra insolúvel, baseado nas propriedades físicas e papeis fisiológicos. A maioria das pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemiceluloses são caracterizadas como fibras solúveis e, entre essas suas principais fontes, destacam-se as frutas, verduras, farelo de aveia, cevada e leguminosas. Já as insolúveis incluem a celulose, lignina e hemicelulose encontradas, principalmente, no farelo de trigo, grãos integrais e verduras.

As fibras insolúveis são consideradas aquelas com o maior efeito sobre o volume fecal, elas aumentam o volume das evacuações, promovem regulação no tempo de trânsito intestinal e diminuem a pressão da luz intestinal. As fibras solúveis, principalmente as viscosas, têm efeitos metabólicos, como atuar no metabolismo dos carboidratos e no controle da glicemia, na redução dos triglicerídeos e colesterol sanguíneo e como substrato pára formação de ácidos graxos de cadeia curta.

O tratamento da constipação constitui o estabelecimento de bons hábitos de saúde, como refeições regulares, dieta adequada fornecendo fibras, tempo regular para a eliminação, descanso, relaxamento, ingestão adequada de líquidos e a prática de exercícios físicos.
Por outro lado, devem-se considerar os efeitos adversos do uso exagerado de fibras, como a diminuição na absorção de minerais como o ferro, magnésio, cálcio e fósforo, decorrentes da redução do tempo intestinal e a formação de complexos insolúveis(ácido oxálico e o ácido fítico) entre os minerais e as substâncias. Por isso, a dieta diária deve conter pelo menos 25g de fibras dietética, que pode ser fornecida por quantidades amplas de frutas, vegetais e grãos integrais.

Legislação

A informação nutricional complementar é a representação que sugere ou destaca que um produto possui propriedades nutricionais particulares relativas ao seu valor energético e/ou seu conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas e/ou minerais.

De acordo com a portaria n° 27 de 13/01/1998 que aprova o regulamento técnico referente a informação nutricional complementar e considera, como atributo, “alto teor de fibras” se contiver, no mínimo, 6g de fibra/100g para alimentos sólidos e, no mínimo, 3g de fibras/100g para alimentos líquidos e o atributo “fonte de fibras” de no mínimo, 3g de fibras/100g para alimentos sólidos e mínimo de 1,5g de fibras/100g para alimentos líquidos.
A classificação de rotulagem existe para promover uma uniformidade dos conceitos e principalmente para que haja uma diretriz segura de modo a evitar que as informações incorretas e contraditórias os alcancem.

Discussão

Ao olhar a frente do rótulo do biscoito Club Social integral é possível localizar facilmente o destaque dado às informações: Fonte de fibras. O local e o modo como essas informações foram apresentadas pode ser um fator de decisão para o consumidor no momento da escolha de qual produto comprar.
De acordo com a Anvisa, para que um produto faça essa alegação, precisa ter 3g de fibra a cada 100g de produto. Quando analisamos 100g de Club Social Integral, a quantidade de fibras é exatamente 3 gramas, entretanto, 1 pacotinho que é a quantidade que as pessoas costumam consumir, só tem 26g, e portanto apenas 0,8g de fibras. Ou seja, no final das contas, o indivíduo que consumir somente 1 pacotinho não estará ingerindo uma quantidade significativa de fibras, e dessa forma, os resultados benéficos das fibras no organismo não são aparentes e significativos, qual é o intuito das pessoas que procuram opções integrais, como uma forma de complementar e variar o cardápio de maneira saudável.
Conclusão
A  indústria alimentícia esta cumprindo o que está estabelecido por lei, pois o teor de fibra foi condizente com o descrito no rótulo e também em relação ao uso de termos referentes ao teor de fibra. No entanto, para atingir uma alimentação saudável, além de fornecer informações  corretas sobre alimentação e saúde, deve-se proporcionar condições para que os indivíduos adotem das orientações que recebem e, ao mesmo tempo, evitar que informações incorretas e contraditórias os alcancem para que não ocorra enganos e não gere complicações posteriores devido a uma informação interpretada de forma equivocada.
Assim, permite a população ter maior segurança e usufruir dos avanços da rotulagem nutricional, podendo comparar melhor os alimentos e, dessa forma, adquirir um produto que satisfaça nutricional mente e economicamente.

Bibliografia
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).
Portaria nº 27 de 13 de janeiro de 1998. Disponibilidade em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/27_98.htm>.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).
RDC nº 360 de 23 de dezembro de 2003. Disponibilidade em:


http://br.mondelezinternational.com/home

Fibras :O segredo dos pães integrais para ter uma alimentação saudável

$
0
0




Introdução:

Um dos alimentos mais recomendados pelos profissionais de saúde é o pão integral. Devido a sua quantidade de fibras é muito bom para o organismo, já que a fibra alimentar produz impacto sobre a velocidade do trânsito intestinal, sobre o pH do cólon e sobre a produção de subprodutos com importante função fisiológica. Indivíduos com elevado consumo de fibras parecem apresentar menor risco para o desenvolvimento de doença coronariana, hipertensão, obesidade, diabetes e câncer de cólon.O aumento na ingestão de fibras reduz os níveis séricos de colesterol, melhora a glicemia em pacientes com diabetes, reduz o peso corporal e foi associado com menores níveis séricos de proteína C reativa ultrassensível.

Fundamentos bromatológicos:

  A fibra alimentar, também denominada fibra dietética, é resistente à ação das enzimas digestivas humanas e é constituída de polímeros de carboidratos, com três ou mais unidades monoméricas, e mais a lignina – um polímero de fenilpropano. As fibras são classificadas como fibras solúveis, viscosas ou facilmente fermentáveis no cólon, como a pectina, ou como fibras insolúveis como o farelo de trigo(fibra presente no pão  integral) que tem ação no aumento de volume do bolo fecal, mas com limitada fermentação no cólon.
  A importância das fibras para ter uma alimentação saudável é porque as fibras ocupam o lugar das calorias e nutrientes da dieta assim aumentam a mastigação, o que limita a ingestão por meio da promoção e secreção de saliva e suco gástrico, resultando na expansão do estômago e do aumento da saciedade e as fibras reduzem a eficiência da absorção de outros alimentos no intestino delgado. Ainda, os alimentos ricos em fibras têm uma densidade energética menor em comparação aos alimentos ricos em gorduras. Dessa forma, alimentos ricos em fibras poderiam estrategicamente substituir a energia (calorias) dos demais alimentos não ingeridos.
As recomendações atuais de ingestão de fibra alimentar na dieta variam de acordo com a idade, o sexo e o consumo energético, sendo a recomendação adequada em torno de 14 g de fibra para cada 1.000 kcal ingeridas.

Legislação e Discussão.

   O pão integral, segundo a Resolução-RDC nº 90, de 18 de outubro de 2000, é definido como
“produto preparado, obrigatoriamente, com farinha de trigo e farinha de trigo integral e/ou
fibra de trigo e ou farelo de trigo”. No entanto, devido à falta do estabelecimento de quantidades mínimas de farinha integral, qualquer quantidade, mesmo que ínfima, a rotulagem alegará como sendo farinha integral em sua composição.
   Diante deste dilema, foi elaborado o Projeto de Lei 5.081-A, de 2013, o qual dispõe sobre normas de comercialização do pão integral,,a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), verificando a necessidade de estabelecer critérios sobre a quantidade de farinha integral presente nos alimentos, sugeriu alterações na redação do Projeto de Lei, sendo que este está tramitando no Congresso Nacional em forma de Substitutivo.

  Segundo RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012, que define fonte de fibras ou alto conteúdo de fibras, o alimento para ser classificado como“alto conteúdo de fibras”, deve conter, no mínimo, 5g por porção de 50 gramas se for“fonte de fibras” deve conter, pelo menos, 2,5g por porção de 50 gramas.(ANVISA).As marcas de pães integrais,pelo menos no rotulo,todas informavam ser fonte de fibras e estavam de acordo com a RDC 54. As marcas que tinham farinha integral como principal ingrediente haviam valores maiores de fibras, por isso a importância do substitutivo que esta transmitando no congresso.O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, analisou o perfil nutricional do país e verificou que 68% da população consomem pouca fibra, ficando abaixo do recomendado.

Conclusão:

O pão integral não pode ser a unica forma de obtenção de fibras de uma pessoa ,pode complementar com frutas que possuam fibras, outros tipos de grãos  como feijão e outras leguminosas  para que se obtenha uma quantidade minima 14 gramas em cada 1000 calorias mas o pão integral é uma ótima forma de complemento para quem quer ser mais saudável já que esta muito presente em várias refeições brasileiras.

Bibliografias:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001>
   http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/demetra/article/viewFile/11979/11748


Consumo de barrinhas de cereais e de frutas para incluir fibras na alimentação: o que dizem os rótulos ?

$
0
0



  
                               
           
  As barras de cereais foram lançadas com o apelo de servir como alternativas saudáveis de alimentação. Sabe-se que na busca por mudanças alimentares benéficas, é importante a inclusão de produtos ricos em elementos essenciais como vitaminas, proteínas, fibras alimentares, entre outros. De acordo com a legislação e análise dos rótulos de algumas barras de cereais e de frutas disponíveis no mercado que alegam ser "fonte de fibras" ou ter "alto teor de fibras", esses produtos seriam uma opção para a inclusão de fibras na alimentação ?

Descrição do produto

 As barras de cereais apresentam-se como lanches práticos e rápidos para pessoas que possuem interesse em dieta e saúde. Neste contexto, as barras de cereais são preparadas a partir da escolha de cereais, carboidratos e outros componentes, levando em consideração a busca por sabor e valor nutricional através de aporte energético, baixo teor de gorduras e alto conteúdo de fibras. As barras de cereais podem ser as de granola e as de cereais e esses produtos são coextrusados a partir de  uma massa cozida com adição de pasta de frutas, podendo ocorrer a  mistura dos cereais com outros produtos  como nozes, castanhas e frutas. As barras são formadas a partir da mistura com compostos ligantes e posteriormente são extrusadas a frio e embaladas.


 Fundamentos Bromatológicos

     As fibras alimentares são a denominação nutricional das porções comestíveis dos vegetais que não possuem a capacidade de serem digeridas e absorvidas pelo trato gastrointestinal, e passam de maneira intactas para o intestino grosso onde ocorre a fermentação completa.





Segundo a classificação da Comissão em Nutrição e Alimentos para  Usos Especiais na Dieta (CODEX) as fibras dietéticas têm a composição química constituídas por polímeros de carboidratos com dez ou mais unidades monoméricas, as quais são resistentes à hidrólise por enzimas endógenas no intestino de seres humanos.

    De acordo com a solubilidade, as fibras podem ser classificadas em dois grupos de acordo com a solubilidade: as fibras solúveis, que são presentes em frutas, verduras, aveia, cevada, centeio,  leguminosas (ex : pectinas, gomas, mucilagens) e as fibras insolúveis, presentes em verduras, farelo de trigo, cereais integrais (ex : celulose, hemiceluloses, ligninas) .

    No ponto de vista fisiológico, as fibras solúveis atuam na redução no esvaziamento gástrico (maior saciedade), no aumento do tempo de absorção dos nutrientes no intestino delgado, permitindo a proliferação de bactérias da flora intestinal, na manutenção dos níveis de minerais, diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo e proteção contra o câncer de intestino. Já as fibras insolúveis possuem ação no aumento do volume e fluidez das fezes, estimulando o bom funcionamento intestinal e na prevenção de constipação intestinal pois atuam como laxantes naturais).

Para que sejam alcançados as ações fisiológicas benéficas da fibras,  a recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, o que demonstra que a informação nutricional contida nos rótulo deve atuar como uma ferramenta que auxilie o consumidor para que se alcance essa quantidade.

Legislação

    As barras de cereais são produtos embalados que possuem rótulos, que são qualquer  informação contida na embalagem referente ao produto. Nos rótulos a informação do perfil nutricional pode ser feita pela Informação Nutricional Complementar (INC) que utiliza denominações como “rico em fibras”, entre outras, nas regiões mais visíveis da embalagem de acordo com a Resolução Nº 54/2012. Já a outra maneira de informação nutricional é a obrigatória ou absoluta, localizada na parte posterior da embalagem e que contém dados quanto às calorias, carboidratos, proteínas, gorduras totais saturadas e trans, teor de fibras, sódio, entre outros nutrientes.

A RDC nº 54 de 12 de novembro de 2012 dispõe que um alimento sólido é considerado fonte de fibra quando possuir um mínimo de 2,5 g de fibra/porção  e como alto teor de fibra, quando contém,no mínimo, 5g de fibras/porção.

Discussão e análise
       
 Foram avaliados os rótulos de 3 marcas de barras de cereais disponíveis no mercado com a finalidade de verificar se a rotulagem está de acordo com o especificado na legislação.

Na tabela abaixo pode-se ver que nenhuma das barras esta de acordo com regulamento técnico sobre a informação nutricional complementar da ANVISA, 2012.  Segundo este regulamento, para que as barras 1 (Barra de frutas Supino - Banana Brasil) e 2 (Levittá Frutas - Banana Brasil) fossem consideradas com alto teor de fibras, como indica a sua INC nas partes da frente de suas embalagens, elas deveriam possuir  5g de fibra/porção, no mínimo. Já a barra 3 ( Banana Zero adição de açúcar - Ritter Alimentos), para poder ser considerada  como  fonte de fibras deveria apresentar no mínimo 2,5 g de fibras/porção.
 
Barra de cereal
Peso
Fibras
INC apresentada na embalagem
1- Supino Barra de frutas
27g
1,9 g
Alto teor de fibras
2- Levitá  Barra de mix de frutas
20g
1,5 g
Alto teor de fibras
3- Ritter banana
25g
3,2 g
Fonte de fibras
INC - informação nutricional complementar

O consumo de uma quantidade adequada de fibras alimentares é parâmetro de uma alimentação saudável, na qual a recomendação média de ingestão de fibra alimentar total para adultos corresponde a 25g/dia. Dessa forma, a comunicação realizada entre os rótulos e os consumidores é essencial e é necessária clareza e facilidade de compreensão das informações da rotulagem.


    Uma vez que as fibras alimentares constituem um importante componente das dietas e é indicada para condições clínicas como constipação, câncer de intestino, diabetes e hemorroidas, a adequação e formulação corretas da embalagens e rótulos dos produtos é necessária para que o consumidor seja beneficiado durante a compra de produtos como as barrinhas de cereais e de frutas, visto que nas amostras utilizadas nenhuma apresentou a quantidade necessária para as classificações alegadas.

O consumo de fibras é associado a uma alimentação equilibrada e, sendo assim, existem diversos alimentos que podem ser considerados como alternativa saudáveis e naturais na busca por maior ingestão de fibras, como maçãs (3,3 g de fibras/ unidade), goiaba (3,0 g de fibras/ unidade) e pinha (6,8 g de fibras/ unidade), que devem ter seu consumo estimulado junto a população.

Conclusão
    As informações disponíveis sobre o teor de fibras alimentares é de grande importância, pois atuam como ferramenta para que a quantidade seja calculada e consumida de maneira correta e com mais segurança.
Dessa maneira, o monitoramento da rotulagem e utilização de instrumentos legais para promover a fiscalização são necessárias para garantir que o produto esta de acordo com à descrição do rótulo.


Bibliografia



Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 54, de 12 de novembro de 2012. Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. Disponível em: <http://www.ivegetal.com.br/cvegetal/Legisla%C3%A7%C3%A3o%20Marca%C3%A7%C3%A3o%20ou%20Rotulagem/Resolu%C3%A7_o%20RDC%20n%C2%BA%2054%20de%2012%20de%20novembro%20de%202012%20INC.pdf> Acesso em 26 de dezembro de 2016.

ESTEVEZ, Ana Maria; VASQUEZ, E. Cereal and nut bars, nutricional quality and storage stability. Plant Foods for Human Nutrition, v. 47, n.4, p. 309-317, 1995.

GUTKOSKI, Luiz Carlos; BONAMIGO, Jane Maria de Almeida; TEIXEIRA, Débora Marli de Freitas e  PEDO, Ivone.Desenvolvimento de barras de cereais à base de aveia com alto teor de fibra alimentar. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2007, vol.27, n.2, pp.355-363. ISSN 0101-2061.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612007000200025.

MELLO, Vanessa D.de e LAAKSONEN, David E..Fibras na dieta: tendências atuais e benefícios à saúde na síndrome metabólica e no diabetes melito tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2009, vol.53, n.5, pp.509-518. ISSN 1677-9487.  http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302009000500004.
Nutribrinca. Os alimentos e os seus nutrientes - fibras alimentares. Disponível em : <http://www.esb.ucp.pt/nutribrinca/docs/Unidade_2.6_guia_fibras_alimentares.pdf> . Acesso em 26 de dezembro de 2016.

BEZERRAL, José Raniere Mazile Vidal; RIGO, Maurício; TEIXEIRA, Ângela Moraes  et al. Processamento de barras de cereais com adição de farinha de batata-doce (Ipomoea batatas L.) Ambiência - Revista do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais V.11 N.1 Jan./Abr. 2015.



Necessidade de novas versões da Coca-cola

$
0
0






Resultado de imagem para coca colas


















Introdução
A mensagem passada nos anúncios é que a Coca Zero e a Coca Verde são muito mais saudáveis e tem o sabor tão parecido com a tradicional. Cada consumidor tem a sua opinião, mas a verdade é que estas três bebidas variam em relação ao seu valor nutricional e afetam o corpo de maneiras diferentes.
As três bebidas são compostas por água, corantes e conservantes. A principal diferença entre uma e outra, é que a tradicional usa xarope de milho com alta frutose como adoçante principal, a Coca Zero usa aspartame e a Coca Verde usa como adoçante a planta stevia.
Fundamentos Bromatológicos
Um copo de 420 ml de Coca-Cola contém 170 calorias, enquanto a mesma quantidade de Coca Zero contém 0 calorias. Todas as calorias da Coca-Cola provêm do seu açúcar. Logo, a Zero não tem valor calórico porque o seu adoçante – aspartame – é duzentas vezes mais doce que o açúcar, e assim, na sua produção é necessário muito menos aspartame (açúcar) para atingir o nível adocicado desejado, limitando as calorias na Coca Zero. Já a Coca Verde uma lata de 350ml de tem aproximadamente 18g de açúcares, contra 37g da Coca tradicional.
Discussão
A Coca-Cola verde foi criada com objetivo de atender um público maior, o qual não gosta de consumir edulcorantes sintéticos, como o aspartame, presente na Coca light e um público que possui dietas mais restritas para o emagrecimento e para diabéticos, pois possui pouco valor calórico e baixa quantidade de açúcar.
A maior diferença entre a Coca diet e zero é que enquanto Coca diet foi criado com o seu próprio perfil de sabor e não como uma versão sem açúcar do original, a Coca -Cola Zero tem como objetivo provar exatamente como o " verdadeiro sabor Coca-Cola. Apesar de suas campanhas publicitárias opostas, os conteúdos e as informações nutricionais das duas colas sem açúcar é quase idêntico, mas a Coca-Cola Zero tem 0,5 kcal por 100 ml, enquanto Coca dietcontém 1 caloria, o que realmente diferencia o perfil do sabor. O refrigerante Coca-Cola na sua versão Zero, não possui na sua composição quantidades significativas de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e fibras alimentares. Os ingredientes são formados por água gaseificada, extrato de noz de cola, cafeína, aroma natural, edulcorante artificial ciclamato de sódio (48 mg /200 ml), sacarina de sódio (14 mg/200 ml), aspartame(24 mg / 200ml), e acessulfame de potássio (30 mg / 200 ml); conservador benzoato de sódio e estabilizante citrato de sódio.
Conclusão
Conclui-se que a marca Coca-Cola tem como objetivo principal melhorar a qualidade da sua imagem diante do público consumidor, trazendo novas versões do produto com edulcorantes mais naturais como a Stevia, que é extraída de uma planta. Passando uma imagem de melhora da qualidade de vida através dos produtos oferecidos. 




Água na indústria de alimentos: Qualidade da água na produção de refresco de guaraná natural

$
0
0

INTRODUÇÃO
Motivação da pesquisa e descrição do produto

A demanda de água nos últimos tempos tem crescido consideravelmente, levando aos esforços para promover armazenamento e permitir diminuir o consumo deliberado. Dentro deste contexto, a água vem se tornando um bem cada vez mais escasso, além de ter sua qualidade diminuída. Nota-se que o desenvolvimento industrial, a contar com as indústrias alimentícias, vem sendo o fator contribuitivo para poluição de reservas existentes, assim como o consumo  exacerbado da água disponível pra uso.
Sendo assim, o presente trabalho busca responder indagações sobre a água utilizada no desenvolvimento de refrescos de guaraná natural, desde o seu uso para limpeza de equipamentos, o armazenamento, o pré tratamento sofrido para que seja utilizada como veículo da bebida e por fim a conservação da mesma, estando no produto final. Dentre os ingredientes que a maioria das marcas brasileiras presentes no mercado utilizam, destacam-se o extrato de guaraná, açúcar, corante INS 150 c, acidulante ácido cítrico INS 330, conservante benzoato de sódio INS 211, flavorizantes e antioxidante ácido ascórbico INS 300, além da água como veículo. Estes são contribuitivos também  para compreender o desenvolvimento deste trabalho.

FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS

A análise da água pode sugerir a presença de dezenas de constituintes, os quais, de acordo com a sugestibilidade de uso, têm seus valores fixos a serem considerados. Estes constituintes podem ser: compostos orgânicos dissolvidos, materiais em suspensão, micro-organismos, gases, sólidos ionizados, dentre outros. Observa-se que os constituintes fazem parte de classificações química, física e microbiológica.[1]

LEGISLAÇÃO

A RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de verificação das boas práticas de fabricação nos mesmos locais, assim como Portaria n.º 1469, de 29 de dezembro de 2000, do MS, a qual estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências são as duas legislações pertinentes.
Ambas tem como objetivo estabelecer procedimentos que contribuam para a garantia das condições higiênico sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos, complementando as Boas Práticas de Fabricação, sendo assim contribuitivas para a avaliação e manutenção da qualidade da água para uso nas indústrias alimentícias. 

DISCUSSÃO
Há pré-tratamento e processo de conservação da água utilizada na produção de guaraná natural?

A água utilizada na indústria de alimentos poderá advir de fonte de captação pública ou mesmo por fonte privada, através de compra para abastecimento direto. A mesma é armazenada para diversos fins, nos quais incluem limpeza de equipamentos, limpeza de embalagens, recursos humanos, veículo do refresco e o armazenamento em si. 
Independentemente da fonte da água, a mesma necessitaria sofrer um pré-tratamento que viabilizasse o seu uso dentro da indústria de alimentos. Qualquer fonte de água (com exceção de ultra pura, que sofre rigoroso processo de qualidade, como a água para injetáveis, na indústria farmacêutica) necessita ser avaliada e condicionada para uso. Esse tipo de tratamento costuma demandar recursos financeiros, que levariam ao aumento de custo no produto final.
Para o contexto geral do funcionamento de uma indústria de guaraná natural, verifica-se a presença de tanques para a mistura com bombas para o refresco, filtro de água industrial, bombas para bebidas e envasadoras com grande capacidade. Todos estes equipamentos necessitam de sanitarização em tempos determinados, para permitirem que, caso a água sofra processo de pré-tratamento e sanitarização corretos, não venha a sofrer uma contaminação posterior, sendo atribuída então uma má qualidade do produto final. Como avaliado na justificativa anterior, acrescenta-se  o rápido set up com grande producional e poucos períodos de intervalo sem produção.
A água armazenada também necessita de conservação, tanto da mesma quando entra para o local de armazenamento, quanto o próprio tanque e tubulações. Sendo assim, há requisitos regulamentados na RDC 275/2002 e na Portaria 1469/2000 que providenciam os parâmetros a serem avaliados. 
Na RDC há a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação, a qual constitui um questionário, que será preenchido por um profissional atuante dentro da indústria. O mesmo é limitado a coleta errônea de informações, o que colocaria em risco a qualidade producional, a incluir a qualidade da água. O atendimento dos requisitos constantes na Lista não exclui a obrigatoriedade das exigências relativas ao controle sanitário do processo produtivo, como o que consta na figura 1.



               Figura 1: Coformidade com o padrão microbiológico - Portaria 1469/2000.

Além destes, a Portaria também cobre padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção, padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde e padrão de radioatividade para água potável. 
Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água devem elaborar e aprovar, junto à autoridade de saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema, respeitando os planos mínimos de amostragem. A representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição (reservatórios e rede), combinando critérios de abrangências, espacial e pontos estratégicos, entendidos como aqueles próximos a grande circulação de pessoas,  aqueles localizados em trechos vulneráveis do sistema de distribuição (pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por manobras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, etc.) e locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como possíveis causas agentes de veiculação hídrica.[3]
Tendo em vista que algum destes critérios acima poderá ser de fato negligenciado ou mesmo pelo não cumprimento de todos os componentes da análise ou ainda o falso negativo da amostra por erro analítico, poderão contribuir  para a não qualidade da água.
Diversos fatores contribuem para a não caracterização da potabilidade da água presente no produto final, por parte dos consumidores. Apesar dos mesmos não serem  responsivos para a análise minuciosa, são de fato acertivos em identificar falhas presentes no produto final e são, por diversas vezes, os identificadores da falha producional e a trás à tona. 
Dentre os aspectos pertinentes estariam os correlacionados com as características organolépticas. A iniciar pelo odor, sabendo que a água potabilizada é inodora ou possui um leve odor de cloro, e não poderá  ser observada alguma alteração, tendo em vista que o odor adocicado do guaraná, associado ao flavorizante, irão mascarar a informação. Outro fator de interesse está na coloração e sabe-se que uma das características facilmente identificada na água por presença de materiais flutuantes particulados ou mesmo crescimento microbiano é a turbidez e a adição de corantes associados a própria coloração do guaraná natural contribuem para mascarar tal alteração. A palatabilidade do refresco alterado, ou seja, algum sabor ruim advindo do veículo com qualidade alterada também poderá ser mascarado pela presença da grande quantidade de açúcar além do próprio extrato de guaraná.
Sabe-se que há os antioxidantes, os acidulantes e conservantes como constituintes de bebidas e são bastantes utilizados. Destaca-se destes na composição do guaraná natural o conservante benzoato de sódio, que tem atuação bactericida e fungiostático, sendo um sal advindo do ácido benzóico.
Por via de regra, todo alimento que possui grande quantidade de água tem, por sua vez, grande atividade aquosa (fator importante que se relaciona com  umidade e pH  e influenciam nas modificações físicas e químicas e também na multiplicação dos microrganismos, influenciando assim na qualidade e estabilidade do produto. Como conseqüência, o conhecimento dos valores de atividade de água (aw), umidade e pH é fundamental, pois esses dados estão correlacionados com o desenvolvimento das culturas e com as suas atividades metabólicas) [2]. Sabendo que o guaraná possui então uma grande atividade de água, é plausível que o uso do benzoato de sódio torna-se necessário, o que cobriria também a demanda da não proliferação de alguma cultura previamente existente. Entretanto, o benzoato de sódio não é tão eficaz e seu uso é motivado por razões de custo (é o conservante mais barato) e por solubilidade (200  vezes mais solúvel que o conservante mais potente, o ácido benzóico).

CONCLUSÃO 
Dentro de um contexto geral, nota-se que a qualidade da água no desenvolvimento do refresco de guaraná natural não é assegurada por diversos motivos citados. Nota-se também que o consumidor, que costuma ser o último a observar os desvios de qualidade mais grosseiros também teriam dificuldades para contribuir com observações acerca destes desvios.

REFERÊNCIAS

[1] Andrade, N.J.; Macedo, J.A.B. Higienização na Indústria de Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1996. p.182.
[2] ROCKLAND, L. B.; BEUCHAT, L. R. Water Activity: Theory and Applications to Food. Marcel Dekker, New York, Inc. 2007, 404 p.
[3] Portaria n.º 1469, de 29 de dezembro de 2000, do Ministério da Saúde, acessado em 27 de dezembro de 2016.
[4] RDC 275, de 21 de outubro de 2002, acessado em 27 de dezembro de 2016.

ALUNA: Merielle de Souza Costa
DRE: 114140758

Article 15

$
0
0


Cubitan: Suplemento alimentar pode interferir na cicatrização dérmica em casos de úlceras de pressão e feridas infeccionas e crônicas?



INTRODUÇÃO
Motivação da pesquisa e descrição do produto
                           
       Com envelhecimento da população e crescimento de doenças crônicas e degenerativas, a saúde pública no Brasil e no mundo apresenta elevado índice de casos de úlcera de pressão tanto em nível hospitalar como domiciliar em pacientes acamados e hospitalizados por longos períodos. Na grande maioria dos casos o paciente apresenta debilidade nutricional, assim a indústria tem investido no desenvolvimento de suplementos mais específicos que buscam atender esta demanda.

       Segundo o fabricante em seu site Sabor de Viver que é um serviço de apoio nutricional e entrega domiciliar oferecendo a seus clientes descontos especiais em produtos, esclarecimento de dúvidas nutricionais, dicas de nutrição e administração dos produtos Danone Nutrição Especializada; Cubitan é um suplemento alimentar (terapia nutricional oral) desenhado especificamente para auxiliar na cicatrização de úlceras por pressão e outras situações de feridas infectadas que exijam estímulo da cicatrização. É hiperproteico, acrescido de arginina e com alto teor de micronutrientes relacionados à cicatrização (zinco, selênio, vitaminas C, A e E), além da presença do exclusivo mix de carotenoides. Não contêm glúten. Comercializado em embalagem plástica de 200mL e volume médio para 100% do IDR para vitaminas e minerais. É recomendado uso de 1 a 2 embalagens/dia nos graus I e II das úlceras por pressão e 2 a 3 embalagens/dia nos graus III e IV consumindo em qualquer hora do dia, com ou sem alimentos.

       Segue a tabela nutricional referente ao Cubitan sabor morango, em destaque os principais elementos relacionados pelo fabricante:

Cubitan
200ml
% IDR*
Valor Energético
250
-

Carboidratos
28
-
Proteínas
20
40%
Gorduras Totais
7
-
Saturadas(g)
0,8
-
Monoinsaturadas(g)
4,1
-
Poliinsaturadas (g)
2
-
Cálcio (mg)
450
45%
Ferro (mg)
6
43%
Sódio (mg)
100
-
Potássio (mg)
300
-
Cloro (mg)
160
-
Fósforo (mg)
364
52%
   Magnésio (mg)
84
32%
Zinco (mg)
9
128%
Cobre (mg)
1350
150%
Manganês (mg)
2,5
109%
Flúor (mg)
0,38
9%

Molibdênio (mcg)
38

83%
Selênio (mcg)
64
188%
Cromo (mcg)
25
71% 
   Iodo (mcg)
50
38%
Vitamina A (mcg RE)
32
25%
Carotenoides (mg)
1,5
-
Vitamina D (mcg)
2,6
52%
Vitamina E (mg TE)
38
380%
Vitamina K (mcg)
20
31%
Vitamina B1(mg)
0,56
47%
Vitamina B2 (mg)
1,27
97%
Niacina (mg)
6,8
42%
Ácido Pantotênico (mg)
2
40%
Vitamina B6 (mg)
1,3
100%
Ácido fólico (mg)
200
83%
Vitamina B12 (mg)
1,6
66%
  Biotina (mg)
15
50%
Vitamina C (mg)
250
555%
Colina (mg)
138
25%
* %VD: Valores Diários para Adultos, calculados com base nos valores de IDR estabelecidos pela Resolução RDC nº 360/03.
** VD não estabelecido.
Composição
Densidade Calórica (Kcal/ml)
1,25
Proteínas
30%
Carboidratos
45%
Lipídios
25%
Fonte de Proteínas
Concentrado proteico do leite (85%), arginina (15%)
Fonte de Carboidratos
Maltodextrina (53%), sacarose (35%), lactose (12%)



              Apesar de procurar Cubitan nas principais redes de farmácia e drogarias na forma presencial e virtual, somente encontrei no catálogo da Drogaria Venâncio mesmo assim o produto encontra-se esgotado segundo o site e teleatendimento. Porém, encontra-se facilmente para compra em sites de farmácias virtuais com custo médio de R$18,00e no site da própria empresa Danone com custo de R$ 12,15.


FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS

 Segundo a literatura Terapia Nutricional para Portadores de Úlceras por Pressão publicada em julho de 2011 de autoria da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de Clínica Médica estudo randomizado utilizando fórmula com arginina por quatro semanas não teve impacto na proliferação linfocitária e na produção de interleucina 2 em pacientes idosos com Úlcera de Pressão. Por outro lado, 245 doentes foram acompanhados com úlceras grau II-IV, por nove semanas e, constatou-se que a área de úlcera no grupo tratado apresentou redução de 53% em comparação ao grupo controle. Também obteve melhora na cicatrização das úlceras de um pequeno grupo de pacientes com fórmula hiperproteica contendo arginina, vitamina C e zinco, após três semanas de tratamento. Recomenda assim a utilização de terapia nutricional com nutrientes imunomoduladores e maior teor de proteínas no tratamento de pacientes com Úlcera de Pressão afirmando que a terapia nutricional só deverá ser interrompida neste grupo de enfermos se, pela via oral, eles conseguirem atingir as necessidades nutricionais anteriormente definidas ingerindo pela via oral, rotineiramente.

 No Brasil, a regulamentação para terapia nutricional em âmbito hospitalar é muito bem delineada. No entanto, não há uma regulamentação prevista para cuidados da terapia nutricional em domicílio. Como não há diretriz nacional a padronização de dietas para os pacientes com Úlcera de Pressão possibilita várias interpretações. O município de Belo Horizonte, publicou em 2012, um protocolo para dispensação de fórmulas alimentares para adultos e idosos usuários do SUS. Neste protocolo, um paciente que utilize via alternativa de alimentação pode receber por um tempo máximo de três meses renovável, se necessário, fórmulas alimentares industrializadas caso este paciente apresente Úlcera de Pressão grau III e IV sem recuperação com dieta artesanal (preparada pelo cuidador abrangendo alimentos disponíveis no dia a dia do domicílio). Em unanimidade na revisão feita, os profissionais da saúde recomendam as formulações industriais somente mediante insucesso com as dietas artesanais.


LEGISLAÇÃO

 Vale ressaltar que o produto Cubitan segue em sua apresentação as exigências da legislação vigente, em especial a RDC Nº 132, DE 29 DE MAIO DE 2003 que Dispõe sobre o registro de medicamentos específicos; RDC Anvisa 269/2005 que dispõe  sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Proteínas, Vitaminas e Minerais e Portaria SVS/MS nº 29, de 30 de março de 1998, que aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais, estes são definidos como ‘’alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequadas à utilização em dietas diferenciadas e/ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas.’’


DISCUSSÃO

  Úlceras por pressão (UP) são feridas que ocorrem em áreas de proeminência óssea de indivíduos submetidos a uma mesma posição por período prolongado, sendo indivíduos mais vulneráveis pacientes acamados, paraplégicos, idosos ou com algum tipo de comprometimento sistêmico, por exemplo, paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva. Paciente com desnutrição apresenta relevante fator de risco para desenvolvimento de UP o que pede avaliação nutricional adequada e concomitante a um suporte nutricional. As áreas mais comuns do corpo ao acometimento por UP são as costas, atrás das orelhas e pernas. Se faz necessário para tratamento a remoção do(s) ou fator(es) causadores. Mudança frequente da posição em que o paciente se encontra, fisioterapia, emprego de curativos sobre as lesões, procedimentos cirúrgicos como raspagem em casos mais drásticos e suporte nutricional são exemplos de condutas fundamentais. A abrangência do tratamento mostra que nenhum de seus componentes, isoladamente, é capaz de resolver o problema. Assim, indicação de fórmulas alimentares específicas no suporte ao tratamento das UP pode ser feita, porém, com cautela e análise de todos os parâmetros supracitados.

 Estudos feitos e publicados inerentes à terapêutica nutricional para UP abordando dietas hipercalóricas e hiperprotéicas, suplementação de zinco, vitamina C e A além de dietas ricas em arginina vem mostrando estes elementos como aliados, porém ainda não conclusivos quanto à prescrição de suplementação de qualquer um desses elementos, a menos que haja o diagnóstico de sua deficiência – por exemplo, se houver baixos níveis de zinco no sangue, estaria indicada sua reposição. Esta analise considera risco toxicológico para paciente em uso inadequado por possível desenvolvimento de superdosagem de determinado(s) nutrientes ou micronutrientes. No entanto, em pacientes com UP apresentando desnutrição mista com deficiência comprovada de elementos contidos no suplemento Cubitan, este é uma boa alternativa e excelente aliado o tratamento principalmente se o mesmo não apresenta melhora mesmo com acompanhamento nutricional adequado.


CONCLUSÃO

 A alimentação tem influência direta na regeneração celular, no entanto, o uso de suplemento oral com este intuito deve ser avaliado caso a caso verificando ou não a necessidade de um aporte nutricional bem como possíveis deficiências nutricionais do individuo. Esta avaliação deve englobar o estado nutricional, imunológico e patológico do paciente, bem como se está sendo submetido à farmacoterapia. É importante o alerta impresso no rótulo anexado a embalagem do produto. Além disso, a composição da fórmula não permite individualização plena no tratamento.

 Quando utilizado com monitoramento adequado do profissional de saúde habilitado, Cubitan pode ser um grande aliado no tratamento de Úlcera de Pressão assim como trazer outros benefícios agregados, uma vez que o paciente estará com suas necessidades nutricionais relativamente cobertas.


REFERÊNCIAS

[1] http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n1/pt_0080-6234-reeusp-49-01-0152.pdf.

[2] http://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_para_pacientes_portadores_de_ulceras_por_pressao.pdf.

[3] Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 272/SVS/MS, de 8 de abril de 1998. 

[4] Brasil. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução nº 63, de 6 de julho de 2000.

[5] Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 120 de 14 de abril de 2009.

[6] Brasil. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. RDC Nº 132, DE 29 DE MAIO DE 2003.

[7] Brasil. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. RDC  269/2005.

[8] Brasil. Portaria SVS/MS nº 29, de 30 de março de 1998.




Balas: Novas fontes de ômega 3?

$
0
0
Figura 1: Bala Fini Natural Sweets Ômega 3.

O ômega 3, presente em alguns alimentos, traz diversos benefícios à saúde. Tendo isso em vista, muitas marcas da indústria de alimentos vêm adicionando esse tipo de ácido graxo a produtos como margarinas, leites, iogurtes, pães, sucos, ovos. Recentemente, foram lançadas as balas Fini Ômega 3 da linha Natural Sweets, o que levanta o seguinte questionamento: será que o consumo dessas balas contribui para alcançar os valores diários recomendados de ômega 3? 

Descrição do produto
O produto destacado é composto por balas ditas como Fonte de ômega 3, com sabor morango e limão, dispostas em pacotes de 18g.
Possui como ingredientes: Açúcar, Xarope de Glicose, Farinha de Trigo Enriquecida Com Ferro e Ácido fólico, Amido Modificado, Óleo de Peixe, Água, Gordura Vegetal Parcialmente Hidrogenada de Soja, Óleo Vegetal não Hidrogenado de Coco e Palmiste, Sal, Reguladores de Acidez: Ácido Málico e Citrato Trissódico, Gelificante: Gelatina, Acidulantes: Ácido Láctico e Ácido Cítrico, Aromas Naturais de Morango e Limão, Emulsificante: Ésteres de Mono e Diglicerídeos com Ácidos Graxos, Umectante: Glicerina, Antioxidantes: Lactato de Sódio e Ascorbato de Sódio e Corante Natural Antocianina.
Sua tabela nutricional que encontra-se abaixo é apresentada no verso da embalagem do produto:


Tabela 1: Informações nutricionais Bala Fini Natural Sweets Ômega 3

Fundamentos Bromatológicos
Os ácidos graxos ômega-3 são uma classe essencial de ácidos graxos polinsaturados, nos quais a primeira dupla ligação, a partir do grupo metila se encontra no carbono 3. Dentre esses ácidos graxos, os considerados clinicamente importantes incluem: ácido alfa linolênico (ALA; 18:3), ácido eicosapentanoico (EPA; 20:5) e ácido docosahexaenoico (DHA; 22:6) (Figura 2).



Figura 2: Estrutura química de três ácidos graxos ômega 3. Disponivel em: <http://www.saberatualizado.com.br/2016/03/o-omega-3-previne-problemas-cardiacos.html>.

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a ingestão regular de peixe na dieta tem efeito favorável sobre os níveis de triacilgliceróis, na pressão sanguínea, no mecanismo de coagulação, no ritmo cardíaco, na prevenção do câncer de cólon e na redução da incidência de aterosclerose (Santos & Bortolozo, 2008).
As fontes dos ácidos graxos ômega-3 são:
·         Ácido alfa linolênico: encontrado em folhas verdes e em sementes oleaginosas, como também na semente de linhaça, mostarda e óleo de soja;
·         Ácido docosahexaenoico e Ácido eicosapentaenoico (EPA): presentes principalmente nos peixes de aguas frias (como a cavala, o arenque e o salmão). Os peixes brancos magros (como bacalhau e linguado) contém apenas quantidades pequenas de EPA e DHA;
Nos casos de deficiência de ômega 3, o indivíduo pode apresentar ansiedade, hiperatividade e prejuízo de cognição (Bondi et al., 2013). Em relação à toxicidade, quando consumido em altas quantidades, o ômega 3 pode causar um impacto negativo no tempo de coagulação, na peroxidação lipídica, na função imune e no metabolismo lipídico e de glicose, sendo estabelecido pelo FDA um consumo máximo de 3g/dia.

Legislação
De acordo com a RDC n. 54/2012, para que haja alegações nutricionais do tipo “Fonte de ômega 3” em alimentos, estes devem conter o valor mínimo de 40 mg de EPA e DHA por porção do alimento.
Quanto à definição de porção, a RDC 359/2003 na qual é apresentado o Regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional, define como “quantidade média do alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, maiores de 36 meses de idade em cada ocasião de consumo, com a finalidade de promover uma alimentação saudável”. Conforme essa RDC, balas, pirulitos e pastilhas, que são alimentos de consumo ocasional, estão enquadrados no grupo de alimentos VII – Açúcares e produtos que fornecem energia provenientes de carboidratos e gorduras, e portanto devem conter 20g por porção (é permitida variação máxima de ± 30% em relação ao valor em gramas ou mililitros estabelecido para a porção do alimento).
Devido ao surgimento de numerosas evidências de benefícios à saúde associados ao EPA e DHA, diversas agências e organizações ao redor do mundo estabeleceram recomendações diárias para EPA e DHA, a fim de que haja promoção da saúde e redução do risco de doenças crônicas. A ingestão adequada (AI) de Ácido alfa linolênico (um tipo de ácido graxo ômega 3 de origem vegetal) determinada pelo Institute of Medicine of the National Academies é de 1,6 g/dia para homens entre 19 e 70 anos, e 1,1 g/dia para mulheres entre 19 e 70 anos. Ainda segundo esse mesmo Instituto, o Intervalo de distribuição aceitável de macronutrientes (AMDR) é de 0.6–1.2% de energia, onde 10% do AMDR de ácido alfa linolênico pode ser consumido na forma de EPA e/ou DHA. Além disso, a American Dietetic Association (ADA) recomenda consumo de 500 mg/dia de EPA e DHA.

Discussão
As balas Fini ômega 3 apresentam 56 mg de ômega 3 por porção de 18 g, estando de acordo com a RDC n. 54/2012 ao defini-las como fonte desse tipo de ácido graxo polinsaturados.
Em sua composição, destaca-se o óleo de peixe como fonte de ômega 3, contendo portanto EPA e DHA. Tendo como base a recomendação de consumo diário de 500 mg/dia de EPA e DHA, para alcançar esse valor apenas pelo consumo desses pacotes de 18g, seria necessário o consumo de aproximadamente 9 pacotes, resultando em uma alta ingestão de carboidratos e outros nutrientes. Apesar de ser principalmente encontrados em peixes, EPA e DHA também estão presentes em outras fontes de origem animal, que são exemplificadas na Tabela 3 (Martin et al., 2006).


Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura em 2013, o consumo per capita de peixe no Brasil é de 9 Kg/ano, valor abaixo dos 12 Kg/ano recomendados pela OMS, ressaltando a importância da introdução de alternativas alimentares contendo ômega 3. Além disso, foi apresentado em 2013 no Simpósio Latino Americano de Ciências de Alimentos um estudo onde aponta maior consumo de ômega 3 pela população jovem brasileira (1,25 g/dia) quando comparado com adultos e idosos. Esse mesmo estudo atribui o resultado a uma maior ingestão de produtos industrializados, como salgadinhos e biscoitos.

Conclusão
Apesar da pequena quantidade de ômega 3 presente nas balas Fini em questão, existe uma contribuição para que haja ingestão adequada de ômega 3, porém deve ser feito o consumo complementar de outros alimentos contendo ômega 3.

Referências
1.      AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 359, de 23 de Dezembro de 2003. Aprova Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional. Diário Oficial da União, Poder Executivo, de 26 de dezembro de 2003.
2.      AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. Diário Oficial da União, Poder Executivo, de 13 de novembro de 2012.
3.      BONDI, C. O. et al. Adolescent behavior and dopamine availability are uniquely sensitive to dietary omega-3 fatty acid deficiency. Biological psychiatry, v. 75, n. 1, 2014.
4.      Disponível em: <http://www.onu.org.br/consumo-per-capita-de-peixes-cresce-no-brasil-diz-fao/>. Acesso em: 05/01/2016.
5.      FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Letter Regarding Dietary Supplement Health Claim for Omega-3 Fatty Acids and Coronary Heart Disease. 2000, 34p.
6.      INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, DC: National Academy Press, 2005, 1357p.
7.      KRIS-ETHERTON, PENNY M. et al. n-3 Fatty Acids: Food or Supplements? Journal of the American Dietetic Association, v. 108, n. 7, p. 1125 – 1130, 2008.
8.      MARTIN, C. A. et al.  Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Revista de nutrição, v. 19, n. 6, p. 761-770, 2006.
9.      SANTOS, L. E. S.; BORTOLOZO, E. A. F. Q. Ingestão de ômega 3: considerações sobre potenciais benefícios no metabolismo lipídico. Publicatio UEPG Ciências Exatas e da Terra, Agrárias e Engenharias, v. 14, n. 2, p. 161-170, 2008. 
10. SANTOS, M. A.; RIZZATO, G. T. Estimativa da ingestão de ácidos graxos trans, ômega 6 e 3 pela população brasileira. Disponível em: https://proceedings.galoa.com.br/slaca/slaca-2013/trabalhos/estimativa-da-ingestao-de-acidos-graxos-trans-omega-6-e-3-pela-populacao-brasileira>. Acesso em: 05/01/2016. 

Article 13

$
0
0
Adoçante: A grande Solução ou o grande Vilão?


O consumo de adoçante é responsável estimular a perda de peso ou a obesidade? 

 Descrição do Produto

 O adoçante Finn chegou ao mercado com a finalidade de substituir o açúcar para as pessoas cujo intuito era a diminuição da ingestão de calorias, principalmente aos diabéticos por não causar alteração nas taxas de glicemia. Com isso, o adoçante Finn além de ser menos calórico mantém o sabor doce nos alimentos, e para isso apresenta em sua composição diferentes substâncias adoçantes como, por exemplo, a Sucralose e o Aspartame.  A Sucralose é derivada da cana-de-açúcar e apresenta um sabor mais aproximado ao do açúcar e o aspartame é a substância mais utilizada em produtos light e diet industrializados. A sucralose não é metabolizada pelo organismo não sofrendo alteração química, já o aspartame é transformado em aminoácidos e absorvido pelo organismo, sendo um indício de que deveriam ser observadas as implicações dessas substâncias em longo prazo ao organismo.


Fundamentos Bromatológicos

Tendo em vista que o aspartame é considerado um adoçante artificial e a sucralose considerada um adoçante natural,  ambos não geram aumento da taxa de glicemia no organismo e, assim, seus benefícios à saúde aparentam  ser evidentes.


Pode-se observar no próprio rótulo o baixo valor energético do produto, demonstrando ser a solução tanto para diabéticos quanto para a população em questão que busca uma redução de ingestão calórica para diminuição de medidas e na busca da saúde física.


Portanto, de acordo com o rótulo podemos observar que em 800mg o produto apresenta 3kcal  e 0,8g corresponde a carboidratos, confirmando que todo conteúdo de cada envelope é apenas composto da substância adoçante, seja o aspartame (artificial) ou a sucralose (natural).

Apesar de apesentar valor calórico, a diferença em relação ao açúcar é a quantidade a ser utilizada. Pelo fato da substância adoçante ser muito mais doce, a quantidade necessária para que seja adquirido o sabor doce é muito menor quando comparada ao açúcar.

O Aspartame é 200 vezes mais doce do que o açúcar,  mas como são utilizadas doses tão pequenas, suas calorias acabam sendo efetivamente zero.  É composto de 2 aminoácidos e é metabolizado pelo organismo em seus aminoácidos constituintes (fenilalanina e aspartato). Assim, tecnicamente,  contém calorias.

Já a Sucralose é quimicamente modificada com o acréscimo de átomos de cloro, dando origem a um composto 600 vezes mais doce do que o açúcar, porém não pode ser metabolizado pelo organismo.

Legislação

De acordo com a Organização Mundial da Saúde há uma recomendação máxima diária do consumo de adoçantes. No caso do Aspartame, o consumo diário máximo para uma pessoa com 80kg seria de 3.200mg , enquanto que o consumo diário máximo de sucralose seria de 1.200mg. 


De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 18 de 24/03/2008, a utilização de aspartame em substituição total de açúcar deve apresentar um limite máximo de 0,075g/100g ou 0,075g/100mL, enquanto a utilização de sucralose apresenta um limite máximo de 0,025 g/100g ou 0,025g/100ml.

O rótulo deve conter uma recomendação da quantidade máxima de envelopes ou gotas de adoçante que podem ser consumidos diariamente de forma clara e específica, seguindo as instruções da ANVISA e OMS.

Discussão

A utilização do adoçante em detrimento do açúcar tradicional inicialmente se mostra extremamente benéfico pela sua alta capacidade de adoçar os alimentos em pequeníssimas quantidades. O adoçante Finn ao chegar ao mercado foi apresentado como a grande solução aos diabéticos e atingiu principalmente o público que buscava uma redução calórica em sua dieta.

No entanto, no decorrer dos anos,  muitos estudos elaborados por grandes laboratórios de pesquisa mostraram que os benefícios do adoçante talvez não fossem tão maiores quando comparados aos seus efeitos negativos. 


Como podemos observar nos artigos publicados, a utilização de adoçantes são responsáveis por ocasionar uma alteração na microbiota intestinal e isso seria responsável pela indução ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como a obesidade e a diabetes.

Por conseguinte, podemos verificar que na verdade ao contrário de uma grande solução, o adoçante possivelmente está se mostrando ser um grande vilão, e muito provavelmente, um dos responsáveis pelo aumento incessante do contingente populacional de diabéticos e obesos, como se observa nos dias atuais.

Conclusão

Faz-se necessário uma maior gama de estudos comprobatórios sobre a ligação entre o consumo de adoçantes na dieta diária com o aumento do número de pessoas desenvolvendo síndromes metabólicas nos dias atuais. Dessa forma, seria necessário que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) fizesse um alerta com relação ao consumo excessivo do mesmo e pusesse claramente no rótulo a quantidade máxima a ser consumida, em prol da preservação da saúde da população em um todo até que seja confirmada essa correlação.


Bibliografia

BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 18 de 24/03/2008.Dispõe sobre o "Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos". Órgão emissor: ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em : < http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_18_2008_COMP.pdf/2e33a54e-f7b8-4d1d-b496-21b5a3c67fb7> Acesso em: 05 de Janeiro de 2017.

BRASIL. Oganização Mundial da Saúde – OMS. Disponível em: < http://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/>  Acesso em: 05 de Janeiro de 2017.

Rodrigo R. Resende et al. ADOÇANTES ARTIFICIAIS PODEM CAUSAR DIABETES E OBESIDADE. Edição Vol. 2, N. 1, 01 de Outubro de 2014.

Zanini, Roberta  et al. Utilização de adoçantes dietéticos entre adultos em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(5):924-934, mai, 2011.

Disponível em:  < https://www.finn.com.br/rotulagem.php> Acesso em: 05 de Janeiro de 2017.

Disponível em:  < http://www.lowcarb-paleo.com.br/2013/02/adocantes-e-rotulos.html> Acesso em: 05 de Janeiro de 2017 






O consumo de balas de gelatina contendo adoçantes do tipo polióis podem causar efeitos gastrointestinais em crianças?

$
0
0
A empresa de balas e gomas Fini possui em sua linha as balas Fini Natural Sweets Diet. As balas são do tipo goma e apresentam formato de ursos de pelúcia, sugerindo o consumo é entendido para o público infantil em regime de ingestão controlada de açúcar. Entretanto, as balas contém dois adoçantes do tipo poliol (maltitol e sorbitol) que compreendem 80% do peso do produto. A rotulagem como zero açúcar poderia induzir o consumo excessivo por crianças e, devido ao conteúdo de poliois, poderia levar à ocorrência de perturbações gastrointestinais como diarreia osmótica. Apesar de ser difícil prever a ocorrência de tais distúrbios em crianças, o consumo exacerbado deste produto deve ser evitado, sobretudo por este público-alvo.

DESCRIÇÃO DO PRODUTO

Figura. Parte frontal da embalagem com os termos DIET, AROMAS NATURAIS e NATURAL SWEETS em destaque.
Tabela. Composição nutricional 

A empresa de balas e gomas Fini possui em sua linha as balas Fini Natural Sweets Diet. Este produto é vendido como diet e rotulado como indicado para utilização em dietas com restrição de carboidratos. Em sua composição encontramos os edulcorantes maltitol e sorbitol, ambos do tipo polióis, e a sua tabela de composição nutricional indica que de 18 g do produto, 15 g são de carboidratos, sendo que, destes, 14 g são de edulcorantes polióis. No rótulo, ainda se encontra a seguinte frase de advertência: “Não contém glúten. Este produto pode ter efeito laxativo. Consumir preferencialmente sob orientação nutricional ou médica.”. O rótulo apresenta na sua parte frontal em grande destaque os termos natural sweets (doces naturais, em inglês) e a palavra diet, em caixa alta. 

LEGISLAÇÃO

 Segundo a Resolução da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos nº 12, de 1978, as balas Fini Natural Sweets Diet atendem os critérios para serem designadas como bala de goma pois, segundo o texto, elas são um “produto preparado à base de gomas naturais, açúcares e adicionado de óleos essenciais ou extratos vegetais”. A Resolução RDC nº 18, de 24 de março de 2008 estabelece que não há limites máximos de quantidade dos edulcorantes maltitol e sorbitol como aditivo na fabricação de alimentos. De acordo com a Portaria SVS/MS Nº 29, de 13 de janeiro de 1998 o produto é categorizado como alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares por não ser adicionado de nenhuma quantidade de açúcar na fabricação. Ainda segundo a Portaria 29, o produto possui os requisitos legais para conter no seu rótulo o termo ‘diet’, uma vez que não possui açúcares. 

DISCUSSÃO

 O rótulo traz o anúncio de que o produto pode causar efeitos laxativos quando consumido em excesso. Este alerta é feito devido à presença de substâncias conhecidas como polióis ou álcoois de açúcar, que são usados como edulcorantes. Ambos os edulcorantes encontrados na composição nutricional do produtos são do tipo poliol. A agência americana Food and Drug Administration (FDA) define polóis como carboidratos que possuem características químicas de açúcares e álcoois. Estes compostos são encontrados naturalmente em pequenas quantidades em diferentes frutas e outros vegetais e também são comercialmente produzidas a partir de açúcares e amido. Quando produzidos, são adicionados como adoçantes de baixa caloria em produtos livres ou reduzidos de açúcar, tais como goma de mascar, sobremesas, balas e coberturas. Além do sabor doce, os polióis conferem massa e textura, ajudam a reter umidade e previne o escurecimento do alimento. Em doces mastigáveis, a adição de alguns tipos de poliois ajudam a diminuir a incidência de cáries dentárias. Apesar das suas propriedades bromatológicas benéficas, o consumo destes compostos é frequentemente associado a distúrbios intestinais (Makinen, 2016) O maltitol é produzido a partir da hidrogenação de hidrolisados de amido e contém uma alta proporção de maltose, um dissacarídeo natural. Após a ingestão, o maltitol é lentamente hidrolisado por enzimas do intestino, gerando glicose e sorbitol. Ao passo em que a glicose é absorvida, a absorção do sorbitol é incompleta e este acaba sendo digerido pela microbiota intestinal. A fermentação dos poliois não absorvidos gera flatulência e, quando não fermentados, estes compostos provocam diarreia osmótica. (Ruskone-Fourmestraux, 2003) Um estudo de tolerância ao maltitol (Ruskone -Fourmestraux, 2003) realizado em adultos após ingestão ocasional e regular de chocolate contendo este tipo de edulcorante mostrou que apenas o seu consumo muito elevado é capaz de aumentar a frequência de diarreia nos pacientes. Entretanto, os pacientes avaliados no estudos eram adultos e sabe-se que a idade do consumidor pode influenciar na aceitabilidade dos poliois (Grabitske, 2008). Outros estudos (Livesey, 2001) demonstram o aumento da frequência de laxação relacionado à quantidade ingerida de sorbitol e maltitol presentes em diferentes tipos de produto. Quando a quantidade de 0.7 g de sorbitol por kg de massa corporal é capaz de provocar diarreia em 60% dos pacientes testados enquanto que a mesma frequência de eventos diarreicos é provocada por 0.6 g de maltitol por kg de peso corporal. Outros edulcorantes do tipo poliois – isomalte e xilitol – são conhecidos por causar efeitos laxantes mais pronunciados em crianças do que em adultos (Storey, 2002; Makinen, 2016). O destaque dado aos termos diet e natural sweets na embalagem poderia induzir o consumo exacerbado das balas por crianças e aumentar o risco de perturbações gastrointestinais. Uma legislação específica para produtos diet entendidos para uso infantil, como já ocorrem em outros países, como Austrália e Nova Zelândia (FSANZ), incluindo normas para rotulagem, poderia diminuir as probabilidades de ocorrência de tais eventos.

 CONCLUSÕES

 A maioria dos estudos envolvendo os edulcorantes maltitol e sorbitol envolvem indivíduos adultos. Não se pode, portanto, toma-los por base prever a tolerância de crianças a estes aditivos quando consumindo as balas de goma em questão. O menor peso corporal, a fisiologia diferenciada e a maior frequência de consumo destes produtos podem interferir na tolerabilidade a estas substâncias. Ao examinar a embalagem do produto, podemos concluir que o produto estudado aqui está adequado às normas da legislação. O produto também cumpre as exigências das Listas de referência de compostos de nutrientes para sua utilização em alimentos para fins dietéticos especiais destinados a lactentes e crianças menores do Codex Alimentarium.

 REFERÊNCIAS


  •  MÄKINEN, Kauko K.. Gastrointestinal Disturbances Associated with the Consumption of Sugar Alcohols with Special Consideration of Xylitol: Scientific Review and Instructions for Dentists and Other Health-Care Professionals. International Journal Of Dentistry, [s.l.], v. 2016, p.1-16, 2016. Hindawi Publishing Corporation. http://dx.doi.org/10.1155/2016/5967907. 
  • GRABITSKE, Hollie A.; SLAVIN, Joanne L.. Low-Digestible Carbohydrates in Practice. Journal Of The American Dietetic Association, [s.l.], v. 108, n. 10, p.1677-1681, out. 2008. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jada.2008.07.010. 
  • LIVESEY, Geoffrey. Tolerance of low-digestible carbohydrates: a general view. British Journal Of Nutrition, [s.l.], v. 85, n. 1, p.7-16, mar. 2001. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1079/bjn2000257. 
  • STOREY, David M.; LEE, Adam; ZUMBÉ, Albert. The comparative gastrointestinal response of young children to the ingestion of 25 g sweets containing sucrose or isomalt. British Journal Of Nutrition, [s.l.], v. 87, n. 04, p.291-297, abr. 2002. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1079/bjn2001513. 
  • A RUSKONÉ-FOURMESTRAUX, et al. A digestive tolerance study of maltitol after occasional and regular consumption in healthy humans. European Journal Of Clinical Nutrition, [s.l.], v. 57, n. 1, p.26-30, jan. 2003. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1038/sj.ejcn.1601516.

EFEITOS DO USO CONTINUADO DE SUCRALOSE SOBRE A SAÚDE DE CONSUMIDORES DE ADOÇANTES DE MESA.

$
0
0
Autoria: Leandro Nunes, DRE 115193306.


Resumo


Este trabalho tem como objetivo avaliar a segurança do uso da sucralose em alimentos aquecidos, considerando aspectos bromatológicos e toxicológicos. Para o desenvolvimento do estudo adotou-se como estratégia a pesquisa bibliográfica, considerando autores renomados neste campo de estudo. A partir da revisão de literatura foi identificada a presença de instabilidade da molécula da sucralose sob aquecimento, descortinando seu potencial carcinogênico e tóxico em situações de uso continuado, sendo proposta uma alteração na legislação vigente sobre o tema, levando em conta estes fatores.


Palavras-chave: sucralose, edulcorantes, organoclorados, potencial carcinogênico.


Figura 1 – Sucralose em diversas apresentações como adoçantes de mesa.


MOTIVAÇÃO DA PESQUISA E DESCRIÇÃO DO PRODUTO

     
      As doenças relacionadas ao aumento do índice glicêmico no sangue, tem motivado as pessoas a utilizarem produtos de origem natural, saudável, orgânicos, dentre outras nomenclaturas. Porém a segurança desses produtos, por muitas vezes são extremamente questionáveis.
      A sucralose é um adoçante comercializado como oriundo de origem natural, adequado ao uso em diversos alimentos, como: chás, cafés, bolos, tortas e dentre outros. Ela é recomendada como uma alternativa ao uso de outros adoçantes disponíveis no mercado tais como: estévia, sacarina, aspartame, ciclamato e acessulfame–K. Recomendado para diabéticos e pessoas que desejam um adoçante de origem natural, indaga-se como seu uso contínuo pode impactar na saúde de seus consumidores? Supõe-se que a ingestão frequente deste adoçante represente um potencial tóxico e carcinogênico para seu público-alvo.

ORIGEM DA SUCRALOSE


      A molécula foi descoberta em 1976 por pesquisadores da companhia britânica de açúcar Tate & Lyle em conjunto com a Universidade de Londres, de uma maneira inusitada, enquanto pesquisavam de que forma aplicar a sacarose como intermediário em processos produtivos frente a síntese de outros produtos (TORLONI et al, 2007). Pode ser usada como adoçante de mesa, em formulações secas (como refrescos e sobremesas instantâneas), em aromatizantes, conservantes, temperos, molhos prontos, compotas, etc. (TORLONI et al, 2007).



FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS




Figura 2- Moléculas de sacarose e sucralose.

  
A sucralose é sintetizada a partir da substituição seletiva de grupos hidroxilas por cloro nos carbonos 4 e 6 da sacarose. O consumo de sucralose não afeta o controle glicêmico de pacientes diabéticos. Seu potencial adoçante é 600 vezes maior do que o açúcar, é isento de calorias.  A maior parte do edulcorante ingerido não é metabolizada. A pequena quantidade absorvida é excretada por meio de urina e fezes. Assim como o aspartame, a sucralose também pode provocar crises de enxaqueca (TORLONI et al, 2007).
Estudos recentes demonstram que a sucralose submetida a temperaturas maiores que 98ºC é decomposta em subprodutos extremamente tóxicos e com possível potencial cancerígeno (OLIVEIRA; MENEZES; CATHARINO, 2015).
Em todos os rótulos verificados NENHUM deles informam que a sucralose pode ser prejudicial sob aquecimento, e tão pouco, é de natureza sintética conforme figuras abaixo:







Figuras 3,4,5,6,7,8 e 9 - Adoçantes com sucralose disponíveis no mercado na cidade do Rio de Janeiro.

Nenhum dos rótulos verificados apresentou uma mensagem de alerta sobre o uso desses adoçantes sob essas condições de análise. O que induz o consumidor ao erro, acreditando na aquisição de um produto de origem natural, sendo que o mesmo é obtido através de uma modificação molecular da sacarose.
Essa modificação molecular, torna a molécula mais reativa e suscetível a hidrólises, originando produtos tóxicos e com potencial carcinogênico.


LEGISLAÇÃO


Figura 10 - Recomendação diária em mg/Kg da ingestão de sucralose. - Fonte: adaptado de RDC 18/2008 da ANVISA.




Aditivo:

Alimento:
Limite Máximo g/100g  g/100 mL:



















Sucralose
Alimentos para controle de peso

0,04
Bebidas não alcóolicas gaseificadas e não gaseificadas para controle de peso


0,025
Alimentos para dietas com ingestão controlada de açúcares

0,04
Bebidas não alcoólicas gaseificadas e não gaseificadas para dietas com ingestão controlada de açúcares



0,025
Alimentos para dietas com restrição de açúcares

0,04
Bebidas não alcoólicas gaseificadas e não gaseificadas para dietas com restrição de açúcares


0,025
Alimentos com informação nutricional complementar
Com substituição total de açúcares

0,04
Com substituição parcial de açúcares

0,03
Bebidas não alcoólicas gaseificadas e não gaseificadas com informação nutricional complementar
Com substituição total de açúcares

0,025
Com substituição parcial de açúcares

0,02
Tabela 1 - Atribuição de aditivos edulcorantes para alimentos e seus respectivos limites máximos de uso. Fonte: adaptado de RDC 18/2008 da ANVISA.

Esses valores são preconizados pela RDC 18 de 2008 da ANVISA que foram importados da JECFA e FDA.

DISCUSSÃO


      Estudos revelam que a sucralose sob aquecimento (acima de 98°C) é decomposta quando hidrolisada originando alguns hidrocarbonetos aromáticos policlorados, que são tóxicos pois pertencem a mesma classe de alguns agrotóxicos, e possivelmente cancerígena devido a substituição das hidroxilas por átomos de cloro, que tornam a molécula mais reativa devido ao aumento no comprimento de ligação (BANNACH et al, 2009).

      Outros estudos demonstram que o uso contínuo de sucralose em alimentos aquecidos podem provocar uma série de patologias como: Redução de 50% da microbiota intestinal, aumento do pH intestinal retardando a digestão, contribui para o aumento de peso corporal, mostrou-se hepatotóxica e nefrotóxica. (SCHIFFMANN; ROTHER, 2013).

CONCLUSÃO


      Embora a sucralose seja veiculada como um produto natural, sem riscos, completamente estável a elevadas temperaturas, os recentes experimentos demonstram que tais informações são inverídicas. Considerando os preceitos de substituição química, é possível identificar que a molécula modificada da sacarose, se torna mais reativa, decompondo-se, o que culmina nos malefícios de toxicidade dos subprodutos formados, e ainda, a formação de compostos com alto potencial cancerígeno. 

      O arcabouço legal deve considerar esses achados, e consequentemente os dispositivos legais devem conter parâmetros restritivos de uso desse edulcorante de acordo com as faixas de temperatura e o alerta para os possíveis riscos supracitados.

      Como proposição para estudos futuros recomenda-se avaliar os impactos da instabilidade da molécula de sucralose oriunda das variações de temperatura em gestantes, lactantes, pacientes com disfunção hepática e renal crônica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ANVISA, Resolução RDC nº 18, de 24 de março de 2008. Dispõe sobre o "Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos".  Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 25 de março de 2008.

BANNACH, G.; ALMEIDA, R. R.; LACERDA, L. G.; SCHINITZLER, E.; IONASHIRO, M. Thermal stability and thermal decomposition of sucralose. Eclética Química. 34, 21–26, 2009.

OLIVEIRA, D. N.; MENEZES, M.; CATHARINO, R. R. Thermal degradation of sucralose: a combination of analytical methods to determine stability and chlorinated byproducts. Sci. Rep. 5, 9598, 2015.

SCHIFFMANN, S. S.; ROTHER, K. I. Sucralose, A Synthetic Organochlorine Sweetener: Overview Of Biological Issues. Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, 16:7, 399-451, 2013.

TORLONI, M. R. et al . O uso de adoçantes na gravidez: uma análise dos produtos disponíveis no Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 29, n. 5, p. 267-275, maio 2007.      

        

Becel pró-activ: um alimento funcional?

$
0
0

Figura 1: Creme vegetal Becel pro-activ em sua embalagem original.

Os fitosteróis ou fitoesteróis ou ainda esteróis vegetais são uma família de moléculas intimamente relacionadas ao colesterol. Os fitoesteróis podem ser encontrados em óleos de origem vegetal, cereais, leguminosas e sementes oleaginosas, como castanhas, nozes, avelãs, entre outras. Diversos estudos atuais tem associado o consumo desses esteróis com a redução dos níveis de colesterol LDL (“colesterol ruim”) no organismo. Pensando nisso, foi lançado o produto Becel pró-activ, que afirma que o seu consumo auxiliaria na redução dos níveis de colesterol em até 15%. Porém levanta-se a pergunta: seria Becel pró activ, um produto funcional devido a presença de fitoesteróis?

Descrição do produto
O creme vegetal Becel Pro-Activ contém fitoesteróis, substâncias vegetais que auxiliam na redução da absorção do colesterol, e contribui para a redução do LDL-colesterol. A recomendação diária é de 20 gramas do creme vegetal (duas colheres de sopa), o que levaria a ingestão de 1,6g de fitoesteróis, já que o rótulo do produto afirma que o mesmo apresenta 0,8g de fitoesterol por 10g de creme vegetal.

Ingredientes:Água, óleos vegetais líquidos e interesterificados, fitósteróis, sal, vitaminas ("E", "A", "B6", "ácido fólico", "D" e "B 12"), estabilizante mono e diglicerídeos de ácidos graxos e ésteres de poliglicerol com ácido ricinoleico, conservador sorbato de potássio, acidulante ácido cítrico, aromatizante (aroma idêntico ao natural de manteiga), antioxidante EDTA e BHT e corantes urucum e cúrcuma.

A tabela nutricional do produto pode ser encontrada abaixo:
Figura 2: Tabela nutricional fornecida pelo site do produto Becel pro-activ.
.

Fundamentos bromatológicos

Os fitosteróis encontram-se nas membranas celulares das plantas, onde exercem a mesma função que o colesterol nos animais. São compostos por 27 a 29 átomos de carbonos e diferenciam-se do colesterol pelas configuracões no núcleo ou na cadeia lateral ou, ainda, pelos seus grupamentos polares. As modificações geralmente estão relacionadas à adição de substituintes alquil tais como metil e etil ou na inserção de duplas ligações nas posições C-22 e C-24 (YANKAH,2006). Os fitoesteróis encontrados mais comumente na dieta humana são campesterol, estigmasterol e sitosterol (BREDA, 2010).
    


Figuras 3-5: estruturas químicas dos principais fitoesteróis presentes na dieta humana.

Para ser absorvido pelo organismo, o colesterol exógeno (aquele proveniente da dieta) deve ser incorporado pelas micelas que farão o transporte do mesmo para o fígado. Os fitoesteróis atuam justamente nesse processo e competem com o colesterol ingerido durante a alimentação pelas células do intestino, deslocando das micelas. Com isso, cerca de 30% do colesterol que seria absorvido pelos enterócitos, acaba sendo eliminado nas fezes, o que, consequentemente, leva à redução dos níveis séricos de colesterol em cerca de 10-15% (ABUMWEIS et al., 2008). O principal benefício associado a essa queda seria uma redução e prevenção de doenças cardiovasculares associadas ao colesterol elevado, como por exemplo, a ateroesclerose, infarto do miocárdio, isquemia e acidente vascular cerebral (MOGHADASIAN, 2009). A American Dietetic Association (ADA) preconiza uma ingestão diária de 2,0g para se obter os benefícios oferecidos pelos fitosteróis e que a dieta de um adulto comum contém cerca de 500mg dessas substâncias. Para suplantar essa “carência”, surgiu a ideia de adicionar os fitoesteróis em alimentos comumente consumidos. Devido a sua baixa solubilidade, os fitoesteróis necessitam sofrer um processo de esterificação com ácidos de graxos, o que permite a sua incorporação a produtos gordurosos, como as margarinas (MIETTINEN, 2005). A ANVISA classifica os alimentos que apresentam na porção do produto pronto um valor mínimo de 0,8g de fitoesteróis livres, como um alimento funcional (ANVISA, 1998).

Discussão

O creme vegetal Becel Pró-activ se encontra dentro da legislação, podendo ser classificado com um alimento funcional, já que se enquadra na definição estabelecida pela resolução 18/99. Entretanto, há diversas controvérsias se realmente isso seria real. A começar por informações disponibilizadas no site do produto. Lá é dito que existem mais de 45 estudos comprovando que a Becel pró-activ auxilia na redução de 15% do nível do LDL-colesterol. Entretanto, os estudos, na verdade, são sobre o uso de fitoesteróis como agentes redutores do colesterol, e não da Becel propriamente dita.
Embora muitos estudos comprovem que a ingestão de fitoesteróis seja útil no auxílio da redução dos níveis séricos do LDL-colesterol, muitos outros tem levantado uma diferente bandeira. Alguns estudos apontam e questionam a utilização de alimentos gordurosos como meios de incorporação de fitoesteróis na dieta de pessoas com níveis de colesterol elevado, já que muitas diretrizes de saúde não aprovam a utilização dos mesmos na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares associadas a hipercolesterolemia (RUDKOWSKA, 2010). Além disso, foi demonstrado que os fitoesteróis não só deslocam o colesterol das micelas, mas também outros componentes lipossolúveis importantes, como os carotenos (precursores da vitamina A) e tocoferóis (precursores da vitamina E) (JONG, PLAT e MENSINK, 2009). Estudos randomizados demonstraram que a ingestão de fitoesteróis levou a uma redução de 35% dos níveis séricos de vitamina A e 8% de vitamina E (BRUFAU, CANELA e RAFECAS, 2008), o que pode levar a quadros de hipovitaminoses importantes. Além da presença controversa dos fitoesteróis, a Becel pró-activ apresenta em sua composição, como descrito nos ingredientes, óleos vegetais interesterificados. Estudos demostraram que a ingestão deste tipo de gordura leva a queda dos níveis de HDL-colesterol e insulina circulante, além de um aumento na taxa de glicose (cerca de 20%), devido ao aumento da resistência à insulina, uma condição precursora comum do Diabetes Mellitus (SUNDRAM, KARUPAIAH e HAYES, 2007).

Conclusão
No rótulo do produto consta que a mesma deve ser consumida junto a uma dieta balanceada. Não seria, talvez, essa dieta balanceada, a verdadeira responsável pela redução do colesterol? Portanto, embora o produto analisado esteja respaldado pela legislação vigente em nosso país, a sua “funcionalidade” pode ser questionada e que consumi-lo não garante uma vida mais saudável.

Referências

ABUMWEIS et al., Plant esterols/stanols as cholesterol lowering agents. Food Nutrituion Reserach, Balsta, v. 52, 2008
ANVISA. Resolução RDC nº 18/99 - Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. DOU, 30 abril de 1998.
ANVISA. Resolução RDC n. 359/2003. Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional. Diário Oficial da União, Poder Executivo, de 26 de dezembro de 2003.
ANVISA. Resolução RDC n. 54/2012. Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. DOU, de 13 de novembro de 2012.
BREDA, C.M. Fitosteróis e os benefícios na prevenção de doenças. UFRS, 2010.
BRUFAU, G. CANELA, M.A., RAFECAS, M. Phytoesterols: physiologic and metabolic aspects related to cholesterol-lowering properties. Nutrition Research, New York, v. 28, n. 4, p. 217-225, FEV/2008.
MIETTEN, T. et al. Reduction of serum cholesterol with sitostanol-ester margarine in a middly hypercholesterolemic population. Journal of Nutritional Biochemistry, Québec, v.17, p. 217-224, 2005
MOGHADASIAN, M.H. Effects of dietary phystosterols on cholesterol metabolism and atherosclerosis. The American Journal of Medicine, v. 107, p. 588-594. DEZ/2009
RUDKOWSKA, I. Plant sterols and stanols for healthy ageing. Maturitas. Amsterdam, v.66, n. 2, p. 158-162, JUN/2010.

SUNDRAM K, KARUPAIAH T, HAYES K., Stearic acid-rich interesterified fat and trans-rich fat raise the LDL/HDL ratio and plasma glucose relative to palm olein in humans. Nutr Metab. DOI:10.1186/1743- 7075-4-3, 2007. 

Cranberry em cápsula

$
0
0
Cranberry (Vaccinum macrocarpon) tem se tornado uma das últimas tendências, prometendo apresentar uma atividade antioxidante, uma diminuição dos níveis de colesterol e principalmente prevenção contra infeções urinarias. Mesmo que a Sociedade Brasileira de Urologia tenha concluído que não há evidências suficientes para recomendar o emprego rotineiro de produtos à base de cranberry a fim de prevenir a infecção urinaria.
Enquanto a eficácia da cranberry ainda está em discursão, os seus produtos são vendidos. Porém ao avaliar os rótulos de cranberry em capsula pode-se observar a adição de ingredientes além do extrato. E um dos ingredientes peculiares seria o picolinato de cromo. Ele não está presente em todos os produtos no mercado, mas pelo menos dois tem sua adição (marcas: Chá mais e Elmar). O cromo normalmente não está descrito nas informações nutricionais dos alimentos. O que leva o questionamento do porquê de sua adição e se sua quantidade não poderia ser toxico.
O picolianato de cromo é um metal essencial para o metabolismo dos carboidratos. Ele é vendido como suplemento nutricional. Acredita-se que ajuda na resistência à insulina e exercícios físicos. Porém não se obteve dado conclusivo. Alguns testes mostram que ele pode apresentar toxidade, pacientes submetidos à suplementação de cromo (3,3-3,5 μmol como cromo cloreto ou picolinato de cromo) durante 8 semanas apresentaram sintomas tais como: distúrbios do sono, alterações do humor, dores de cabeça, aumento da excreção de traços minerais e alterações sobre o metabolismo do ferro.
As quantidades declaradas nas informações nutricionais estão bem abaixo das concentrações do estudo. Além disso ambos os produtos recomendam o uso de 1 comprimido ao dia. Porém não alertam caso o produto seja tomado em excesso. A adição de picolanato de cromo não está totalmente clara, pode estar relacionada com sua associação nutricional, e deveria alertar uma possível toxicidade desse produto ao ser tomado em excesso. 
Referências:
http://www.sabinonline.com.br/GERENCIADOR/ba/arquivos/diretriz_brasileira_de_infeccao_urinaria_de_repeticao_(soc_bras_de_urologia).pdf

Viewing all 400 articles
Browse latest View live