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Cápsulas Detox emagrecem mesmo?

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         As cápsulas Detox prometem uma ação de desintoxicação do organismo e o emagrecimento sem necessidade de uma reeducação alimentar, será mesmo que possuem esse poder?
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INTRODUÇÃO

De alguns anos para cá, ouve-se muito falar sobre a dieta desintoxincante, normalmente mais chamada como Detox. Esta é uma dieta que consiste no consumo de alguns alimentos que possuem ação desintoxicante, ou seja, eliminar do organismo todas as toxinas adquiridas durante o dia e isso ajudaria também na eliminação de peso.
Como o dia-a-dia é extremamente corrido e fazer sucos detox como são preconizados na dieta, são trabalhosos, então começou-se a produzir cápsulas com ação Detox. Essas cápsulas fariam a função principal da dieta, que seria, eliminar as toxinas do organismo e assim fazer com que a pessoa emagrecesse, mas isso aconteceria sem que precisasse de uma reeducação alimentar.
Devido a essa propaganda, de que poderiam fazer com que uma pessoa perdesse peso sem mesmo enfrentar uma mudança nos seus hábitos alimentares diários, essas capsulas tiveram uma venda muito grande, mesmo sem os consumidores saberem se realmente possuíam esses efeitos ou se estavam sendo enganados.


FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS

Os componentes destes produtos são um conjunto de vitaminas, zinco, farinhas de algumas frutas (farinha de maça, farinha de laranja, entre outras) e polpa de frutas. As frutas utilizadas tanto para a farinha e a polpa são frutas consideradas antioxidante, mas em quantidades muito reduzidas, ou seja, se essas frutas possuem alguma ação antioxidantes e emagrecedoras quando consumidas a fruta em si, não seria em quantidades extremamente menores que estas teriam algum efeito.
Já as vitaminas e outros ingredientes, só teriam o consumo relevante, se durante a alimentação diária não consumir a quantidade diária recomendada pela ANVISA.


LEGISLAÇÃO

Os produtos Detox são considerados como suplementos e para esse tipo de produto segue-se a RDC 27/2010, uma resolução na qual é usada para alimentos, suplementos, doces, chás, entre outros.
De acordo com o produto, este pode ser isento na obrigatoriedade de registro, como é o caso do Detox. Os produtos Detox são considerados suplemento, com isso, não podem afirmar que possuem alguma atividade terapêutica como é no caso dos medicamentos.


DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

As cápsulas Detox são vendidas como um potente emagrecedor, sem precisar sequer fazer uma reeducação alimentar, como também prometem uma solução paraproblemas de fígado, intestino; inchaço; TPM (tensão pré-menstrual), enxaqueca e celulite, mas são apenas suplementos alimentares.
Suplementos alimentares são preparações destinadas a complementar a dieta e fornecer nutrientes, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos, que podem estar faltando ou não podem ser consumidos em quantidade suficiente na dieta de uma pessoa. E por serem suplementos, estes não podem fazer propaganda dizendo que possuem alguma atividade terapêutica, como emagrecer e todo resto que este promete.
Como analisado também, nenhum componente destes produtos possuem uma comprovação científica que são capazes de fazer seu principal efeito, na qual este é vendido, que é de emagrecer.


BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010- Regulamento técnico referente a alimentos para fins especiais.

Dangers of detox diet pills. Acessado<http://www.dietpillswatch.com/dangers-of-detox-diet-pills/>. Em 30 de julho

Fabio.G; Uma nova abordagem analítica sobre teores de 'Zn' por HR-CSAAS em plantas medicinais voltadas ao emagrecimento. Acessado<http://repositorio.unesp.br/handle/11449/132482>. Em 30 de julho.


"Centrum de A a Zinco: se falta, Centrum completa”, mas e o excesso?

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Que a falta de vitaminas e minerais é a causa de diversas doenças todos já estão cansados de saber, mas que o excesso desses nutrientes também podem te deixar doente pode ser novidade para algumas pessoas. De acordo com o fabricante, Centrum é um suplemento vitamínico completo de A a Zinco, que completamenta sua alimentação, ajuda a aproveitar melhor as energias dos alimentos e ainda auxilia nas defesas do organismo e em uma aparência mais saudável. Será que um multivitamínico pode ser assim tão milagroso?

Introdução
           
            É só ligar a televisão para perceber o excesso de propagandas associando os multivitamínicos com uma vida saudável e melhor aparência. Essa pressão da mídia acrescentada da venda livre, ou seja, sem prescrição médica dos multivitamínicos faz com que este suplemento seja um dos mais vendidos do mundo.
            Contrariando esses dados, estudos mostram que não existe nenhum benefício para uma pessoa saudável tomar essas vitaminas e minerais extras, seja para a prevenção de doenças ou retardando-as. No caso de perda cognitiva, a administração de vitaminas é comparada ao placebo, não trazendo nenhuma vantagem para o paciente.
            Por outro lado, o excesso dessas vitaminas e minerais podem ser nocivas para o organismo. Por exemplo, assim como a deficiência de vitamina C pode causar escorbuto, a retirada abrupta de megadoses desta vitamina pode provocar um quadro semelhante ao da doença, além de cálculo renal e distúrbios gastrointestinais.
            Mais um exemplo é o excesso de vitamina E causando alterações na coagulação, distúrbios gastrointestinais e dor de cabeça crônica. Outro estudo publicado em uma revista norte americana condena o uso da vitamina E, mostrando que sua suplementação em alta dosagem aumenta o índice de mortalidade.

Fundamentos bromatológicos

           Centrum é um suplemento de vitaminas e minerais vendido sem prescrição médica, podendo ser encontrado em embalagens de 15, 30, 60, 100, 130 e 150 comprimidos. Sua formulação é composta por vitaminas de A a Zinco e diversos minerais como cálcio, cobre, ferro, magnésio, potássio, entre outros. A posologia indicada é um comprimido ao dia por tempo indeterminado.



Legislação

        De acordo com a Portaria 32/98 do Ministério da Saúde, suplementos vitamínicos são “alimentos que servem para complementar com vitaminas e minerais a dieta diária de uma população saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requer suplementação”.
·         Composição: mínimo de 25% e no máximo até 100% da IDR (ingestão diária recomendada) de vitaminas e ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante.
·         Não podem substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva.
·         Não incluem produtos indicados para prevenir, aliviar, tratar uma enfermidade ou alteração do estado fisiológico (Portaria SVS/MS n. 32/98 e Resolução ANVISA RDC n. 269/05)


Discussão e conclusão

De acordo com a tabela de composição nutricional do Centrum, muitos de seus nutrientes representam 100% da ingestão diária recomendada pela ANVISA. Assim, com 45mg de vitamina C o Centrum supre a necessidade diária desta vitamina, então, com a ingestão de apenas um copo de suco de laranja, alimento muito comum na dieta dos brasileiros, o teor diário fica muito acima do recomendado.
            Uma pessoa que consome dois ovos cozidos por dia possui um nível adequado de vitamina A, cerca de 600 mcg. Se este indivíduo estiver fazendo uso do Centrum seu nível diário de vitamina A vai estar 67% acima do indicado pela ANVISA.
            Estes foram apenas alguns exemplos de como quase nenhuma pessoa possui deficiência de vitaminas de A a Zinco. Sendo assim, a venda de suplementos de minerais e vitaminas deveria ser prescrita por um profissional,  visando as necessidades de cada pessoa, para desta forma auxiliar em uma suplementção sem excessos. 



Bibliografia

1.  centrum.com.br acessado: 04/08/2016 as 18:36
2.  Annals of Internal Medicine: Long-Term Multivitamin Supplementation and Cognitive Function in Men: A Randomized Trial acessado: 04/08/2016 as 19:02
5.  Ministério da Saúde. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998. “regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de suplementos vitamínicos e ou de minerais”. Brasília-DF.
6.  www.anvisa.com.br Consulta Pública número 80, de 13 de dezembro de 2004.

7.  Tabela USDA

Peito de Peru é mesmo uma opção saudável?

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 Muito se fala em ter uma alimentação mais saudável. Existe cada vez mais uma preocupação em manter um dieta equilibrada, e com o dia-a-dia corrido, a busca pela praticidade é muito grande. Um alimento muito prático e que muito se difunde como opção saudável é o uso do peito de peru, mas será que é uma opção tão saudável assim?

INTRODUÇÃO:


Em muitas revistas, blogs, e até mesmo recomendado por alguns nutricionistas se vê a indicação do uso do peito de peru para ser consumido como proteína no café da manhã, sendo uma opção com pouca gordura e boa escolha para quem quer perder peso.

Um dos grandes problemas quando se fala em dieta é a praticidade, e também os custos, já que opções mais naturais geralmente são bem mais caras. Por conta disso acaba sendo muito indicado o uso do peito de peru como uma opção de baixa caloria, mas que ainda assim oferece nutrientes para compor uma dieta equilibrada.

Existem diversas marcas no mercado que oferecem peito de peru, inclusive muitos o anunciam como produto saudável, e também oferecem versões ‘light' do produto.



FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS:



Lista de ingredientes (sadia): peito de peru, água, proteína de soja, sal hipossódico, açúcar, sal alho, cebola, estabilizante: tripolifostado de sódio, espessante: carragena, realçador de sabor: glutamato monosódico, antioxidante: isoacorbato de sódio, conservador: nitrito de sódio, aromatizantes: aroma naturais (com pimenta), corante natural: carmim de cochonilha. Não contém Glúten.

O excesso de sódio está ligado a diversos distúrbios, como hipertensão, problemas nos rins, doenças cardíacas. Segundo a Anvisa a população brasileira consome cerca de 12 gramas de sal por dia, mais do que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de até 5 gramas diárias.

LEGISLAÇÃO: 

Segundo a OMS e a ANVISA a recomendação é de que a quantidade de sal não ultrapasse 5 g por dia (1,7 g de sódio).  Sabe-se que a quantidade de sódio em produtos embutidos e industrializados é elevada, tanto que o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) fecharam, em 2013, o quarto acordo para a redução do teor de sódio nos alimentos industrializados. Com compromisso de diminuir em até 68% do sódio em laticínios, embutidos e refeições prontas.

A ANVISA permite em embutidos:
Nitrito de sódio: 0,015g / 100g
Tripolifosfato: 0.5 g / 100g
Carragena: 0.3 g / 100g
Glutamato Monosódico: q.s / 100g
Carmim de cochonilha: 0,01 g/ 100g

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: 

Um dos principais erros das pessoas que buscam a perda de peso é escolher os alimentos baseando-se apenas na quantidade de calorias e gorduras do alimento, escolhendo os que apresentam menor quantidade desses dois itens. Porém, deve-se valorizar mais a qualidade dos alimentos e outras informações disponíveis, como a quantidade de sódio por exemplo. O peito de peru quando se avalia as calorias e quantidade de gordura, parece um alimento muito saudável, mas quando se avalia a alta concentração de sódio, além de grande quantidade de aditivos ele passa a não ser mais um alimento tão interessante assim.

Porém é interessante avaliar que dentre as outras opções de embutidos, como por exemplo o presunto e a mortadela, o peito de peru é a opção mais 'saudável'. Se possível é interessante subsistir os embutidos por produtos menos processados, caso não seja possível é sempre importante atentar para quantidade consumida, para não ingerir quantidades muito elevadas de sódio.

BICLIOGRAFIA:

1 http://www.brasil.gov.br/saude/2013/11/ministerio-da-saude-e-abia-fecham-acordo-para-reduzir-teor-de-sodio-em-carnes-e-laticinios
acessado: 4/08 as 20:31

2 http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/guia_alimentar_bolso.pdf
acessado: 4/08 as 20:35

3 Portaria nº 1004, de 11 de dezembro de 1998, ANVISA

Stephanie Kroll Rabelo



BENEFÍCIOS DO LEITE DE AMÊNDOAS: UMA ALTERNATIVA AO LEITE ANIMAL

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(AL ISIS VILAS BOAS DRE 112091505)

1.       Introdução

 O leite é um líquido fisiológico branco, nutritivo, secretado por glândulas mamárias e constituído de proteína, gordura e carboidrato. A maior parte do leite é constituída por água, sendo apenas 12% de sua composição as proteínas, gorduras, carboidratos, sais minerais e vitaminas. Por ser um produto perecível, o leite precisa ser refrigerado a 4°C após a coleta e existem diversos fatores que podem interferir na qualidade deste alimento, como temperatura, acidez, contaminação por micro-organismos, período de lactação da vaca, dentre outros. Além desses fatores, há uma questão muito importante que é a qualidade de vida deste animal. A imagem de uma vaca pastando num campo, vista nos comerciais, é muito distante da realidade em que vivem e muitas das pessoas, sabendo da triste condição em que vivem, procuram opções com aporte nutritivo necessário, como o leite de amêndoas. Fora aqueles que se preocupam com a questão animal, existem aqueles que são intolerantes à lactose, àqueles que se preocupam com a quantidade de antibióticos ingerida pelas vacas, que acabam aparecendo no leite, e por isso também migram para opções melhores para o corpo humano. Entende-se que com leite de amêndoas, é possível que o indivíduo continue com os seus hábitos, sejam eles tomar uma vitamina de manhã, tomar café com “leite”, ou fazer mingaus e bebidas com cacau em pó. Dessa forma, a aceitação é melhor, o que facilita a adesão à nova dieta, já que não é fácil mudar um hábito realizado há muitos anos.




2.       Questão animal e contaminação do leite

Para que uma vaca seja considerada leiteira, ela deve dar à luz uma vez por ano, o que faz com que ela seja inseminada artificialmente, uma técnica que é considerada abusiva por diversos grupos veganos, já que o sêmen do touro é inserido, pelo homem, no útero do animal. Essa técnica é utilizada pois aumentam a produção de leite da vaca. A qualidade do leite cru é influenciada por múltiplos fatores, dentre os quais se destacam os zootécnicos, associados ao manejo, saúde da glândula mamária, alimentação e potencial genético dos rebanhos, e outros fatores relacionados à obtenção e armazenagem do leite recém-ordenhado. Os parâmetros físico-químicos, microbiológicos e higiênicos sanitários são utilizados pelas indústrias para verificar e determinar a qualidade do leite, como por exemplo, a contagem de células somáticas, a contagem de microrganismos psicrotróficos e resíduos de antibióticos que estão sendo cada vez mais exigidos como parâmetros de qualidade.
O leite de vaca pode ser contaminado quando entra em contato com a superfície do equipamento e/ou utensílios de ordenha, assim como no próprio tanque de refrigeração do leite.  Durante o intervalo entre as ordenhas, enquanto as vacas estão deitadas, ocorre intensa contaminação da pele das mamas, principalmente se o ambiente estiver altamente contaminado. A cama ou local de permanência dos animais pode abrigar elevadas cargas microbianas, podendo atingir uma contagem bacteriana de 108 a 1010 ufc/ml. Nestas condições, os principais microrganismos isolados são estreptococos, estafilococos, microrganismos formadores de esporos, coliformes e outras bactérias Gram-negativas. A pele das mamas das vacas antes da ordenha pode estar contaminada por microrganismos psicrotróficos, capazes de crescer em baixas temperaturas, e os termoduricos, os quais são resistentes à pasteurização, o que pode ser um risco microbiológico para quem faz ingesta desse tipo de leite. Além disso, existem muitos outros problemas que o leite animal pode causar à população, como a estimulação da produção de muco, aumentando problemas respiratórios.




3.       Intolerantes à lactose

A lactose é um dissacarídeo contendo duas subunidades: glicose e galactose. Quando há falta da enzima lactase ocorre a má digestão da lactose, inibindo a hidrólise da lactose em glicose e galactose, gerando o quadro de intolerância. Como a lactose não consegue ser hidrolisada em glicose e galactose, ela não é absorvida no intestino delgado em forma de glicose,  direcionando-se para o colón. Quando a lactose encontra-se no colón, ela é convertida em ácidos graxos, gás carbônico e gás hidrogênio pelas bactérias da flora.
A intolerância à lactose é dita como uma intolerância alimentar. Ela ocorre quando o corpo reage a um alimento, porém sem intervenções imunológicas.  A intolerância a lactose se caracteriza pela presença de sintomas causados devido à incapacidade da mucosa intestinal de digerir o carboidrato lactose. Essa má digestão ocorre devido à deficiência de lactase (ß- D- galactosidade) ou sua diminuição ( quadro de hipolactasia). A intolerância à lactose, portanto, é a não digestão da lactose. Essa intolerância pode ser temporária ou consequência de alguma doença que causa lesão intestinal, como doença de Chron, doença celíaca, AIDS, desnutrição. O indivíduo é diagnosticado com deficiência de lactase a partir da história de sintomas gastrointestinais após a ingestão de leite, teste anormal de hidrogênio na respiração ou teste de tolerância a lactose anormal. Dessa forma, os alimentos contendo leite devem ser retirados da dieta e deve haver inserção de alimentos ricos em cálcio e proteínas, para o fornecimento de um balanço nutricional adequado. Um exemplo de alimento rico em cálcio e proteína é a amêndoa, que pode ser utilizada na sua forma natural ou no preparo do leite de amêndoas.



4.       Traços de antibióticos presentes no leite de vaca

A principal preocupação da indústria de leite para com o aparecimento de resíduos de antibióticos no seu produto final é a inibição de culturas utilizada na produção de iogurtes, leites e outros produtos. Para a população, o problema é ainda maior já que há possibilidade do aparecimento de reações alérgicas, que se manifestam desde urticária até asma brônquica. Essas reações estão ligadas, principalmente, a medicamentos como a penicilina, sulfonamidas, tetraciclinas e estreptomicinas. Algumas das reações podem ser, também, tóxicas, causando alterações hematológicas e desenvolvimento de tumores, segundo material da Embrapa, que proíbe a utilização para o tratamento de vacas leiteiras.  Porém existe o chamado período de carência, que é aquele em que uma vaca é tratada com um antibiótico e há a observação do prazo de eliminação do antibiótico no leite, após a última aplicação do mesmo. Em muitos casos, o aparelho de ordenhar as mamas das vacas causa inflamações na região ( mastites), que devem ser tratadas evitando a contaminação do leite com o pus gerado. E essa é a principal causa de aparecimento de antibióticos no leite. Mesmo que se aplique o antibiótico apenas em uma região de uma das mamas, há absorção do medicamento e, na corrente sanguínea, ele é capaz de contaminar todo o leite gerado, trazendo problemas para os seus consumidores.


  

5.       Por que o leite de amêndoas?

As amêndoas têm sido utilizadas na dieta humana por terem importantes propriedades farmacológicas e nutricionais. Além de serem ricas em gordura e proteínas também são ricas em fitatos e fenólicos. As amêndoas são fontes de vitamina E, magnésio, manganês, cobre, fósforo, fibra, riboflavina, ácidos graxos monoinsaturados e proteínas . As bebidas a base de extratos vegetais são chamadas também de “leites vegetais”. O leite de amêndoa é bastante popular nos países que enfrentam o Mar Mediterrâneo e se estende desde a Península Ibérica até o Leste da Ásia. Ele é utilizado como substituto do leite de vaca e como base para produtos alimentares e foi muito utilizado na cozinha na época da Idade Média, pois o leite de vaca estragava rapidamente e era transformado em manteiga ou queijo. Além disso, o leite de amêndoa é nutritivo com pouca gordura, ao contrário do leite de vaca e não possui lactose, o que é um benefício para os intolerantes à lactose.


Tabela 1 - Retirada de http://www.soystache.com/calcium.htm Baseada nos dados oficiais do USDA ( Depto. de Agricultura dos EUA) Modificada.


A principal pergunta que vem à tona quando se fala da retirada do leite de vaca da alimentação, é com relação ao cálcio. Sabendo-se eu o leite de vaca possui entre 119 a 193 mg de cálcio a cada 100g de leite, é possível observar que a amêndoa possui 248mg e o gergelim mais ainda, 978mg. Esse fato ajuda a entender que é possível obter sais e minerais, bem como proteínas (vide tabela) através de outras fontes alimentares, como as amêndoas. Somado a isso, percebe-se também que as fontes vegetais de cálcio não apresentam colesterol, enquanto o leite de vaca apresenta. Deve ficar claro que é fundamental que a dieta humana contenha lipídeos, porém o consumo de alimentos muito gordurosos como frituras e carnes com gordura está associado com a LDL- lipoproteína de baixa densidade, conhecida popularmente como “colesterol ruim”. O consumo de oleaginosas está relacionado com o aumento do “colesterol bom”, HDL- lipoproteína de alta densidade.
6.       Conclusão
O leite de amêndoas é uma alternativa nutritiva e menos agressiva aos animais, além de poder ser consumida por indivíduos intolerantes à lactose e não conter traços de antibióticos, que podem causar danos à saúde da população que ingere o leite de vaca. Seus níveis de cálcio são maiores que o leite de vaca e não possui níveis expressivos de gorduras, que poderia levar a doenças arteriais. Dessa forma, a ingesta do leite de amêndoas é adequada para uso humano em substituição ao leite de vaca.

7.       Referências
SANTOS, M. V.; FONSECA, L. F. L. Importância e efeito de bactérias psicrotróficas sobre a qualidade do leite. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 15, n. 82, p. 13-19, 2001
BOTELHO, R. Substitutos de leite animal para intolerantes à lactose, universidade de Brasília, 2013.
BRANDÃO, S. Alergia e Intolerância ao leite de vaca, 2000. Disponível no site: . Acesso em: 30/01/2013
MATTAR, R. MAZO, D.F.C. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Revista Assoc. Med. Bras., p.230-236, 2010.
WATTIAUX, M.A. Composição do leite e seu valor nutricional. Instituto Babcock para Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional, 2005
http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/4983-insemina%C3%A7%C3%A3o-artificial-ia
BRAMLEY, A. J. Sources of Streptococcus uberis in the dairy herd I: isolation from bovine feces and from straw bedding of cattle. Journal of Dairy Research, Cambridge, v. 49, p. 369, 1982.

Edulcorantes x Açúcar em bebidas lácteas prontas para consumo

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Os edulcorantes devem ser utilizados em alimentos nos quais o açúcar é parcialmente ou totalmente substituído, mas será que isso realmente acontece?

Introdução

Os produtos mostrados na imagem são similares, bebidas lácteas sabor chocolate, porém de fabricantes diferentes. Além do fator fabricante, podemos notar abaixo que os produtos também diferem em outros aspectos.

Segundo a propaganda no site de cada respectivo fabricante:

“ALPINO® FAST: É o sabor inconfundível de Alpino para beber em qualquer lugar.
Alpino pra beber? Isso mesmo. Alpino Fast tem aquele mesmo sabor único e irresistível que você já conhece só que vem pronto pra beber numa garrafa com tampa de rosca.
Para beber quando? Quando você bem entender. Escolha o seu momento para tomar um Alpino Fast.”

“NESCAU® FAST:  Energia pra viagem.
Nescau® Fast é uma nova maneira de tomar Nescau®. Vem numa garrafa com tampa de rosca para você levar por aí e tomar a qualquer hora, em qualquer lugar.
Sabe quando você precisa daquela pausa para recarregar as baterias? É aí que entra Nescau® Fast.”

TODDYNHO ® Garrafa:
“Pensando no público adulto, Toddynho® deixará muita gente feliz e com gostinho de nostalgia: o tradicional leite com sabor de chocolate da caixinha agora também está disponível na versão em garrafinha.”

Por se tratarem de produtos cujo público alvo são crianças e adolescentes, desperta uma grande preocupação e interesse em relação aos ingredientes neles contidos.

Fundamentos Bromatológicos

A Anvisa define os edulcorantes como sendo substâncias naturais ou artificiais, diferentes dos açúcares, que conferem sabor doce aos alimentos.

Com o crescente uso de edulcorantes artificiais nos produtos alimentícios, surgem várias dúvidas entre os consumidores, principalmente em relação à segurança e dos possíveis malefícios decorrentes do uso dessas substâncias. Estudos mostram que o uso de produtos contendo edulcorantes artificiaisé seguro, porém esse ainda é um assunto de grande polêmica entre os pesquisadores. Os edulcorantes possuem o poder de adoçar muito maior quer o açúcar comum e são recomendados para dietas especiais.

Os edulcorantes devem ser utilizados em substituição total ou parcial do açúcar para consumidores com necessidade de diminuição da ingestão calórica ou por portadores de diabetes ou de outros distúrbios nutricionais relacionados.

Legislação

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o edulcorante artificial utilizado na fabricação do ALPINO® FAST, a sucralose,é atóxica à reprodução e ao crescimento infantil e pode ser consumido por diabéticos. Ainda assim, esses aditivos devem ser utilizados somente em alimentos nos quais o açúcar é parcialmente ou totalmente substituído.

Através da Resolução RDC 18/2008, a Anvisa regulamenta o uso de edulcorantes, autorizando o uso desses aditivos em alimentos e estabelecendo os limites máximos permitidos de adição aos produtos alimentícios.

De acordo com o Decreto Nº 8.592, de 16 de dezembro de 2015: “É permitida a fabricação de bebidas não-alcoólicas, hipocalóricas, que tenham o conteúdo de açúcares, adicionado normalmente na bebida convencional, parcialmente substituído por edulcorante hipocalórico ou não-calórico, natural ou artificial, em conjunto ou separadamente.”; “As bebidas a que se refere o caput conterão, no rótulo frontal, informação referente aos atributos “baixo em açúcares” ou “reduzido em açúcares””.

Análise e Discussão


Alpino® FAST
Nescau® FAST
Toddynho
Ingredientes
Leite reconstituído parcialmente desnatado, água, açúcar, cacau, soro de leite em pó, vitamina C, sal, estabilizantes celulose microcristalina, carboximetilcelulose sódica e carragena, aromatizantes e edulcorante artificial sucralose
Leite reconstituído parcialmente desnatado, água, açúcar,maltodextrina, cacau, minerais e vitaminas – Actigen – E (cálcio, magnésio, ferro, vitamina C, B1, B2, niacina, B6, B12, ácido pantotênico e biotinal, soro de leite em pó, sal, acidulante ácido cítrico, estabilizantes celulose microcristalina, carboximetilcelulose sódica e carragena, aromatizantes e edulcorante artificial sucralose.
Leite integral reconstituído, açúcar, soro de leite em pó, cacau, gordura vegetal hidrogenada, extrato de malte, vitaminas C, A, ácido fólico), sal, espessante goma guar e arragena, estabilizantes mono e diglicerídeos de ácidos graxos, citrato de sódio e lecitina de soja, aromatizante.
Valor energético
174 kcal (280ml)
210 kcal (300ml)
251 kcal (270ml)
Açúcares
20g (280ml)
25g (300ml)
36g (270ml)

























De acordo com a tabela acima, enquanto o produto TODDYNHO ® Garrafa é adoçado somente com açúcar, os produtos ALPINO® FAST e NESCAU® FAST são adoçados com açúcar e edulcorantes artificiais, porém não há redução significativa no valor energético, que deveria ser um dos objetivos de adoçar as bebidas com edulcorantes artificiais.

Podemos notar também que nas embalagens dos produtos ALPINO® FAST e NESCAU® FAST não há nenhum dos avisos estipulados no Decreto anteriormente citado, a respeito de conter edulcorantes artificiais na composição dos produtos.  

Com isso, concluímos que não houve vantagem significativa na utilização concomitante de açúcares e edulcorantes nos produtos, visto que não houve relevante redução do valor calórico nem substituição total do açúcar, não atendendo a nenhum dos indivíduos-alvo dos produtos contendo edulcorantes.


Referências:

·         ALPINO® FAST.<https://www.nestle.com.br/site/marcas/alpino/linha__fast/alpino_fast.aspx> Acesso em: 10/05/2016.

·         NESCAU® FAST.
<https://www.nestle.com.br/site/marcas/nescau/linha__fast/nescau_fast.aspx>

·         Toddynho.
<http://www.pepsico.com.br/toddynho> Acesso em: 02/06/2016.

·         Ministério da Saúde. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no. 18, de 24 de março de 2008.Dispõe sobre o “Regulamento técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos”

·         Presidência da República. DECRETO Nº 8.592, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2015. Altera o Anexo ao Decreto no 6.871, de 4 de junho de 2009, que regulamenta a Lei no 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas.


(por: Rayane Freitas Rodrigues)


Contaminação em alimentos por bactéria patogênica pode ser fatal

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Em 2011 houve um surto de contaminação por E. coli na Alemanha. Mais de 30 pessoas morreram devido a ingestão de brotos de feijão crus contaminados. Como devemos proceder para evitar esse tipo de desastre?


 Descrição

Uma dieta saudável e balanceada é o desejo de muitas pessoas, principalmente nos dias em que tempo é algo precioso. Uma alimentação baseada em produtos de origem vegetal é sempre uma solução para tal dieta. Sendo assim, o consumo de brotos vem aumentando com o tempo no Brasil. O broto é uma planta em seu estágio inicial de desenvolvimento - a germinação. Na germinação, o amido é transformado, por enzimas, em açúcares mais simples e as proteínas são degradadas em aminoácidos. Há absorção de grandes quantidades de água, sintetizam-se vitaminas e enzimas e há mobilização de minerais. Esse estágioé uma espécie de pré-digestão, mas sem que ocorra perda de nutrientes. O mais elevado ponto de vitalidade no ciclo de vida de uma planta ocorre quando esta é um broto, daí os seus benefícios nutricionais
Visto o alto valor nutricional, esses alimentos são passíveis de contaminação microbiológica. Um caso recente de contaminação em alimentos por Escherichia coli ocorreu na Alemanha nos meses de maio e junho de 2011. Essa bactéria, principalmente do sorotipo O157:H7 é um patógeno extremamente perigoso que está associado com as doenças veiculadas por alimentos e causa distúrbios gastrointestinais severos em seres humanos. Os casos ocorridos evoluíram para um quadro sistêmico grave conhecido como Síndrome Hemolítica Urêmica, caracterizada por insuficiência renal, anemia hemolítica e trombocitopenia. Foram notificados aproximadamente 31 óbitos em decorrência à infecção por E. coli na Europa. Depois das pesquisas feitas pelos órgãos responsáveis foi descoberta a origem da contaminação – brotos, incluindo feno-grego, feijão mungo, lentilhas, feijão azuki e alfafa, produzidos em uma fazenda na Baixa Saxônia, ao sul de Hamburgo. Muitos agricultores foram prejudicados, pois achava-se que a origem do surto vinha de tomates e alfaces. A notícia se alastrou em todo mundo e até mesmo a Anvisa, no Brasil, emitiu notas de esclarecimentos na qual assegurava a população de que não havia perigo, pois não importamos tais produtos da Europa.

Fundamentos Bromatológicos
A produção de brotos se dá por meio da germinação de sementes. Os mais comuns são os brotos de feijão, bambu, alfafa, quinua, brócolis, trigo, girassol, trevo e ervilha. Os brotos são altamente perecíveis, por isso há necessidade de armazenamento sob refrigeração após a colheita e lavagem com água gelada, para auxiliar na conservação. Antes do empacotamento, deve-se efetuar o escoamento da água de lavagem, para evitar o desenvolvimento de bactérias, favorecido pelo excesso de umidade. O risco de contaminação nesses alimentos é alto, por conta do alto valor nutricional e de grande teor de água – ambiente propício para o crescimento microbiano. Durante a germinação, um pequeno número de agentes patogênicos presentes na superfície dos grãos pode se desenvolver rapidamente e chegar a ser suficientemente numerosos para provocar uma doença. As bactérias podem permanecer latentes durante meses nos grãos.
A Escherichia coli e as salmonelas são as principais bactérias que podem contaminar os brotos. Alguns estudos desenvolvem um tipo cobertura antimicrobiana para evitar tais contaminações e elevar a segurança do consumo. A quitosana já foi estudada como agente filmogênico com propriedades antimicrobianas como uma alternativa para diminuir a carga bacteriana dos brotos de alfafa e feijão Mungo.
Legislação
A Resolução CNNPA nº 13, de 15 de julho de 1977 da ANVISA dispõe as características mínimas de identidade e qualidade para as hortaliças (tubérculos, raízes, rizomas, bulbos, talos, brotos, folhas, inflorescências, pecíolos, frutos, sementes e cogumelos comestíveis cultivados). O item 5 dessa resolução explicita todos os padrões de higiene que devem ser seguidos, não podendo ser encontrado nenhum microorganismo patogênico ou substâncias tóxicas. Além disso, os produtos devem ser submetidos a exames microscópicos e microbiológicos para garantir a qualidade além de outras análises, conforme o item 9 da resolução. Além disso, existem duas Resoluções da Diretoria Colegiada, que dispõe das Boas Práticas de Fabricação e do regulamento técnico sobre os padrões microbiológicos para alimentos, a RDC nº 352 e 12, respectivamente.
Discussão e Conclusão
As doenças veiculadas por alimentos são comuns no mundo inteiro. Essas doenças são de grande importância para a saúde pública, por conta dos problemas e prejuízos que trazem para a saúde humana. Os hábitos alimentares em relação à correta higienização dos alimentos, assim como uma vigilância sanitária ativa são a base para evitar contaminações microbiológicas severas em alimentos.
O alto valor nutricional e alto teor de água nos brotos aumentam o risco de contaminações microbiológicas. Dessa forma, esses alimentos devem ser inspecionados e consumidos com cuidado para garantir a qualidade e segurança da população.

Referências
LOURES, Neoraldo Thadeu Pacheco;  et al. Análise físico-química, microbiológica e sensorial de brotos de lentilha da variedade PRECOZ.
PAULO, Heloisa; et al. Uso de cobertura de quitosana para reduzir riscos de contaminação no consumo de brotos de leguminosas.
OS PERIGOS DA ALIMENTAÇÃO COM BROTOS GERMINADOS. Disponível em < http://biogilmendes.blogspot.com.br/2011/06/os-perigos-da-alimentacao-com-brotos.html>. Acesso em 08.2016.
CALDAS, Marília Tibeli. Qualidade Fisiológica de Sementes e Brotos de Feijão-Mungo-Verde. Viçosa, MG, 2004.
Resolução da Diretoria Colegiada  RDC nº 352, de 23 de dezembro de 2002. Publicada no D.O.U de 08/01/2003. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/RDC_N%25C2%25BA_352.pdf/84837cf4-18d3-441c-92f7-de748e8eaa79>.
Resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001. Disponível em < http://www.abic.com.br/publique/media/CONS_leg_resolucao12-01.pdf>.

L-Carnitina como redutor de gordura corporal, será?

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Introdução

Numa era em que a ditadura da beleza segue o padrão da definição muscular, com corpos com percentual de gordura cada vez menor, uma infinidade de artifícios são utilizados para alcançar os objetivos. Dentre eles a L-Carnitina, que é um aminoácido naturalmente produzido pelo nosso organismo, no fígado, principalmente a partir do consumo de proteínas, é utilizado como redutor de gordura e potencializador da energia e força muscular.



Fundamentos Bromatológicos

Os possíveis efeitos termogênico da L-Carnitina baseiam-se na sua natural função de auxiliar nas reações de transferência dos ácidos graxos de cadeia longa do citosol para a mitocôndria, local de oxidação e geração de ATP destesA administração exógena dessa substância poderia atuar em indivíduos tanto em indivíduos em repouso quanto em atividade, promovendo a oxidação de substratos de carboidratos para lipídios.


Legislação

Segundo a ANVISA e o Ministério da Saúde, não está comprovado que o produto melhore o desemprenho físico e as advertências específicas devem estar descritas na rotulagem.



Discussão e Conclusão

Como analisado em estudos, a eficácia da sua suplementação direcionada a perda de peso não pode ser assegurada, não há como garantir a utilização da L-Carnitina a mais visto que a ingesta de proteínas já seria suficiente para a produção pelo organismo. Além disso não há também como garantir a atuação da L-Carnitina suplementada às mitocôndrias e a sua não degradação no trato gastro-intestinal. Pode sim ser usado por vegetarianos visto que ausência do consumo de carne dificulta a produção da carnitina entretanto deve haver um acompanhamento pois pode interagir com alguns medicamentos, como por exemplo a Varfarina.







Redoxitos®

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A Ingestão diária recomendada de vitamina C, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é de 30mg/d  para crianças de 4-6 anos e de 35mg/d para crianças de 7-10 anos. Foi lançado no mercado vitamina C em gominhas e o principal público-alvo são as crianças. Será que o Redoxitos poderá ser consumido como guloseima em vez de suplemento vitamínico pelas crianças e com isso desenvolver hipervitaminose? Leia mais a seguir...

INTRODUÇÃO

Quando se fala em gripe ou em resfriado uma das primeiras coisas que vem à cabeça é a utilização de vitamina C. As pessoas que mais são acometidas por essas doenças são as crianças e devido à isso, os pais acabam dando suplementação de vitamina C para o combate da gripe.
Assim como muitos outros produtos, o lançamento no mercado da nova formulação da vitamina C, em forma de gominhas, pode levar ao consumo excessivo dessa vitamina, principalmente pelas crianças, seu principal público alvo. Esse excesso pode se dar não só pelo fato de parecer uma guloseima devido ao formato, mas também pela variação de sabores, sendo estes de morango, frutas tropicais, uva e laranja.

FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS

A vitamina C, também conhecida como ácido-ascórbico, é importante na produção de colágeno, L-carnitina, neurotransmissores e de hormônios e a produção deles está relacionada com a ingestão diária de vitamina C. Ela também atua como um antioxidante e já foi mostrado que ela pode ser uma regeneradora de outros antioxidantes como o alfa-tocoferol (vitamina E). Outra função importante é que ela possui um papel importante no sistema imune. Ela também pode diminuir a progressão de câncer e doenças cardiovasculares. Ainda há controvérsias sobre o uso de vitamina C para o combate e prevenção de resfriados e gripe. Uma vez em que o indivíduo já está gripado ou resfriado, essa vitamina não é capaz de amenizar os sintomas.
Assim como outros nutrientes, a vitamina C consumida em excesso pode provocar alguns males à saúde. Dentre eles podemos citar diarreias, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fadiga e perturbação do sono. Além disso, a ingestão excessiva de vitamina C com o estômago vazio pode causar indigestão. Mas a sua falta pode causar escorbuto (sangramento nas gengivas), cicatrização lenta, fadiga e depressão.

LEGISLAÇÃO

Segundo a Legislação Brasileira, a RDC nº 269 de 22 de setembro de 2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelece que a ingestão diária recomendada (IDR) para crianças é de 30mg/d para crianças de 4-6 anos e de 35mg/d para crianças de 7-10 anos.

DISCUSSÃO

A vitamina C já possui algumas outras formas, como comprimido efervescente e solução oral e possui como via de administração, a oral, e possui boa biodisponibilidade, em torno de 70% - 90%, sendo que sua absortividade é boa pelo intestino. 
Muitas vezes o pensamento de que quanto mais vitamina, melhor. Mas nada em excesso é benéfico para o organismo, visto que já foi citado os males que o excesso da vitamina C pode causar. Essa nova formulação, em formato de gominhas, pode fazer com que seja consumida mais em forma de guloseima como uma forma de suplementação, o que pode levar ao excesso e a criança adquirir todos os problemas citados anteriormente.
Como uma gominha já é o suficiente para a IDR de uma criança, se ela consumir um pacote todo, que contém 25 unidades, ou até mesmo metade do pacote, 12 gominhas, a ingestão de vitamina C vai ser de muito superior à IDR estabelecida pela ANVISA, cerca de 10x a 20x maior. Ou seja, a criança pode ter problemas devido ao consumo como guloseima. Mas, se o excesso não for muito alto, a criança pode não desenvolver complicações porque a vitamina C que foi ingerida é excretada na urina.

CONCLUSÃO

A suplementação nos dias de hoje está sendo cada vez mais comum e, em casos de gripe, o uso de vitamina C é muito mais comum, em crianças principalmente. Portanto, o uso indiscriminado do Redoxitos, pode causar uma hipervitaminoses nas crianças pelo fato de ser consumido como guloseima e os responsáveis por elas devem ficar atentos quanto ao consumo excessivo. Guardar a vitamina C longe do alcance das crianças é um jeito de que não haja esse consumo excessivo e também de terem consciência de que tudo em excesso faz mal à saúde.

REFERÊNCIAS bIBLIOGRÁFICAS

ANVISA. Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/RDC_269_2005.pdf/2e95553c-a482-45c3-bdd1-f96162d607b3> Acessado em 22 de julho de 2016;

LI, Y.; SCHELLHORN, H. E. New developments and novel therapeutic perspectives for vitamin C. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17884994?dopt=Abstract>, acessado em 26 de julho de 2016;

JACOB, R. A. Vitamin C function and status in chronic disease. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12134712?dopt=Abstract>, acessado em 26 de julho de 2016;

Copacabana Runners. Vitamina C - falta, excesso, função, importâcia, fontes. Disponível em <http://www.copacabanarunners.net/vitamina-c.html> Acessado em 26 de julho de 2016;

National Institutes For Health. Vitamin C. Disponível em <https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminC-HealthProfessional/>, acessado em 27 de julho de 2016;

WebMD. Cold, Flu & Cough Health Center. Disponível em <http://www.webmd.com/cold-and-flu/cold-guide/vitamin-c-for-common-cold>, acessado em 27 de julho de 2016.







Article 11

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CABELO DA RAPUNZEL COM NUTRACÊUTICOS?




  



      Descrição
São produtos que apresentam em sua composição vitaminas e minerais, se auto-denominam como nutracêuticos e afirmam não possuir contra-indicação para pessoas saudáveis, excluindo gestantes, nutrizes e crianças de até 3 anos de idade. Prometem com seu uso alguns benefícios como fortalecimento e crescimento capilar, além de combate à queda de cabelos. Apresentam em sua composição: vitamina B6, biotina, cromo, selênio e zinco. Alguns produtos também podem apresentar componentes como magnésio, ácido fólico, vitamina PP, vitamina C, vitaminas B1 e B2, vitamina E, vitamina B12, silício e ácido pantotênico.
Outro fator bastante mencionado em folhetos explicativos ou bulas desses produtos é que os mesmos são isentos de registro pela ANVISA, de acordo com a Resolução RDC 27/2010.

Fundamentos Bromatológicos
É sabido que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomenda valores diários para ingestão de determinados componentes. A tabela a seguir foi retirada do portal da ANVISA:

                                                                   Tabela 1: Ingestão Diária Recomendada para adultos

                                                      Fonte: portal.anvisa.gov.br
Os valores de ingestão devem ser atingidos através de tudo que é consumido no dia por um indivíduo adulto saudável (sem doença prévia ou gestação).  Dessa forma, somam-se os alimentos, os suplementos e bebidas ingeridos em um dia.
Comprovações da relação entre consumo de vitaminas e minerais e crescimento e aumento de força e resistência de cabelos vêm sendo muito procuradas no meio científico. Além disso, especialistas tendem a descobrir as causas dos problemas de queda e falta de crescimento capilar previamente, para assim, definir melhores planos de ação para solucioná-los, pois se sabe que nessas causas há a possibilidade de fatores genéticos e/ou hormonais e/ou nutricionais estarem envolvidos.
Os componentes mais frequentes nos produtos observados estão a seguir com suas principais ações conhecidas de forma bem resumida:
Piridoxina: Participa do metabolismo de aminoácidos, evita alguns tipos de anemia (que pode ser causa de queda de cabelo). Além disso, a vitamina B6 atua na síntese de alguns neurotransmissores que poderiam aliviar quadros de stress (associados à queda de cabelo).
Biotina: Outra substância que faz parte do complexo B, a biotina também é conhecida como vitamina B7. Acredita-se que ela ajude na formação da estrutura da queratina (proteína que compõe os cabelos e as unhas). Além das fontes de biotina disponíveis na nossa alimentação (como gema de ovo, amendoins, carnes, vegetais de folha escura), as bactérias que formam a flora intestinal também produzem biotina.
Cromo: Importante para a atividade da insulina no organismo e participa do processamento das gorduras no corpo, interferindo nos níveis de colesterol e triglicerídeos. O excesso de cromo pode provocar queda de cabelo.
Selênio: O selênio é importante para o funcionamento da tireoide, além de participar da atividade de algumas enzimas e ter efeito antioxidante. A falta de selênio no organismo pode provocar queda de cabelo, além de enfraquecimento das unhas, cansaço, dores musculares e problemas de pele.Porém o excesso de selênio (também chamado de selenose) também pode causar queda de cabelo.
Zinco:  Fundamental para o sistema imunológico e auxilia na cicatrização dos tecidos. 

 Legislação Vigente
RDC n°27 de 06 de agosto de 2010 é citada nos produtos do estudo como modo de afirmar que esses produtos são isentos de registro sanitário por serem suplementos vitamínicos e/ou minerais. Alguns anexos dessa RDC são mostrados a seguir:

Fonte: portal.anvisa.gov.br
Fonte: portal.anvisa.gov.br

Como visto no anexo II, alimentos com alegações terapêuticas necessitam de registro sanitário. Os alimentos com alegações de propriedades funcionais e ou de saúde são definidos como e/ou relacionados a:
‘’Representações que afirmem ou sugiram a existência de uma relação entre o consumo de determinado alimento ou seu constituinte e a saúde podem ser veiculadas quando forem atendidas as diretrizes básicas para comprovação de propriedades funcionais ou de saúde estabelecidas na Resolução n. 18, de 30 de abril de 1999. Além da segurança do alimento, essas diretrizes visam que as alegações sejam comprovadas cientificamente e não induzam o consumidor ao engano. As alegações podem descrever o papel fisiológico do nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento e nas funções normais do organismo. ’’
Para suplementos vitamínicos e minerais, o uso de alegações plenamente reconhecidas, previsto na Portaria SVS/MS n. 32, de 13 de janeiro de 1998, também está sujeito à avaliação da ANVISA. Assim, as empresas que desejarem utilizar alegações na rotulagem de suplementos vitamínicos ou minerais, embora essa categoria seja isenta da obrigatoriedade de registro, devem solicitar a autorização para uso da Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde.
E a Portaria SVS/MS n. 32, de 13 de janeiro de 1998 possui como tópicos:
a)     normalizar o uso de Suplementos Vitamínicos e ou Minerais no País
b)    controlar efetivamente sua produção e/ou comercialização:
d)    - que os nutrientes destinados a complementar uma dieta normal devem ser reconhecidos como alimento, e não como alimentos para fins especiais;
- que aos Suplementos Vitamínicos e ou Minerais não podem ser apregoados indicações terapêuticas;
Análise e discussão
Fonte: Folheto explicativo do produto 


Tabela 2: Composição Exímia Fortalize
Fonte: Embalagem do próprio produto

 Segundo as composições fornecidas por alguns produtos observados, como visto acima, percebe-se que alguns desses componentes estão presentes acima das recomendações diárias da ANVISA como a biotina, por exemplo. Em outros casos, as quantidades presentes estão muito próximas daquelas recomendadas para 1 dia, o que pode acarretar um excesso desses componentes ao levar em conta a obtenção desses mesmos componentes na própria alimentação do indivíduo. Aqui podemos citar a vitamina A, vitamina B6, vitamina E, vitamina B12, zinco, dentre outros. Dessa forma, se o indivíduo não apresentar carência desses nutrientes e utilizar um suplemento vitamínico/mineral de venda livre, pode apresentar danos à saúde.
Além disso, ainda não há dados na literatura científica que concluem que apenas vitaminas e minerais podem fazer, de fato, o cabelo crescer ou torná-lo mais forte e resistente. O que vêm sendo discutido são os hábitos alimentares das pessoas que apresentam problemas de queda ou falta de crescimento dos cabelos; assim como as causas do problema, podendo ser de fundo genético e/ou hormonal e/ou nutricional, dentre outras. Se a causa da queda ou falta de crescimento do cabelo não for uma carência nutricional, os suplementos observados não serão úteis para cessar o problema.
A maioria dos produtos observados não divulgou estudos onde foram confirmadas as alegações terapêuticas presentes nos rótulos. Aqueles produtos, que indicaram a presença de estudos, não especificaram as condições que esses foram realizados, assim como tamanho das amostras, dados omitidos em folheto explicativo que podem enviesar esses estudos.
Outro fator a ser discutido é a alegação terapêutica (combate à queda, auxilia em crescimento capilar, dentre outras) que vem sendo realizada por esses produtos mesmo sem possuir registro sanitário e apresentar comprovação científica para tal. Dessa forma, o consumidor pode ser induzido ao erro.

Conclusão
Pode-se concluir que os produtos em estudo são comercializados sem registro segundo à RDC n° 27 de 06 de agosto de 2010, porém colocam em sua rotulagem e embalagem indicações terapêuticas específicas como queda de cabelo e fraco crescimento do mesmo. Dessa forma, trata-se de suplementos vitamínicos e minerais associados a efeitos terapêuticos, o que não é permitido pela Portaria SVS/MS n°32, de 13 de janeiro de 1998.
Além de não haver dados da literatura para assegurar o crescimento de cabelo prometido pelos produtos, os laboratórios produtores não apresentaram dados conclusivos sobre o assunto de modo público.
Portanto, pessoas saudáveis, sem qualquer tipo de carência nutricional diagnosticada, devem procurar um farmacêutico ou médico para avaliação prévia do consumo desses produtos.
 Referências
1.    Verdades e mitos- Imecap Hair, <disponível em> http://www.chegadequeda.com.br/imecap-hair/
2.    Resenha Imecap Hair, <disponível em> http://www.bulafashion.com/2014/09/resenha-imecap-hair.html
3.    RDCs citadas <disponíveis em> http://portal.anvisa.gov.br/
4.    Vitaminas e minerais <disponível em> http://www.assis.unesp.br/Home/Servicos/UNAMOS/PALESTRA_VITAMINAS_E_MINERAIS.pdf
5.    Regulamento técnico sobre ingestão diária recomendada para proteína, vitaminas e minerais. Disponível em <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B8989-1-0%5D.PDF>
6.    Disponível em <https://consultaremedios.com.br/eximia-fortalize/p>
7.    Disponível em <ultrafarma.com.br>



 


MARKETING OU PROPRIEDADES DETOX?

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Os produtos detox são alimentos que prometem a desintoxicação do organismo, pois seus seguidores acreditam que o consumo destes alimentos ajuda no funcionamento dos rins e fígado e com isso promove a eliminação de toxinas acumuladas no organismo, seguida da indução da diurese.


Em busca de um corpo perfeito e “vida saudável” as pessoas fazem dietas e utilizam esses produtos, radicalizando e modificando a dieta habitual para de baixas calorias, fazendo com que se tenha desequilíbrio nos macro e micronutrientes. A Dieta desintoxicante são estratégias de dieta populares e baseia-se no consumo de frutas, hortaliças, água, misturas de sucos e chás, com isso surgiram muitos produtos industrializados, como sucos, sopas e cápsulas e atrelado a isso os fabricantes criam propagandas prometendo uma série de benefícios, sendo um deles o possível emagrecimento ao consumir o alimento.



O Produto Detox, mais especificamente suco detox, é atualmente vendido em lojas para emagrecimento. Seu valor energético é baixo e contém em sua composição muitos micronutrientes importantes, como vitaminas e minerais, entretanto em quantidades muito menores em comparação com os valores diários recomendados(VDR) estabelecidos pela RDC Nº. 269, de 22 de setembro de 2005- ANVISA.

 “ZERO AÇÚCAR”, pois contém carboidratos do tipo Polióis, e estes não são considerados açúcares, entrando apenas como edulcorante. Seu preparo é simples, apenas dissolver o conteúdo em 200 mL de água e está pronto o “SUCO SECA BARRIGA”.  
Figura 1: Objeto de Estudo.





Tabela 1: Informações Nutricionais.
                                                                                    
                                                                                                           

LEGISLAÇÃO

Segundo a RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010, os produtos que alegam ser alimentos para controle de peso, alimentos para dietas com restrição de nutrientes, alimentos para dietas com ingestão controlada de açúcares e misturas para o preparo de alimentos e alimentos prontos para o consumo , que é o caso deste suco , são dispensados de registro. Os produtos que devem ser registrados são aqueles que apresentam  propriedade funcional e ou de saúde.
A RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, estabelece algumas regras sobre a rotulagem de alimentos, onde diz que os alimentos embalados não devem ser descritos ou apresentar rótulo que:
-Utilize vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso do alimento;
-Atribua efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas.


ANÁLISE E DISCUSSÃO

Os alimentos ditos detox, são considerados pela legislação adjuvantes alimentares, que contribuem para o equilíbrio de minerais e vitaminas escassas no organismo, entretanto estes produtos vêm sendo utilizados como forma de emagrecimento, onde as pessoas fazem a redução do consumo de alimentos essenciais e substituem por um suco detox, por exemplo.  Mas essas dietas estão longe de ser benéfica, segundo o Conselho Federal de nutrição a utilização desses produtos na dieta não condiz com os princípios de uma alimentação adequada e saudável. Além disso, faltam evidências cientificas que estes alimentos detox realmente contribuem para a “desintoxicação do organismo”.

As propagandas irregulares já estão sendo fiscalizadas pela ANVISA, como o caso de 2015 onde houve a suspensão de 21 alimentos detox alegando propriedades terapêuticas. Seria o caso deste alimento?

O produto analisado não tem nenhuma substância que leva ao emagrecimento e consequentemente o efeito “SECA BARRIGA”, contêm apenas vitaminas e minerais como ingredientes ou provenientes das polpas e extratos de algumas espécies vegetais presentes. Portanto, a propaganda que está estampada na embalagem não condiz com o produto vendido, pois o fabricante alega de uma forma mascarada, propriedades de emagrecimento, ou seja, propriedades terapêuticas.


 CONCLUSÃO

Com base nas informações nutricionais, legislações pertinentes e artigos científicos, pode-se se concluir que existe sim um marketing muito evidente por parte dos fabricantes, que tentam de uma forma não muito explícita alegar que estes alimentos ditos detox contém algum tipo de propriedade terapêutica, como o emagrecimento, levando o consumidor ao erro.
Estes são considerados apenas suplementos de minerais e vitaminas e não podem ser substitutos de refeições recomendadas e a perda de peso só será alcançada se o indivíduo tiver uma alimentação saudável, com prática de exercícios e acompanhamento de um profissional habilitado.


REFERÊNCIAS

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010 - Regulamento Técnico que estabelece as categorias de alimentos e embalagens isentos de registro sanitário e as categorias de alimentos e embalagens com obrigatoriedade de registro sanitário.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002 - Regulamento técnico para rotulagem de alimentos embalados.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.RDC Nº. 269, de 22 de setembro de 2005 - Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais.

COHEN, M. ‘Detox’: science or sales pitch? - Reprinted from Australian Family Physician Vol. 36, No. 12, December 2007.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). Nota Técnica - Dieta Detox, 2015. Disponível em: http://www.cfn.org.br/index.php/dieta-detox-nota-tecnica-do-cfn/.

FOLHA DE SÃO PAULO, ANVISA suspende publicidade irregular de 21 produtos detox. Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/07/1658026-anvisa-suspende-publicidade-irregular-de-21-produtos-detox.shtml. Acesso em: 25/07/2016.


KLEIN, A. V.; KIAT, H. Detox diets for toxin elimination and weight management: a critical review of the evidence - Journal of Human Nutrition and Dietetics, 2015.


Cafeína e sua segurança para uso como estimulante do sistema nervoso central

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                O produto CafeínaPower da Stem Pharmaceuticals possui o máximo de cafeína permitida pela anvisa, sendo 420mg. Porém sua indicação é para o exercício físico, indicado no rótulo. Ainda assim, muitas pessoas utilizam destas pílulas para permancerem mais horas acordado, elevar a concentração em atividades, utilizando assim  como um estimulante do sistema nervoso.  
                A cafeína usada para o aumento do rendimento em esportes de alto desempenho. Porém,  o uso de bebidas e alimentos fonte de cafeína se mostra insuficiente. Estudos realizados foram feitos com dosagens diversificadas, com desempenho positivo para a ingestão de 3- 9 mg/kg de peso corporal (com ótimo resultado em 6mg/ kg) uma hora antes do esforço físico. Desse modo, um indivíduo de 70 kg precisaria ingerir 420 mg de cafeína, o que corresponde a 600 mL de café (infusão) – somando o desconforto gástrico e a necessidade de alimentação pré-treino, pode-se concluir que o uso de cafeína por meio da alimentação se traduz inviável para a finalidade de aumento de desempenho. Assim, atletas buscam utilizar de uma dose de cápsulas de cafeína devido aos seus seguintes efeitos nos exercícios:

·         Atuação na mobilização de cálcio muscular, promovendo a duração da contração muscular, o que favoreceria o desempenho em exercícios de alta intensidade e curta duração (anaeróbio);
·         Aumento da mobilização de gorduras livres na circulação devido a ativação de enzimas lipases, o que poderia promover a ativação de mecanismos de queima destas gorduras e a maior preservação do glicogênio muscular. Assim, haveria a possibilidade de prolongamento do exercício de longa duração (aeróbio);

Entretando, muitas pessoas buscam a pílula de cafeína por sua conhecida atuação no sistema nervoso central promovendo estado de alerta. Entretanto, a além de a dose para ação estimulante da cafeína no SNC não ser a mesma para a indicada na realização de exercícios, envolve a estimulação do sistema nervoso simpático, aumentando a liberação e, conseqüentemente, a ação das catecolaminas, particularmente a epinefrina. Portando, a cafeína age no sistema nervoso central ao melhorar a resposta dos neurotransmissores, causando insônia e agitação psicomotora.

 Os efeitos adversos do uso também afeta o sistema cardíaco e respiratório e, em altas doses, estimula a produção de secreções do trato gastrointestinal, como o ácido clorídrico. Assim, o excesso de cafeína pode aumentar a frequência respiratória e cardíaca, podendo propiciar arritmia cardíaca, além de aumentar o risco de gastrite e outros problemas gastrintestinais

Apesar de sua indicação ser para o desempenho em exercícios físicos, é utilizada sobretudo por jovens ou por pessoas que precisam ficar acordadas por muitas horas. De acordo com o Mic, site americano de notícias, dois jovens faleceram após consumir cafeína pura em pó e, agora, senadores pedem que o órgão regulatório americano Food and Drug Administration (FDA) proíba sua comercialização.

Legislação:

RESOLUÇÃO-RDC No- 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010
Art. 11. Os suplementos de cafeína para atletas devem atender aos seguintes requisitos: I - o produto deve fornecer entre 210 e 420 mg de cafeína na porção; II - deve ser utilizada na formulação do produto cafeína com teor mínimo de 98,5% de 1,3,7- trimetilxantina, calculada sobre a base anidra; III - o produto não pode ser adicionado de nutrientes e de outros não nutrientes.
Art. 24. Adicionalmente ao disposto no art. 21, nos rótulos de suplementos de cafeína para atletas deve constar a advertência em destaque e negrito: "Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades". Parágrafo único. A quantidade de cafeína na porção deve ser declarada no rótulo do produto


Referências:
http://www.stem.com.br/produtos.php?produto=179&titulo=cafeina-power_suplemento-de-cafeina-para-atletas
http://veja.abril.com.br/saude/quando-a-cafeina-pode-matar/
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v14%20n2%20artigo4.pdf
http://www.anutricionista.com/a-cafeina-no-exercicio-de-alta-performance.html

RESOLUÇÃO-RDC No- 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010

Article 8

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Introdução

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As fórmulas infantis e de seguimento começaram a ser comercializadas no final do século XIX, e atualmente são bastante populares. Até esse momento, os lactentes e crianças até dois anos eram alimentados sem o auxílio desses suplementos. Certamente, existem condições e deficiências específicas em que esses substitutos do leite materno são importantes para o desenvolvimento do lactente e devem ser usadas, porém é preciso avaliar também até que ponto a indicação e uso dos mesmos pode estar sendo excessiva.

Fundamentos bromatológicos

Primeiramente, é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) assim como pelo Ministério da Saúde (MS)  que crianças até seis meses de idade devem ser amamentadas exclusivamente com leite materno, e que após esse período, até os dois anos de idade ou mais, o aleitamento seja complementado com outros alimentos de forma saudável. Essa recomendação é feita pois sabe-se que o leite materno, além de proteger contra várias infecções, apresenta benefícios em longo prazo na diminuição dos riscos de doenças crônicas decorrentes da alimentação inadequada, como obesidade, hipertensão e dislipidemias, assim como o diabetes melittus tipo I.
Diante disso, pode-se concluir que o leite materno é o alimento ideal para lactentes, especialmente nos primeiros seis meses de vida. Porém existem diversos fatores que impedem a amamentação. Nesse cenário, as mães que se encontram diante de algum desses fatores, acabam por optar pela introdução de alimentos complementares, que por sua vez são entendidos como qualquer tipo de alimento sólido ou líquido, diferente do leite humano oferecido à criança no segundo semestre de vida, comumente são utilizadas as fórmulas infantis como substituintes do leite materno.

Discussão

De acordo com a RDC 45 de 2011, uma fórmula infantil é aquela que é destinada a suprir “as necessidades dietoterápicas específicas é aquela cuja composição foi alterada ou especialmente formulada para atender, por si só, às necessidades específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de alergias em indivíduos predispostos de lactentes”, sendo que as formulas para lactentes são aquelas destinadas a menores de seis meses de idade, enquanto as fórmulas de seguimento são indicadas a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29 dias) e de crianças de primeira infância.
Dentre os fatores que levam ao desmame precoce é possível citar, como  exemplo: referência ao choro e à fome da criança, insuficiência do leite materno; trabalho das mães fora de casa; problemas relacionados às mamas e recusa ao seio, por parte da criança, além de patologias que são comuns durante o período da amamentação como: dor, ingurgitamento mamário, fissuras mamilares e mastites.  
O uso das fórmulas infantis sem dúvida é necessário em muitos desses casos e muito comum atualmente, mas é possível também manejar os fatores descritos acima de modo a contorná-los e permitir o amamento com melhor qualidade. Primeiramente, o ingurgitamento mamário pode ser prevenido ao  iniciar a amamentação o mais cedo possível, amamentar com frequência, em livre demanda e fazer massagens delicadas nas mamas. A dor nas mamas ao manter os mamilos secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar e trocar com freqüência os forros utilizados quando há vazamento de leite,  não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer produto secante; evitar o uso de protetores (intermediários) de mamilo. E da mastite, ao fazer o esvaziamento adequado da mama por meio da manutenção da amamentação e retirada manual do leite após as mamadas, se necessário.    

Conclusão

Portanto, podemos concluir que em primeiro lugar, o leite materno é o alimento ideal para lactentes, porém nem sempre é possível fazer uso dele até os dois anos de idade, logo são introduzidos alimentos complementares, comumente as fórmulas infantis.
Uma análise mais profunda dos fatores que levam ao desmame nos fazem perceber que muitos destes podem ser manejados para a continuidade do aleitamento, porém a decisão deve partir sempre da mãe, uma vez que todas as possibilidades e alternativas lhe sejam mostradas. Por fim é importante destacar que as fórmulas infantis não substituem o leite materno e, portanto, só devem ser utilizadas na alimentação de crianças menores de um ano de idade com indicação expressa de médico ou nutricionista.

Referências bibliográficas

  • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a legislação. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/aleitamento_materno_distribuicao_leite.pdf>
  • ANVISA. Perguntas e Respostas sobre Fórmulas Infantis. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/2810640/Formulas+infantis/b6174467-e510-4098-9d9a-becd70216afa>
  • Normas para fabricação de alimentos para crianças e bebês são atualizadas. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/saude/2013/01/normas-para-fabricacao-de-alimentos-para-criancas-e-bebes-sao-atualizadas >

  • CASIMIRO et al. FATORES QUE INTERFEREM NO ALEITAMENTO MATERNO. Disponível em < http://www.revistarene.ufc.br/10.3/html/6.htm >
  • GIUGLIANI, E., R., J., Problemas comuns na lactação e seu manejo. Jornal de Pediatria. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a06.pdf >

Leite condensado diet: efeitos da sucralose em sobremesas quentes.

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1) Descrição
O leite condensado diet da indústria Hué é um produto obtido a partir da evaporação de boa parte da água contida no leite, originando um líquido espesso e viscoso, sob o qual se adiciona aditivos alimentares ao invés de açúcar, antes que seja embalado em latas esterilizadas.  Os aditivos alimentares são ingredientes que não apresentam valor nutricional.  Por ser um produto zero açucar é ideal para quem faz dieta de perda ou controle de peso ou para dieta de diabéticos. Esse produto pode ser usado em sobremesas quentes e frias ou diretamente sobre frutas, granolas e sorvetes.

2) Fundamentos Bromatológicos

Segundo a legislação brasileira, aditivos alimentares são substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com o objetivo de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem seu valor nutritivo. No rótulo do produto, é especificado inúmeros aditivos, como sorbitol, sucralose, pectina cítrica e  sorbato de potássio.
A sucralose (C12H19Cl3O8) é derivada da sacarose (C12H22O11),  e resulta de um processo patenteado de fabricação em múltiplos estágios que substitui seletivamente três grupos hidroxilas da molécula de açúcar por três átomos de cloro. A presença do cloro na sucralose produz um adoçante sem nenhuma caloria, mas 600 vezes mais doce do que o açúcar e não deixa nenhum gosto residual desagradável. Além do mais, a sucralose  não é utilizada como fonte de energia pelo corpo porque ela não é decomposta como a sacarose (açúcar) e, portanto, não tem calorias. Em relação a cinética no organismo, ela passa rapidamente pelo organismo sem praticamente nenhuma mudança, não é afetada pelo processo digestivo e não se acumula no organismo.

Outra vantagem da sucralose é beneficiar os indivíduos diabéticos pois,  devido a sucralose não ser reconhecida como um açúcar ou um carboidrato pelo organismo, não tem efeito na utilização da glicose, no metabolismo dos carboidratos, na secreção de insulina ou na absorção de glicose e frutose.  
Figura 1: Estrutura da sacarose e da sucralose

Devido sua alta estabilidade, o aditivo retém a sua doçura durante todo o processo de preparação de alimentos, sob várias temperaturas e condições de armazenagem e, por isto, pode ser usada em qualquer tipo de alimento e bebida, inclusive na maioria das receitas culinárias de forno e fogão.

3) Legislação

Derivado da sacarose,  a sucralose é o adoçante mais consumido no mundo e liberado irrestritamente pelos principais órgãos de segurança alimentar, incluindo o Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, o Joint Expert Committee on Food Additivies (JECFA), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil
A regulamentação brasileira(RDC Nº 18  de 24/03/2008)para o uso da sucralose deriva das regulamentações do FDA, que preconiza o uso de até 1500mg/dia/kg peso corporal ( limite NOEL –Limite para não observação de efeitos).
Não há regulamentação brasileira , nem estrangeira que trata o risco do  uso da sucralose em alimentos quentes. Porém, pesquisadores da Unicamp decidiram estudar mais a fundo sobre os efeitos da sucralose , quando submetida a aquecimento

4) Análise e discussão

Um artigo científico publicado por pesquisadores da Unicamp num periódico online de acesso livre Scientific Reports pertencente ao grupo Nature alerta para os riscos do uso do adoçante sucralose (utilizadas duas marcas do adoçante adquiridas no comércio de Campinas e região), especificamente, em alimentos e sobremesas quentes, como chás, cafés, bolos e tortas. Dessa forma, este artigo relata o comportamento térmico da sucralose, abrangendo abordagens analíticas, como análises térmicas, espectroscopia no infravermelho e espectrometria de massas. Quando aquecida, a sucralose torna-se quimicamente instável, liberando hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs), compostos tóxicos, cumulativos no organismo humano e potencialmente cancerígenos.
No periódico mostra que a queima da sucralose  forma esses HPACs, por conta de um rearranjo das moléculas, quando elas são aquecidas. Essa queima foi realizada através das amostras de adoçantes serem submetidas a aquecimento em banho-maria, em temperaturas suaves com o objetivo de avaliar um amplo espectro de compostos perigosos formado na degradação do produto (em temperaturas quentes). E partir deste processo, observaram a liberação desses subprodutos clorados  a uma temperatura próxima a 98 graus célsius, um pouco abaixo da temperatura de ebulição da água mas próxima a temperatura do chá ou café
Nos não estamos expostos aos HPACs só em  alimentos. Podemos estar expostos a esses subprodutos principalmente através da contaminação ambiental por meio da fumaça gerada a partir da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás de carvão).
Outro fator preocupante, além da toxicidade, é que essas moléculas são extremamente acumulativas no organismo.
Mesmo diante deste estudo envolvendo o aquecimento da sucralose e  conforme os pesquisadores da Unicamp, muitos fabricantes informam, no rótulo do adoçante, que a sucralose é estável ao aquecimento, indicando o uso em receitas com alimentos quentes, como chás, bolos, tortas, entre outros.

5) Conclusão

Este periódico online é o primeiro trabalho, que relata o comportamento térmico da sucralose isolada, sem compostos adicionais, abrangendo muitas abordagens analíticas. Os resultados da pesquisa realizada na Unicamp mostraram que quando a sucralose é aquecida, devido a reatividade dos átomos de cloro, pode liberar subprodutos clorados (HPACs), que estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de canceres no homem.
Por isso, o uso do leite condensado Diet, por apresentar sucralose em sua composição merece muita atenção, quando usada em sobremesas quentes. Porém, ainda não há nenhuma notificação, realizada por órgãos de segurança alimentar, sobre os efeitos tóxicos e mutagênicos do resultado da queima da sucralose. Logo, deve-se realizar o desenvolvimento de outras pesquisas por parte desses órgãos de regulamentação com maior profundidade.

6)Referências

Oliveira, D.N., de Menezes, M. & Catharino, R.R. Thermal degradation of sucralose: a combination of analytical methods to determine stability and chlorinated byproducts. Sci. Rep. 5, 9598; DOI:10.1038/srep09598, (2015).

BRASIL. Resolução RDC n. 18 de 24/03/2008 – Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos.

Disponível em :<http://www.fda.gov/ohrms/dockets/98fr/040398a.pdf> Acesso em 01 de agosto

Fatos sobre a sucralose. Disponível em: http://sucralose-brasil.org/pdf/SucraloseonlinebrochureBrazil.pdf> Acesso em 01 de agosto de agosto.

Disponível em < http://www.hue.com.br/site/produtos/leite-condensado-diet-lata-335g> Acesso em 01 de agosto de 2016

Aditivos alimentares. Disponível em:<http://www.infoescola.com/nutricao/aditivos-alimentares/>. Acesso em 01 de agosto de 2016

 Erica Elana Correa

O desmame precoce e o uso indiscriminado dos substitutos do leite materno vêm aumentando com o passar dos anos. Apesar da substituição do peito por produtos industrializados ter origem histórica, será esta, uma boa prática? Confira!

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 O leite materno é perfeito! Sua composição oferece tudo que seu bebê precisa para se desenvolver, nutrientes essenciais e nas quantidades adequadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento seja feito por até 2 anos de idade, sendo exclusivo até os 6 meses de vida. Atualmente, o desmame precoce e o uso indiscriminado das “infant formulas” vêm aumentando nos últimos anos, preocupando cientistas e autoridades. 
Não podemos ignorar que, de fato, muito avanço foi feito, com as infant formulas que buscam adequar as necessidades do bebê, como fórmulas com suplementação de ferro, semi-desnatadas e etc. 

Porém, é de se notar que um pequeno percentual de bebês realmente precisam destas preparações em substituição ao leite de peito. Partindo apenas desse pequeno número de bebês que realmente precisam, as indústrias não alcançariam seus lucros exorbitantes, e daí a necessidade de criar então na cabeça das mães e também dos médicos a necessidade destes produtos. 

Existe hoje, fórmulas para diferentes idades e diferenciadas como fórmulas sem lactose, hipoalergênicas e até à base de soja. Mas, qual o real significado da infant formula ser fortificada ou diferenciada? Será que substituindo o aleitamento materno por estas fórmulas estaríamos suprindo as reais necessidades de nossos bebês ou estaríamos privando-os do acesso aos nutrientes necessários já presentes no leite de peito?

Cada fórmula tem sua peculiaridade (ou sua melhor estratégia de marketing), e escolher a fórmula adequada, para a idade e necessidade do bebê é essencial, uma vez que o leite de cada fase recebe os nutrientes em suas quantidades adequadas para aquela fase de desenvolvimento da criança. 
Por fim, sabemos que o aleitamento materno deve ser feito de forma exclusiva até os 6 meses. A partir daí, deve-se estudar as reais necessidades de nossas crianças e oferecer à elas às formulas adequadas.


Nathalia de Araújo Ferreira

O caso Viviscal e a necessidade de reformulação da legislação para suplementos e complementos no Brasil

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O caso Viviscal e a necessidade de reformulação da legislação para suplementos e complementos no Brasil



Introdução

O homem vê na queda capilar muitas vezes a diminuição da sua masculinidade; comercialmente  esse mercado é muito explorado  com as promessas de crescimento rápido e diminuição da queda. O poder de ter uma cabeça cheia de madeixas os excita, o que de fato pode favorecer a imagem porém é preciso ser crítico e ter informação para decidir qual o melhor produto e se ele faz realmente aquilo que promete. Sabe-se que o padrão genético de queda de  cabelo masculino (também conhecida como alopécia androgenética) ocorre quando a dihidrotestosterona (DHT) ou hormônio masculino é produzido em quantidade desequilibrada. 

A DHT leva à diminuição dos folículos capilares inibindo o crescimento do cabelo, pois impede o folículo de receber os nutrientes dos quais necessita. Os suplementos Viviscal Man contém flaxseed para inibir os efeitos da DHT, além disso Zinco, Vitamina C, Extrato de Cavalinha, Sementes de Linho. Estes ingredientes são combinados com o complexo de proteína marinha AminoMar C,  que promete milagres. A empresa garante que faz testes científicos que comprovam a eficácia do suplemento.  



Fundamentação bromatologica 

Considerado e registrado como produto “nutricional” durantes anos, pela Vigilância Sanitária, a qual terminou por proibi-lo em 2009, pela presença do “AminoMar C”, uma marca de fantasia, não explicitando quais as substâncias ou princípios ativos presentes, seus teores e riscos toxicológicos. O produto é vendido livremente em vários websites, importado o mesmo chega ao consumidor. O Visvical se apresenta como “100% drug free” habilitando-se portanto para comercialização sem prescrição médica. Websites se referem a pesquisas clínicas que apontam relativo sucesso das pílulas de Viviscal, quando comparado com “placebos” o que também influência a escolha de compra do consumidor. Agora não sofre mais nenhuma inspeção das agências regulatórias (ANVISA), assim novas medidas na legislação para esse e outros produtos é extremamente importante. Além disso ainda não há comprovação científica de que vitaminas e sais minerais podem realmente diminuir a queda e promover o crescimento adequado do fio capilar. Sendo assim a fundamentação bromatologica parece não ir de encontro ao proposto pelos fabricantes destes produtos, estendendo a análise para produtos parecidos que são vendidos  legalmente em nosso país.

Descrição:

O viviscal Man apresentam em sua composição vitaminas e minerais, se auto-denominam como nutracêuticos e afirmam não possuir contra-indicação.  Flaxseed (o rótulo não indica a constituição) para inibir os efeitos da DHT, além disso Zinco, Vitamina C, Extrato de Cavalinha, Sementes de Linho. Estes ingredientes são combinados com o complexo de proteína marinha AminoMar C (o rótulo não indica a constituição; Prometem com seu uso alguns benefícios como fortalecimento e crescimento capilar, além de combate à queda de cabelos. Apresentado na forma farmacêutica tablets com 180 unidades e 1 bula. O consumo diário segundo o fabricante é de 3 tablets ao dia e os primeiros resultados são verificados entre a 6 ° e 8°;

Fabricante e Fornecedor: Lifes2Good – Viviscal - Site: http://www.viviscal.pt/;

Levantamento da pesquisa das palavras  Viviscal man compra: Aproximadamente 456.000 resultados.

Legislação Consultada :

RDC n°27 de 06 de agosto de 2010 é citada nos produtos do estudo como modo de afirmar que esses produtos são isentos de registro sanitário por serem suplementos vitamínicos e/ou minerais.

Resoluções - RE ANVISA No – 541/09;  RDC  nº 259/02 ; e RDC nº 360/03.

Resolução n. 18, de 30 de abril de 1999.

Discussão :

O rótulo de Viviscal man não destaca a fonte dos ingredientes, que seriam ostras e tubarões, o que impediria o consumo por vegetarianos e, principalmente, por pessoas com alergia a produtos marinhos. A empresa garante que faz testes científicos que comprovam a eficácia do suplemento, mas verificou-se que os testes não claros e não parecem tem teor científico uma vez que baseiam-se primordialmente no antes e depois do uso, verificado em registro com  fotos. Também não foi observado estudos onde foram confirmadas as alegações terapêuticas presentes nos rótulos. Viviscal man  em seus estudos “científicos”, não especificaram as condições que esses foram realizados, assim como tamanho das amostras, dados omitidos em folheto explicativo que podem enviesar esses estudos.

Outro fator a ser discutido é a alegação terapêutica (combate à queda, auxilia em crescimento capilar, dentre outras) que vem sendo realizada por esse produto mesmo sem possuir registro sanitário e apresentam comprovação científica para tal. Dessa forma, o consumidor pode ser induzido ao erro. Embora o produto esteja proibido no Brasil uma infinidade de outros suplementos e complementos que garantem diminuir e favorecer o crescimento capilar estão fundamentados na ingestão de vitaminas e sais minerais e não comprovam a eficácia terapêutica veiculada em seus produtos. Desta forma embora o Visviscal man tenha sido proibido no Brasil ainda há  muito a se fazer para que o consumidor não seja lesado no consumo dos mesmo.

Conclusão:

Diante deste quadro, considerando a legislação brasileira pertinente, conclui-se que é imperioso que os atos regulatórios melhor categorizem o vasto e diverso menu de suplementos e complementos, criando nomenclaturas específicas para cada categoria, de tal forma que possam ser melhor compreendidas pelo publico. E que incluam bulas, como se medicamentos fossem, informando não apenas os riscos toxicológicos, a posologia e a origem dos ingredientes, mas também informando os ensaios clínicos que sustentam o que é anunciado pelo em seus rótulos e publicidades. Com estas medidas sanitárias, seriam minimizadas as possibilidades de recorrências desse evento, com outros produtos conseguindo grande sucesso no mercado, afirmando a marca, para uma proibição tardia, que não logra obstar os riscos do comércio clandestino.

Bibliografia:

1.    Verdades e mitos- Imecap Hair, <disponível em> http://www.chegadequeda.com.br/imecap-hair/
2.    RDCs citadas <disponíveis em> http://portal.anvisa.gov.br/
3.    Vitaminas e minerais <disponível em> http://www.assis.unesp.br/Home/Servicos/UNAMOS/PALESTRA_VITAMINAS_E_MINERAIS.pdf
4.    Regulamento técnico sobre ingestão diária recomendada para proteína, vitaminas e minerais. Disponível em <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B8989-1-0%5D.PDF>





Carência de informações nutricionais nos rótulos de papinhas infantis: o maior prejudicado é o seu filho!

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         Segundo o Ministério da Saúde, a partir do sexto mês de vida é necessária alimentação complementar ao leite materno. Isso porque o aleitamento, por si só, não é capaz de suprir os macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento neurológico da criança. Por sua praticidade e apelo ao consumo, as papinhas são muito utilizadas para esse fim. Entretanto, as quantidades desses nutrientes não são especificadas no rótulo, nem sua concentração. Diante disso, como saber a quantidade desses nutrientes  essenciais disponíveis em cada porção? Como saber se seu filho consome o necessário? Leia mais...

Introdução:

             A partir dos 6 meses de idade, há necessidade de introduzir uma alimentação complementar no lactente, uma vez que o leite materno não supre mais todas as necessidades nutricionais. Isso porque essa fase é fundamental para o desenvolvimento neurológico da criança, sendo necessária uma alimentação complementar equilibrada com quantidade adequada de macro e micronutrientes, com destaque para ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e ácido fólico. Com isso, o consumo de papinhas infantis vem expandindo,por ser uma alternativa para alimentação complementar e por sua praticidade, em relação ao consumo e preparo, quando na forma industrializada.


Fundamentos bromatológicos:

            As papinhas são produzidas a partir de legumes, frutas e verduras cozidas ou amassadas. São fonte de todos os tipos de nutrientes, como proteínas (papinhas com carne), carboidratos e gorduras, além de fibra alimentar.
          Os carboidratos são os componentes dos alimentos cuja principal função é fornecer energia para as células do corpo, principalmente do cérebro. São encontrados em maior quantidade em massas, arroz, açúcar, mel, pães, farinhas, tubérculos e doces em geral.
            As proteínas são os componentes dos alimentos necessários para a construção e manutenção de nossos órgãos, tecidos e células. Encontramos proteínas nas carnes, ovos, leites e derivados e também nas leguminosas (feijões, soja e ervilha).
          As gorduras são as principais fontes de energia do corpo e ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K. As gorduras totais referem-se à soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um alimento, tanto de origem animal quanto de origem vegetal.
            As fibras são substâncias derivadas de vegetais que não são digeridas no trato gastrointestinal, e possuem valor energético baixo. De acordo com a ANVISA, fibra alimentar é qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano.
              Os sais minerais são todos os componentes que, à exceção de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio (que correspondem a 99% do total de átomos dos organismos vivos) faça parte da composição do alimento. Apesar da baixa quantidade relativa, os minerais desempenham funções vitais nos organismos vivos. Os sais minerais essenciais são aqueles que, quando removidos  da dieta do organismo vivo resulta em debilidade de função biológica.
         As vitaminas são substâncias orgânicas, sem uniformidade química ou estrutural, não produzidas pelo ser humano, mas essenciais ao seu metabolismo. As vitaminas podem ser classificadas quanto à sua solubilidade em lipossolúveis e hidrossolúveis.
      As vitaminas lipossolúveis pertencentes à essa classe são as vitaminas A (retinol), D (ergocalciferol), E (tocoferol) e K (filoquinona).
         As vitaminas hidrossolúveis (Tiamina - Vitamina B1; Riboflavina – Vitamina B2; Niacina; Nicotinamida; Ácido pantotênico;  Ácido p-Aminobenzoico (PABA); Ácido fólico; Piridoxina – Vitamina B6;  Cianocobalamina – Vitamina B12; Biotina; Inositol ;Colina) atuam em processos metabólicos importantes do organismo, sendo normalmente encontradas em alimentos como carnes, fígado, ovos e leite. Já a vitamina C (ácido ascórbico), encontrada principalmente em frutas cítricas, possui como função a defesa antioxidante do organismo. Sua deficiência leva à manifestação do escorbuto (caracterizado por hemorragias e dificuldade de cicatrização).

Discussão e Conclusão:

         Tanto no caso de papinhas com frutas, quanto no caso de papinhas que utilizam legumes e hortaliças, há micronutrientes, como sais minerais e vitaminas, que são indispensáveis para o desenvolvimento da criança, como as vitaminas A e C, por exemplo, que estão contidas na cenoura e mamão, respectivamente, e que não têm sua quantidade declarada no rótulo destes produtos.


            A resolução de diretoria colegiada (RDC) da ANVISA, nº 222, de 2006, veda a embalagens e ou rótulos de leites fluídos, leite em pó, leites em pó modificados, leites de diversas espécies animais e produtos de origem vegetal de mesma finalidade, a utilização de  ilustrações, fotos ou imagens de lactentes, crianças de primeira infância,personagens infantis ou quaisquer outras formas que se assemelhem a estas faixas etárias,humanos ou não, tais como frutas, legumes, animais e ou flores humanizados, entre outros,com a finalidade de induzir o uso do produto para estas faixas etárias. Entretanto, essa resolução leva em consideração rótulos de leite em pó, e não papinhas, não havendo uma legislação ou regulamento específico para esse produto, em comparação a outros produtos alimentícios. Desse modo, a indústria alimentícia em geral, mantém o rótulo padrão de alimentos, sem especificar e quantificar vitaminas e sais minerais, importantes para o desenvolvimento da criança.

        É costume que pediatras receitem complexos vitamínicos às crianças, corrigindo alguma possível carência. Entretanto, não podemos generalizar que todas as crianças têm acesso a esse tipo de assistência, como também condições financeiras para arcar com determinada suplementação, sendo fundamental a complementação de informações na tabela de informação nutricional.

          Portanto,é necessário uma revisão da legislação vigente e inclusão de quesitos mínimos a serem adicionados aos rótulos de papinhas, a fim de garantir que este contenha as informações complementares necessárias, ausentes nos rótulos atuais das papinhas.

Referências  Bibliográficas:

BRASIL. Resolução CNS/MS nº 31, de 12 de outubro de 1992. Norma brasileira para comercialização de alimentos para lactentes. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/31_92.htm>. Acesso em: 29 jul. 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 222, de 05/10/2002. Regulamento Técnico referente à Promoção Comercial eOrientações de uso apropriado dos Alimentos para Lactentes e crianças de Primeira Infância. Diário Oficial da União, Brasília, nº 150, seção 1 de 6 de agosto de 2002.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar, alimentação do adolescente, alimentação na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2006.

NESTLÉ. Processamento de papinhas para bebês. Disponível em: <http://www.nestle.com.br/comecarsaudavel/criancas_a_mesa/tradicao-e-qualidade/ processo-de-producao.aspx>. Acesso em: 29 jul. 2016.



Natasha Christina Barboza Newton 



Article 3

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Dióxido de titânio na alimentação infantil e possível toxicidade




1.      Descrição

O dióxido de titânio (TiO2) é um derivado mineral com muitas aplicações industriais. Podemos citar como exemplo seu uso em tintas, plásticos, papéis, medicamentos, protetores solares e cremes dentais. Na indústria alimentícia esse pigmento é utilizado como um corante branco, principalmente em balas e doces infantis.

O seu uso como aditivo alimentício é aprovado pela ANVISA e pode ser justificado pois, inicialmente, esse pó foi classificado como sendo pouco solúvel e biologicamente inerte, ou seja, sem perigos para a saúde humana. Porém, com o avanço da tecnologia e o crescente uso do dióxido de titânio na forma de nanopartículas (tamanho de partícula <100 nm) muitos pesquisadores identificaram a necessidade de uma nova avaliação sobre os efeitos desse pigmento, principalmente dessa nova apresentação em nanopartículas. Isso porque ao alterar o tamanho da partícula altera-se também as propriedades físico-químicas e o perfil toxicológico de um composto, e o entendimento sobre essas alterações se mostrou primordial para determinar a real segurança de sua utilização. Hoje podemos observar a publicação de diversos artigos que discutem a toxicidade das nanopartículas de dióxido de titânio (NP TiO2).

2.       Fundamentos bromatológicos

De acordo com alguns estudos in vitro realizados, as NP TiO2 apresentaram potencial citotóxico e genotóxico, principalmente por estarem associadas com a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS) intracelular, causando dano ao DNA e morte celular. Entretanto, a literatura sobre esse tema é muito extensa e controversa, devido à falta de caracterização das partículas e padronização dos métodos de pesquisa. Além disso há pesquisadores que defendem que a toxicidade das NP TiO2 é baixa, uma vez que não foi observada uma absorção expressiva dessas nanopartículas em estudos em humanos.

Em respostas a essas pesquisas, o dióxido de titânio entrou em um programa de reavaliação dos nanomateriais utilizados em alimentos que será finalizado em 2020, de acordo com a resolução da European Food Safety Authority (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos). Provavelmente, até a finalização das análises dos dados gerados por este estudo as NP TiO2 continuarão sendo usadas pela indústria alimentícia sem restrições, e sem o conhecimento do consumidor.  

3.       Legislação

Atualmente não há nenhuma legislação que controle o uso das nanopartículas como aditivos alimentícios ou que exija a informação do uso dessa tecnologia no rótulo dos produtos. Foi apontado em um estudo que aproximadamente 36% do dióxido de titânio encontrado em alimentos está no tamanho de nanoparticulas, e esse valor foi equivalente com o determinado em outro estudo que quantificou uma variação de 18–44% de NP TiO2 em uma marca de chicletes. Devido a prevalência desse aditivo em alimentos infantis foi estimado que as crianças consomem por dia 2x mais dióxido de titânio que os adultos (cerca de 2 mg/peso corporal/dia), podendo esse valor aumentar com um uso excessivo de doces e balas. E não há como o consumidor estimar o valor diário ingerido, uma vez que a legislação não prevê a discriminação no rótulo da concentração dos aditivos alimentícios.     

4.       Discussão

Além da presença de estudos avaliando a toxicidade ambiental e ocupacional das NP TiO2, existem inúmeros trabalhos discutindo os efeitos biológicos causados pelo consumo dos produtos com esse pigmento. Devido a esses trabalhos, as autoridades regulatórias estão reavaliando o perfil de segurança da utilização desse composto. A IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer) classificou o dióxido de titânio como possivelmente cancerígeno (grupo 2B) para o ser humano quando inalado. Apesar disso, a sua toxicidade por via oral ainda não está completamente elucidada, havendo estudos que indicam que não há nenhuma evidência de toxicidade oral induzida pela administração do composto.

Entretanto, devido a literatura controversa, ainda não podemos mensurar quais são os riscos, a curto, médio e longo prazo, que o consumo desse mineral pode estar ocasionando na população. Principalmente devido à falta de controle na utilização de suas nanopartículas. Nesse ínterim, as NP TiO2 continuarão sendo consumidas majoritariamente por crianças e adolescentes, população que inspira maior precaução frente a exposição a agentes carcinogênicos.  

5.       Referências

SHA B. et al. The potential health challenges of TiO2 nanomaterials. Journal of Applied Toxicology. V. 35, Ed. 10, Outubro 2015, Pag. 1086–1101.
CHEN XX. et al. Characterization and Preliminary Toxicity Assay of Nano-Titanium Dioxide Additive in Sugar-Coated Chewing Gum. Small Nano Micro. V. 9, Ed. 9-10, 27 de Maio de 2013, Pag. 1765–1774.
WARHEIT D. B. How to measure hazards/risks following exposures to nanoscale or pigment-grade titanium dioxide particles. Toxicology Letters. V. 220, Ed. 2, 4 de Julho de 2013, Pag. 193–204
WANG J. et al. Acute toxicity and biodistribution of different sized titanium dioxide particles in mice after oral administration. Toxicology Letters. V. 168, Ed. 2, 30 de Janeiro de 2007, Pag. 176–185
WARHEIT D. B., DONNER E. M. Risk assessment strategies for nanoscale and fine-sized titanium dioxide particles: Recognizing hazard and exposure issues. Food and Chemical Toxicology - Nanotoxicology and Nanomedicine. V. 85, Novembro 2015, Pag. 138–147.
SHI H. et al. Titanium dioxide nanoparticles: a review of current toxicological data. Part Fibre Toxicol. 15 de Abril de 2013.
SONG ZM. et al. Biological effect of food additive titanium dioxide nanoparticles on intestine: an in vitro study. Journal of Applied Toxicology. V. 35, Ed. 10, Outubro 2015, Pag. 1169–1178.
URRUTIA-ORTEGA I. et al. Food-grade titanium dioxide exposure exacerbates tumor formation in colitis associated cancer model. Food and Chemical Toxicology. V. 93, Julho 2016, Pag. 20–31.
JONES K. et al. Human in vivo and in vitro studies on gastrointestinal absorption of titanium dioxide nanoparticles. Toxicology Letters. V. 233, Ed. 2, 4 de Março de 2015, Pag. 95–101

ANVISA. Informe Técnico n. 68. de 3 de setembro de 2015. 

CocaCola® Stevia

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Introdução:
Com o aumento do estilo de vida saudável da população em geral, a Companhia CocaCola observou queda na venda de seus produtos. Por isso, viu a necessidade de lancar um produto que acompanhasse esse “novo estilo”.
A versão verde da Coca-Cola chegou ao Brasil com o nome de CocaCola Life e foi apelidada de “mais saudável”, por ter 50% menos açúcares e ser adoçada com folhas de stévia. Antes, o decreto 6871/2009 do Ministério da Agricultura não permitia que bebidas não-alcoólicas misturassem diferentes tipos de açúcares e edulcorantes em sua composição. Mas, em dezembro do ano passado, a regra foi alterada, e a nova Coca pôde entrar no mercado brasileiro.
            A stévia é uma planta com alta capacidade adoçante, e em sua forma natural chega a ser 15 vezes mais doce que o açúcar doméstico. Como benefícios a stévia não causa diabetes, não contém calorias, não altera o nível de açúcar no sangue, não contem ingredientes artificiais, inibe a formação de placa e cárie dental, entre outros.

Fundamentos bromatológicos e discussão:
A composição é de água gaseificada, açúcar, extrato de noz de cola, cafeína, corante caramelo IV, acidulantes ácido fosfórico e ácido cítrico, conservante benzoato de sódio, regulador de acidez fosfato de sódio monobásico e edulcorante glicosídeo de esteviol (13 mg / 100 ml).



Isso confere ao refrigerante 4% do valor energético recomendado por dia (ao invés das 149 kcal da versão original), 2% da recomendação diária de sódio (mais que o dobro da quantidade encontrada na versão regular, que leva 18 mg), e 18 gramas de açúcares, que corresponde a 72% da recomendação diária.  
O consumo de açúcar não deve passar de 50 gramas por dia, segundo a OMS. As recomendações foram determinadas com base na análise de dados científicos mais recentes que mostram a relação açúcar e peso corporal.
A Coca-Cola verde não apresenta riscos à saúde, a não ser que o consumidor tenha alguma contraindicação referente ao consumo de açúcar, pois ele permanece na composição da bebida. Além disso, deve ser consumida com moderação por pacientes hipertensos, devido a alta quantidade em uma porção de 350 ml (uma latinha).

Conclusão
O novo produto remete a algo saudável pelo nome “Life”, além da cor verde remeter a um produto natural. Uma lata de 350ml da nova versão tem 18 gramas de açúcar e 70 calorias.Porém, ela contém 72% da recomendação diária máxima de açúcares.
Ainda que o refrigerante tenha menos açúcar, sua composição contém diversas substâncias artificiais e nocivas, além de não ser nutritiva.
            Se a opção for de uma bebida para um estilo de vida mais saudável, recomenda-se a ingestão de água, sucos naturais e a diminuição ou eliminação de refrigerantes de qualquer tipo da dieta, afim de evitar futuros problemas estéticos ou mesmo de saúde.


Referencias:

Guaraná em pó

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                         Consequências do uso inadequado de guaraná em pó.

            O uso de guaraná em pó de forma inadequada pode levar a taquicardia? 


Hipótese

           Sim. Apesar de ser um produto natural, ele não pode ser utilizado em grandes quantidades diárias. Apresenta alta quantidade de cafeína (muito superior à quantidade encontrada no café), exercendo efeito estimulante sobre o sistema nervoso central, músculos cardíacos e sistema respiratório. Podendo provocar: ansiedade, irritabilidade, tremores e pela estimulação direta do músculo cardíaco, possivelmente acarretar no aumento de batimentos cardíacos e palpitações.





 Sobre o produto:
O Guaraná Guazill Granutri em pó possui um efeito direto sobre o metabolismo celular, estimulando os processos bioquímicos associados à musculatura e ao sistema nervoso central. Além de cafeína e teobromina, o pó de guaraná contém fibras vegetais, amido, ácido tânico, cálcio, ferro, fósforo, potássio, tiamina e vitamina A. A semente de guaraná moída é tradicionalmente utilizada como fonte de energia, muito útil para acabar com a sensação de fadiga causada pelo esforço intelectual e físico. 

Fundamentos bromatológicos:

      1O produto de maior interesse comercial da espécie Paullinia cupana (conhecida popularmente como guaranazeiro), são as sementes, principalmente por causa de suas propriedades medicinais e estimulantes, nelas são encontrados os maiores teores de cafeína A cafeína age diretamente no sistema nervoso central. Os principais efeitos fisiológicos da atuação da cafeína no organismo humano são o efeito estimulante, o efeito diurético e a dependência química. Tais efeitos são responsáveis pelo aumento da taxa metabólica, do relaxamento da musculatura lisa dos brônquios, do trato biliar, do trato gastrintestinal e de partes do sistema vascular. Após cinco minutos do consumo, a cafeína pode ser detectada em todo o corpo humano, atingindo o seu máximo depois de vinte a trinta minutos. Ela é metabolizada no fígado e tem uma meia vida de cerca de três a seis horas, não acumulando no corpo. A ingestão de cafeína em excesso pode causar vários sintomas desagradáveis incluindo a irritabilidade, dores de cabeça, insônia, diarreia, palpitações do coração. A dose letal para uma pessoa adulta pesando 70 kg é cerca de 10 g, equivalente a 100 xícaras de café ou 200 latas de refrigerante que contenha a cafeína em constituição ou ingerir 50 kg de chocolate. O percentual de cafeína presente nas sementes do guaraná varia de 3,2 a 7%, sendo cerca de seis vezes superior ao encontrado nas sementes do café. 

Legislação:

          De acordo com a Resolução - CNNPA nº 12, de 1978, o guaraná é definido como produto constituído pelas sementes da Paullinia cupana ou Paullinia sorbilis.é designado "guaraná", seguido de sua forma de apresentação. Pode ser classificado com a sua forma de apresentação em: guaraná em sementes; em pó e em bastões.  Como características: O guaraná em pó ou em bastões deve provir de sementes sãs e limpas. O guaraná não deve apresentar indícios de alteração. Não pode conter elementos vegetais estranhos à espécie. Deve apresentar: Aspecto: semente globulosa ou pó fino ou bastões pétreos. Cor: pardo-negra, vermelho-escura ou pardo-avermelhada. Cheiro: próprio. Sabor: amargo e adstringente. Umidade, máximo 7,0% p/p. Resíduo mineral fixo, máximo 2,0% p/p. Resíduo mineral fixo insolúvel em ácido clorídrico a 10% v/v, máximo 0,5% p/p. Cafeína, mínimo 3,0% p/p. Reações características dos componentes secundários do guaraná. Ausência de sujidades, parasitos e larvas. O rótulo deve trazer a denominação "Guaraná" seguida da forma de apresentação.

        De acordo com o Informe Técnico nº 13, de 5 de abril de 2005, Os rótulos dos guaranás devem apresentar a seguinte frase de advertência em destaque e em negrito: “Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades devem consultar o médico ou nutricionista antes de consumir este produto”. A quantidade de cafeína presente na porção recomendada pelo fabricante deve ser indicada no rótulo dos produtos. Estes produtos para serem considerados alimentos não podem apresentar no rótulo ou material publicitário indicações terapêuticas e ou medicamentosas, que façam alusão à prevenção, tratamento e cura de doenças, conforme estabelece o Artigo 56 do Decreto-Lei n0 986/69 e o item 3.1 (f) da Resolução RDC 259/02. Não existe nenhuma alegação de propriedade funcional e ou de saúde aprovada para o guaraná. As empresas que possuem estes produtos registrados na Categoria de Alimentos com Alegação de Propriedade Funcional e ou de Saúde deverão adequar os dizeres de rotulagem dos mesmos, retirando as alegações em função da cafeína. Será permitido um prazo para o esgotamento das embalagens atuais dos produtos. O prazo deve ser verificado junto às Vigilância Sanitárias estaduais ou Municipais, onde as empresas estão localizadas.

Discussão:

O guaraná em pó, assim como outros estimulantes naturais e medicamentos controlados, vem sendo utilizado em larga escala pelos estudantes nos últimos anos com o objetivo de se obter maior concentração e se manterem maior tempo acordados, garantindo assim melhores resultados nos exames. O guaraná em pó é bastante conhecido por ser um energético natural que proporciona mais energia e disposição. O uso abusivo de produtos utilizados por estudantes que querem aumentar o nível de atenção e o desempenho é cada vez mais comum. O que eles não sabem é que as consequências desse uso podem ser muito graves. Taquicardia e intoxicação são alguns dos problemas que afligem quem se excede em produtos que contêm cafeína.

         De acordo com o portal G1, um universitário desejava não dormir para estudar mais e melhorar seu desempenho nas provas. Ele tomou 3 colheres do estimulante. Na terceira vez que ele tomou sentiu taquicardia e foi parar no hospital. Isso ocorreu porque o estudante não respeitou a dose recomendada e não procurou saber quais os efeitos colaterais do produto. A quantidade recomendada a ser utilizada é: uma colher de café (pequena) de guaraná em pó com um copo de água em jejum, de preferência pela manhã. 

      2 O processo de intoxicação pela cafeína pode ser desencadeado com a ingestão de 500 miligramas. Sob a ação da cafeína, os efeitos de estresse são aumentados: insônia, agitação, taquicardia, pupilas dilatadas. Durante a digestão da cafeína são gerados 3 metabólitos: a teobromina, um vasodilatador, a teofilina, que expande os brônquios, e a paraxantina, que acelera o metabolismo das células de gordura. No cérebro, a cafeína é confundida com a adenosina, um neurotransmissor que dilata os vasos e inibe a liberação de hormônios relacionados ao bem-estar. A cafeína ocupa o lugar da adenosina e reverte todo o processo. O corpo entende uma situação de alerta e as glândulas suprarrenais liberam adrenalina: o coração acelera, as pupilas se dilatam e os músculos ficam mais rígidos. Em 1g de guaraná em pó, estão presentes 44 mg de cafeína. De acordo com a farmacologista Patrícia Medeiros, da UnB “Estudantes de medicina que passam a noite à base de cafeína chegam ao hospital tão trêmulos que sentem dificuldade para escrever. Para resgatar o sono, têm que tomar remédios para dormir. No fim das contas, também ficam dependentes de medicamentos”

       O guaraná pode ser muito perigoso, principalmente para quem tem insônia ou é hipertenso. O seus efeitos duram aproximadamente seis horas, o ideal é ingerir o guaraná em pó pela manhã, a fim de não perturbar o sono noturno. Quanto a este fator, existe o risco do indivíduo, ao ter o sono comprometido, ingerir nova quantidade pela manhã, em busca do vigor que não foi recuperado à noite, propiciando um quadro de dependência física e psicológica, apresentando, o indivíduo, irritabilidade e dor de cabeça quando não há o consumo do guaraná. É contra indicado para pessoas que sofrem de pressão alta e problemas cardíacos. Mulheres que estão grávidas ou amamentando devem evitar o guaraná e derivados. Além disso, o guaraná não deve ser combinado ou tomado quando formulado com efedrina (como encontrado em bebidas dietéticas e suplementos esportivos), pois isso pode causar batimentos cardíacos irregulares.

Conclusão:

O guaraná tem sido utilizado como um energético natural, estimulante cognitivo, aromas para bebidas, e como um componente em produtos de perda de peso natural. No entanto, ele não pode ser recomendado por causa de seus potenciais efeitos secundários. Dessa forma, não deve ser ultrapassado os valores recomendados e as contraindicações devem ser respeitadas. Seus efeitos adversos deveriam constar no rótulo. Por se tratar de um produto dito como natural, seus efeitos colaterais não são muito conhecidos pela população, levando ao uso excessivo para a obtenção dos efeitos desejados.

 Referências:

1ARAUJO,J ,A. et al. Avaliação Físico-Química do guaraná (Paullinia cupana) em pó utilizado na produção de bebidas estimulantes comercializadas em Zé Doca-MA. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão.

2A base e cafeína.
Disponível em:
Acessado em :28/11/2016
  
●AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução - CNNPA nº 12, de 1978.Normas técnicas especiais, Brasília, 1978 

●AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Informe Técnico nº 13, de 5 de abril de 2005 Procedimentos para enquadramento na área de alimentos de guaranás nas formas de apresentação de sementes, bastões, cápsulas, comprimidos, tabletes e outras formas sólidas. Brasília,2005.
  
Disponível em:
Acessado em: 20/10/2016

●Pó de guaraná ajuda a emagrecer e melhora desempenho nos exercícios
Disponível em:
Acessado em: 20/10/2016

  Aluna: Marcela de Oliveira Ramos

  DRE: 112205405





O uso de aspartame como adoçante

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Introdução
 
Os adoçantes ou edulcorantes, são substâncias químicas, obtida de matérias primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos. O poder de adoçamento é maior do que o da sacarose (obtida da extração da cana de açúcar). O objetivo destas substâncias de substituir total ou parcialmente o açúcar. Os adoçantes dietéticos são constituídos basicamente por edulcorantes e agentes de corpo. Já os agentes de corpo, também chamados de veículos, são compostos utilizados com a finalidade de diluir os edulcorantes dando volume ao produto.
Os Adoçantes dietéticos sãoformulados para dietas com restrição de sacarose, frutose e ou glicose para atender às necessidades de pessoas sujeitas à restrição da ingestão desses carboidratos. As matérias-primas frutose, sacarose e glicose não podem ser utilizadas em sua fabricação (Sociedade Brasileira de Diabetes). Eles podem ser classificados como naturais ou artificiais que conferem sabor doce com menor número de calorias por grama, sem possuir sacarose na composição, pois são elaborados para atender às necessidades de pessoas com restrição de carboidratos simples como, por exemplo, os diabéticos.
O aspartame, um exemplo de edulcorante artificial, é o éster metílico de dois aminoácidos, a fenilalanina e o ácido aspártico, ou seja, éster metílico de L-aspartil-L-fenilalanina, a estrutura pode ser vista na Figura 1. O Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), que faz parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), define o nível de Ingestão Diária Aceitável (IDA) de adoçantes, para o aspartame esse valor estabelecido é de 40mg/kg de peso (ANVISA). Além disso, o aspartame possui sabor limpo, doce e sem sabor residual, e por isso muito aceito e consumido.

Figura 1: Estrutura química do aspartame.

 

Fundamentos Bromatológicos

O hábito e a necessidade de consumir açúcar impulsionaram a procura de moléculas naturais e/ou artificiais para atender a demanda de grande parte da população impedida de usar os sacarídeos. Dentre os açúcares naturais, a sacarose da cana-de-açúcar é tomada como referência para definir o poder adoçante relativa dos demais compostos doces (BYE et. al., 1993).
O aspartame é instável ao calor e em condições ácidas, devido a formação de dois compostos, são eles a dicetopiperazina e aspartilfenilalanina com liberação de metanol. A substância aspartilfenilalanina é decomposta em ácido aspático e fenilalanina, como pode ser visto na Figura 2.
 
Figura 2: Metabolismo do aspartame.
 
A formação do composto de fenilalanina é crítica para os portadores de fenilcetonúria, uma anomalia rara, que ocorre em pessoas que o organismo é incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina, geralmente ela é diagnosticada após o nascimento, através do teste do pezinho. Por esta razão, o consumo de aspartame é desaconselhado para gestantes e portadores dessa doença. Apesar de ter quatro calorias por grama, são permitidos para diabéticos.
 
Legislação e Discussão
Geralmente, os adoçantes dietéticos são utilizados sem muito critério, e muitos dos seus usuários visam mais outros aspectos do que suas reais necessidades. Estes são normalmente utilizados por iniciativa própria, algumas vezes por indicações aleatórias, simplesmente pela praticidade do uso ou ainda, pelo menor valor do produto. A minoria usa com recomendações médica ou de nutricionista.
Os consumidores de adoçantes que são fenilcetonúricos, precisam ser alertados pelo médico e/ou nutricionista que o consumo de aspartame como edulcorante não pode ser feito. A Portaria Nº 29, de 13 de janeiro de 1998- Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais- determina que os fabricantes coloquem em seu rótulo a informação “Contém Fenilalanina”, em produtos que possuam aspartame em sua composição, mas os compradores na maioria das vezes não sabem do que se trata, tornando nesse caso a informação irrelevante, ou seja não é necessário apenas que esteja escrito na embalagem do produto, é preciso que haja um consumo consciente do produto e com recomendação médica.
 
Conclusão
            A população chega em farmácias e supermercados se depara com uma prateleira enorme com uma variedade de produtos destinados a indivíduos que possuem alguma restrição alimentar. A maioria das pessoas escolhem aleatoriamente o produto e não tem noção que ele possa trazer prejuízos para sua saúde, ao invés de ajudá-la.
            O alerta para as pessoas, a partir das informações passadas é que nem tudo que se tem em farmácias e supermercados são produtos benéficos e que seu uso tem que ser indicado ou consultado por médicos ou nutricionistas. Um simples adoçante, como pode ser visto pelo trabalho, deve ser escolhido com orientação, cuidado e cautela para evitar transtornos no metabolismo.
 
Referências Bibliográficas
BRASIL. ANVISA Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução - Portaria n° 29
de 13 janeiro de 1998. Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_29_1998.pdf/49240642-4002-48f4-8213-a1b74aa4bd32.
Acesso em 7 de dezembro de 2016.
BRASIL. ANVISA Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Adoçantes- Ingestão Diária Aceitável. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/adocantes-ingestao-diaria-aceitavel/219201/pop_up?_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_viewMode=print&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_languageId=en_US. Acesso em 7 de dezembro de 2016.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior. IMETRO-
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
. Disponível
em: www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf.
Acesso em 7 de dezembro de 2016.
BYE, Pascal; MEUNIER, Ariel; MUCHNIK; José. As inovações açucareiras:permanência e diversidade de paradigmas. Cadernos 42 de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.10, n.1/3, p.35-52, 1993.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Adoçantes. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/noticias-nutricao/1312-adocantes. Acesso em 7 de dezembro de 2016.



 
 

 

 
 
 

 
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